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Historias infantis

Por:   •  29/5/2015  •  Monografia  •  4.013 Palavras (17 Páginas)  •  269 Visualizações

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1.1- Um pouco da história da Literatura Infantil.

Literatura Infantil traz a ideia de belos livros, com bastante imagens, destinado à distração e ao prazer de ler, mas será só isso mesmo?

Para começar a tratar de um assunto tão vasto, é preciso traçar um histórico da área. A Literatura Infantil começa a esboçar-se no início do século XVII, quando os pequenos ainda eram considerados como seres opostos aos adultos, pois por serem diferentes e com características próprias, eles passam a receber uma educação diferenciada da dos adultos.

Antes a principal função da Literatura era despertar o gosto de ler, permitindo-lhes assim o contato com a realidade que estava ao seu redor. A criança participava da literatura que era escrita para adultos. Essas crianças eram diferenciadas em dois tipos: As das classes nobres, que liam grandes clássicos e das classes pobres, que em sua maioria escutavam, ao invés de ler, as histórias da cavalaria, além das lendas e contos, que faziam parte da Literatura de cordel e do Folclore.

Um marco importante das obras destinadas para crianças se deu entre os anos de 1628 e 1703, quando Charles Perrault lança os livros “Mãe Gansa”, “O Barba Azul”, “Cinderela”, “O Gato de Botas”, entre outros títulos.

Logo em seguida, apareceram outros escritores como Hans Christian Andersen, Irmãos Grimm e Collodi. Um dos gêneros precursores que marcou a Literatura foi o Conto de Fadas, que teve origem entre os Celtas, com heróis e heroínas, e Histórias sempre ligadas ao sobrenatural. A partir daí surge a presença da fada que significa destino. A fada segundo a Literatura tem o poder de atração sobre os homens. Na tradição são seres sobrenaturais, mas que não se sabe ao certo a origem. Sabe-se apenas que os primeiros contos surgiram entre os séculos II A.C e I da era Cristã, na Ilhas Britânicas.

Com o passar do tempo, o conto de fadas passou a fazer parte das histórias contadas para as crianças. Ainda no século XVII, a Literatura tem seus primeiros livros escritos para o público infantil, iniciados por escritores como Charles Perrault e os irmãos Grimm, que escreviam contos de fadas. Mais tarde nascia a fábula, que é uma narrativa que traz alguma situação envolvendo animais e sempre com uma moral final.

A fábula teve sua origem no Oriente, mas foi reinventada por Esopo um escravo liberto que viveu em Roma no século VI A.C. No Ocidente, foi aperfeiçoada mais tarde por Fedro e somente no século XVII, La Fontaine a retomou inserindo-a de vez na Literatura.

A partir daí, escritores cultos inspirados pelos personagens dos contos de fantasias criam a Literatura Infantil, com personagens de príncipes, princesas, reis, rainhas, bruxas, fantasmas, madrastas, etc. Em meados do século XVII, é que começa a preocupação com uma Literatura que seja voltada para os pequenos, com a valorização da fantasia, do imaginário e do maravilhoso.

Um pouco mais tarde, os Contos maravilhosos e as Fábulas se juntam e cumprem um duplo papel, que é de realizar o sonho e a fantasia dos povos que viviam na pobreza. A partir daí, começaram a surgir autores que se dedicaram a traduzir diversas Fábulas e Contos.

No início do século XIX, ocorre um aumento no número de escritores e de grandes obras que marcaram o início e a evolução da literatura. É neste século que começa a valorização e o respeito à criança, na qual passa a ser vista de forma diferenciada, precisando de cuidados específicos. Foi na metade do século XIX, que começou a transformação, as histórias passaram a apresentar o confronto entre o mundo adulto e mundo dos heróis. Sobre este assunto, Regina Zilberman (2003, p.15), comenta que:

Antes da constituição desse modelo familiar burguês inexistia uma consideração especial para com a infância. Essa faixa etária não era percebida como um tempo diferente, nem o mundo da criança como um espaço reservado.

Segundo Cunha (2004), inicialmente, a Literatura Infantil teve dois momentos marcantes: o momento lendário e o escrito. O lendário partia da concepção de que as mães contavam histórias para seus filhos, mas essas histórias eram apenas contadas, não havia registros escritos e o momento escrito começa a ser percebido a partir do surgimento dos primeiros livros infantis que foram escritos a partir das histórias contadas por mães a seus filhos, muitas vezes frutos da própria invenção familiar.

Para Abramovich, (2006, p.16). “o primeiro contato da criança com um texto é feito oralmente através da voz da mãe, do pai ou avós, contando contos de fadas, trechos da Bíblia, histórias inventadas ...”.

Segundo Antunes (2004), existem obras que são feitas para crianças ou não, mas conseguem agradar-lhes pelo fato de serem simples e de fácil entendimento. A Literatura para crianças é a mesma obra de arte que é escrita para o adulto, o que a diferencia é a simplicidade dos recursos, como o visual, mas não tem menos valor por ser simples. Carlos Drumond de Andrade (apud Cunha, 2004, p.71) nos diz que:

Certos espíritos dificilmente admitem que uma coisa simples possa ser bela e menos ainda que uma coisa bela é necessariamente simples, em nada comprometendo a sua simplicidade as operações complexas que forem necessárias para realizá-las.

Conforme Cunha (2004), Drumond procura forçar a simplicidade para ser o mais original possível, usando uma linguagem que a criança entenda, portanto, dizemos que há dois tipos de domínios da língua: o ativo e o passivo. Ainda de acordo com Cunha (2004) o leitor ativo constitui-se da linguagem falada, já o passivo detém as expressões que compreende, mas não as usa em sua rotina diária.

Para os pequenos existe uma distância entre um domínio e outro. Um autor utiliza-se da infantilidade para ser entendido pelas crianças, sem esquecer que elas não identificam certas construções, mas são capazes de entendê-las.

Quando a criança está aprendendo a ler, há uma necessidade de dois tipos de livros, os que estão de acordo com a sua idade e os mais adiantados, pois as crianças amadurecem de acordo com as dificuldades superadas e são esses obstáculos que fazem a criança ter interesse e desenvolver-se.

As crianças gostam de coisas que lhes ofereçam alegria, humor, enfim, o gosto pela leitura, e isso também acontece com as obras literárias, devendo anexar ao texto, as imagens. Para os iniciantes no mundo da leitura, o texto precisa ser breve e com letras grandes e redondas e ainda há a predominância de ilustrações. A partir da evolução e da maturidade

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