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História da Educação Infantil

Por:   •  31/10/2019  •  Artigo  •  3.614 Palavras (15 Páginas)  •  180 Visualizações

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INTRODUÇÃO

No que antecede a Constituição Federal de 1988 onde há artigos que regem a educação infantil, sabe-se que era de responsabilidade da família, principalmente da mãe. Mas diante da revolução industrial e entrada das mães e crianças no mercado de trabalho houve a necessidade da criação de instituições para atender as crianças, e muitas em situação de vulnerabilidade, com o objetivo de diminuir a mortalidade infantil durante o século XIX.

A educação infantil sofreu mudanças na sua trajetória, desde o assistencialismo até função educacional. Mesmo com os avanços na Constituição Federal, com LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), ECA (Estatuto da criança e adolescente), RCNEI (Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil), muitos são os desafios enfrentou e enfrenta.

O presente artigo tem como objetivo analisar os avanços e retrocessos existentes, já que são vários os desafios que a educação infantil vem sofrendo, principalmente no que diz respeito ao cuidar e educar, destacando assuntos sobre a qualificação do profissional que atua nas instituições de educação infantil.

Para Oliveira (2002, p.23): 

É tarefa urgente repensar a formação profissional de todos os que trabalham com crianças até 6 anos em creches e pré-escolas. A inclusão da creche no sistema de ensino acarretou uma série de debates sobre o que é a função docente e como preparar professores com perfis que respondam mais adequadamente à diversidade de situações presentes na educação de crianças, desde o nascimento, em instituições educacionais [...] e despertam para a necessidade de modificações na formação docente.

Diante esse pensamento, é de extrema importância analisar as competências e habilidades dos professores das instituições nesse nível de ensino, para compreender a importância da formação docente no desenvolvimento e aprendizagem da criança, por isso a importância da formação continua, só assim conseguiremos obter um ensino de qualidade baseada no desenvolvimento por completo da criança.

O artigo foi desenvolvido através de pesquisas, analisando criticamente os avanços e desafios da educação infantil visando suas expectativa e formação dos profissionais com destaque na teoria e prática segundo autores que se preocupam com a evolução da educação infantil, dentre podemos destacar Zilma Ramos de Oliveria e Moyses Kuhlmann Jr.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Historicamente a educação da criança sempre foi de responsabilidade da família durante séculos, principalmente da mãe que cuidava o lar, e zelar pela educação dos mesmos. Mas era no convívio com outras crianças e adultos que ela participava da tradição e aprendia os costumes e regras da sua cultura. A infância durava até os sete anos de idade, a partir daí a criança era vista como um adulto em miniatura, um objeto, sem laços afetivos com seus familiares. Deveria aprender o oficio da família e trabalhar igual um adulto.

Na transição do feudalismo para o capitalismo, onde ocorre a passagem do modo de produção doméstica para o sistema fabril, portanto a substituição da mão de obra humana pela máquina, reorganizando a sociedade. O impacto causado pela revolução industrial possibilitou a entrada de todos os membros da família, mulheres e crianças, pois agora não era mais necessário a força muscular. Se, até então, o trabalhador vendia apenas o seu trabalho, passou a vender o trabalho de mulheres e filhos.

Com o surgimento da indústria moderna, mudou a estrutura social, hábitos e costumes das famílias. Com as mães trabalhando na indústria, não havia alguém para cuidar dos seus filhos, então deixavam seus filhos com “criadeiras”, conhecidas como “mães mercenárias”. Esta era uma nova oferta de emprego para as mulheres, mas consequentemente aumentou os riscos e maus tratos, pois eram muitas crianças, pouca comida e sem higiene para uma criadeira. Assim criou-se um quadro caótico, com aumento de castigos, violência e mortalidade infantil. Mas as famílias tinham que aceitar os maus tratos e desprezos sofridos pelas crianças, pois precisavam trabalhar para sobreviver.

Criou-se uma nova oferta de emprego para as mulheres, mas aumentaram

os riscos de maus tratos às crianças, reunidas em maior número, aos

cuidados de uma única, pobre e despreparada mulher. Tudo isso, aliado a

pouca comida e higiene, gerou um quadro caótico de confusão, que

terminou no aumento de castigos e muita pancadaria, a fim de tornar as

crianças mais sossegadas e passivas. Mais violência e mortalidade

infantil. (RIZZO, 2003, p. 31).

As primeiras instituições tinham como objetivo proteger e cuidar as crianças enquanto as mães iam ao trabalho, com rotina de triagem, alimentação e cuidados com a saúde e higiene das crianças. A partir daí surgem os primeiros jardins de infância, o objetivo era o assistencialismo (com base no cuidar, alimentar e colocar a dormir) para as crianças socioeconomicamente desfavoráveis. Já para as crianças socioeconomicamente favorecidas a educação era totalmente pautada nesses ambientes.

As instituições foram criadas com o objetivo assistencialista, mas se preocupavam com questões da educação, com a “escola de principiantes” ou escola tricotar, criada na França em meados de 1769. Criada para crianças de 2 a 6 anos de idade, com programas de passeios, trabalhos manuais e histórias cotadas, com o objetivo de ensinar diversas habilidades, como a obediência, bondade, letras do alfabeto, pronunciar bem as palavras e noções de moral e religião.

Em 1816, em New Lanark, a escola de Robert Owen, é um exemplo de que estas instituições foram criadas na visão pedagógica. Sua escola recebia crianças de 18 meses á 25 anos de idade, trabalhando assuntos que abordavam a natureza, dança e canto. O material didático tinha como objetivo o desenvolvimento do raciocínio e julgamento correto diante algumas situações.  

A história traz o jardim de infância com o objetivo pedagógico, desde a sua origem, e que teve pouca preocupação com o cuidado. Mas podemos destacar o jardim de infância criado por Froebel, em meados de 1840, onde o objetivo não era só educar e cuidar, mas transformar a estrutura familiar para que elas cuidassem melhor dos seus filhos.

Os estudos que atribuem aos Jardins de Infância uma dimensão

educacional e não assistencial, como outras instituições de educação

infantil, deixam de levar em conta as evidências históricas que mostram

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