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Importância da Prática de Ensino em Ciências e o Papel do Estágio Curricular Supervisionado

Por:   •  25/4/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.095 Palavras (5 Páginas)  •  182 Visualizações

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A atividade de ensinar é dependente de um número de variáveis, incluindo a disciplina a ser ensinada, a estrutura disponível, o contexto da turma e a individualidade de cada aluno, além das características do próprio professor. Com tantas situações variáveis, não é possível simplesmente seguir um manual de instruções para ensinar: é necessário que o professor esteja apto a lidar com essas situações da melhor forma, o que deve ser trabalhado durante a formação do professor.

Ser um bom professor vai muito além de apenas dominar o conteúdo a ser ministrado ou aplicar uma metodologia de ensino infalível. O processo de “aprender a ensinar” envolve a leitura sobre a prática docente, aprender sobre as metodologias de ensino e conhecer o contexto educacional. Além de conhecimentos teóricos, é fundamental ao professor em formação a prática da docência, não só ao ministrar aulas, mas também na preparação, condução e avaliação de atividades, além de contato e reconhecimento do ambiente escolar e das situações dos alunos. É através da prática que o futuro professor irá familiarizar-se com o ambiente e contextos educacionais e poderá desenvolver estratégias para o efetivo exercício da docência. Nessa perspectiva, Nóvoa (1992) propõe que a formação docente deve basear-se na reflexão crítica sobre as práticas docentes e deve assumir aspecto prático, visando a aprendizagem dos alunos e estudo de casos concretos.

Nesse contexto, o estágio curricular supervisionado é uma oportunidade ao professor em formação para estar em contato com os desafios inerentes à prática da docência, tendo o acompanhamento de um profissional com experiência (o supervisor de estágio) que poderá guiar o estagiário em seus passos iniciais e orientá-lo ao enfrentar os desafios. O estágio docente é um momento de descoberta e de lidar com desafios através da vivência em sala de aula e é uma experiência que permite autoconhecimento e desenvolvimento da confiança no exercício da docência. Segundo Razuck e Rotta (2014), o estágio constitui ferramenta para melhorar a formação inicial de docentes e pode contribuir para o rompimento da dicotomia entre a teoria e a prática, isto é, a ideia de que as teorias pedagógicas e a prática da docência são separadas entre si.

Em um estudo de caso realizado por Pinto e colaboradores (2015), os autores avaliaram a importância e necessidade do estágio supervisionado na formação de professores de ciências naturais e relataram que o estágio consiste em “importante instrumento de integração entre universidade, escola e comunidade”, onde os alunos, além de ter a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na graduação, podem ter contato com problemas reais, desenvolver habilidades para resolvê-los e entender a importância que o educador representa na formação social de seus alunos.

Considerando o ensino de ciências, Martins (2005) afirma que existem desafios a serem enfrentados que englobam a desvalorização social da profissão, a deficiência na formação inicial e continuada do professor, além da difícil função de alfabetização científica que deve ser desempenhada pelo professor de ciências. Martins (2005) ainda ressalta a dificuldade encontrada por professores de ciências, especialmente no ensino médio, quanto às “finalidades do ensino”: frequentemente, exige-se do professor o cumprimento de um programa que visa o ensino de ciências voltado à aprovação em exames, o que influencia na metodologia adotada para o ensino, e pode, como consequência, afetar a visão dos alunos a respeito da ciência. De forma semelhante, Seixas e colaboradores (2017) ressaltam as dificuldades relacionadas à formação docente e os desafios diários enfrentados pelo professor de ciências, entre eles a atuação como mediador entre o conhecimento científico e os alunos e a responsabilidade por estabelecer a conexão entre ciência, tecnologia e sociedade de forma relevante para os alunos.

Um artigo publicado por Fontoura (2017) na Revista Educação reporta os desafios enfrentados por professores de ciência ao aplicar os conceitos abordados na formação continuada em sala de aula. Três professoras de ciências entre química, biologia e física, do ensino fundamental e médio, relatam que só tiveram contato com a abordagem investigativa na pós-graduação e citam alguns desafios encontrados ao tentar implementar a nova abordagem: desconfiança dos alunos, falta de estrutura da escola, cultura escolar e falta

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