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Fichamento do texto:A arqueologia da leitura

Por:   •  7/1/2016  •  Ensaio  •  610 Palavras (3 Páginas)  •  1.940 Visualizações

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Fichamento dos textos: A arqueologia da leitura e Das entrelinhas do texto ao hipertexto on-line de Marisa Lajolo e Regina Zilberman.

A arqueologia da leitura

Leitura está na moda, e informação está em pauta.Há mais de vinte anos, a leitura e seus arredores entraram em todas as agendas: a agenda política, a educacional, a acadêmica. Na agenda política, sucessos e falências da educação são a ela creditados. Na agenda acadêmica, ela é responsável por significativa renovação de várias áreas das ciências humanas, entre as quais se destacam os estudos linguísticos, a história, a educação, a antropologia.

A partir das últimas décadas do século XX, fala-se em era da Informação, em sociedade da Informação.

É muito sugestivo que informação e leitura convivam. O que unifica estes outros contextos nos quais a palavra informação ocorre é a ideia de troca de mensagens – vale dizer, a ideia de linguagem.

A linguagem humana é o mais universal veículo de informação de que se tem notícia: todos os demais sistemas de informação foram criados a partir dela ou a ela recorrem para tornarem-se inteligíveis.

Se a linguagem é traço universal do humano, suas manifestações distendem-se ao longo de um arco muito extenso. São inúmeras as línguas, e cada uma delas constitui uma forma original de transcrever o mundo, o dentro e o fora do homem.

Não apenas audição e visão participam do mundo da linguagem; com efeito, também os demais sentidos humanos estão em todos os pontos do arco da linguagem, enviando e recebendo informações de outros homens e do próprio mundo físico.

É a expressão verbal que ocupa a base da pirâmide, pois modela a compreensão dos demais tipos de comunicação e informação. A modalidade oral está disseminada entre outros grupos humanos, e é à imagem dela que a escrita procura construir-se e instituir-se. Na outra ponta, localiza-se a leitura, que, enquanto recepção, é igualmente audição, de todo modo interação entre sujeitos falantes.

Aparentemente, oralidade e leitura estão nas duas extremidades do arco da linguagem. No meio do caminho, à semelhança da “pedra” drummondiana, a escrita, que teria sucedido a oralidade se encaminhando a leitura para um objeto mais adequado – o texto.

A ortografia, que tantas armadilhas reserva para todos que um dia precisaram decidir a ausência de cês, o número e a posição dos esses de “assessor” e “acessório”, é a tentativa, sempre canhestra e constantemente repactuada, de aproximar o escrito ao oral e, ao mesmo tempo, de vincular o escrito a sua própria história.

Um filósofo da Antiguidade, Platão, talvez tenha sido o primeiro a chamar a atenção para as propriedades da escrita.

Platão parece ter colocado o dedo na ferida ao chamar a atenção para o fato de a escrita afastar-se de seu emissor, colocando-se ao suporte e sendo transmitida por sinais exteriores.Mas a leitura recompõe a unidade perdida.

É apenas por ocasião do ato de ler, isto é, quando a linguagem confiada a letras, espaços e sinais de pontuação volta à vida através do olhar humano, que escrita e fala evidenciam o pacto que as entrelaça.

A leitura não está no fim do caminho,

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