A EDUCAÇÃO ESPECIAL E O PAPEL DAS ADAPTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO APRENDIZAGEM
Por: fabriciabertolde • 23/2/2018 • Projeto de pesquisa • 2.466 Palavras (10 Páginas) • 317 Visualizações
EDUCAÇÃO ESPECIAL E O PAPEL DAS ADAPTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO APRENDIZAGEM
FABRICIA ZANELATO BERTOLDE
Ilhéus, BA
30/06/2016
RESUMO
O currículo, em educação especial, tem despertado nos últimos anos o interesse de pesquisadores, sobretudo, com relação a sua adequabilidade, pois a adaptação curricular, aliado a práticas pedagógicas eficientes, garantem o sucesso, em sua plenitude, da educação especial. Este trabalho tem como objetivo pesquisar sobre as adaptações curriculares em escolas da rede pública do município de Eunápolis, BA, identificando as possíveis contribuições no processo ensino-aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais. A pesquisa foi desenvolvida nas unidades escolares de ensino regular, no município de Eunápolis, BA, com procedimento metodológico visando uma pesquisa qualitativa, com ênfase nas práticas da pesquisa-ação, que incluiu entrevista com roteiro semiestruturado com todos envolvidos, pesquisa documental e observação participante. Pretende-se com este trabalho compreender a importância da adaptação curricular para os alunos com necessidades educacionais especiais e ressaltar a importância da capacitação continuada dos atores envolvidos, no processo ensino-aprendizagem das unidades escolares sob a ótica da inclusão.
Palavras-chave: Currículo; Educação Especial; Adaptação Curricular
INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
A partir da segunda metade da década de 90, ocorreu a difusão da declaração de Salamanca (UNESCO,1994), que entre outros pontos, propõe que “as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar...”, pois tais escolas “constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos...” (p. 8-9).
Nesta perspectiva, esta pesquisa buscará entender como as unidades escolares da rede pública têm promovido adequações curriculares, visando atender crianças com necessidades educativas especiais. Isso permitirá identificar as possíveis contribuições, ou não, das adequações curriculares, no processo ensino-aprendizagem dessas crianças. Pois de acordo com Fonseca (1995), “é preciso preparar todos os professores para se obter sucesso na inclusão”. No entanto, a maioria dos educadores exerce seu trabalho pedagógico baseando-se apenas em conhecimentos construídos na formação inicial, somados à adoção de estratégias que julgam necessárias no decorrer de suas jornadas, sem a promoção, pelas escolas, de uma formação continuada dos docentes.
O conceito de escola inclusiva, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial (BRASIL, 2001), implica em uma nova postura da escola regular que deve propor no projeto político-pedagógico, no currículo, na metodologia, na avaliação e nas estratégias de ensino, ações que favoreçam a inclusão social e práticas educativas diversificadas que supram a necessidades de todos os alunos. Pois, numa escola inclusiva a diversidade é valorizada em detrimento da homogeneidade. Entretanto, para oferecer a todos os alunos, inclusive aqueles com necessidades especiais, uma educação de qualidade, é primordial que a instituição capacite seus professores, prepare-se, organize-se, enfim, adapte-se.
“Inclusão não significa, simplesmente, matricular os educandos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades especificas, mas significa dar ao professor e à escola o suporte necessário à sua ação pedagógica” (MEC_SEESP, 2001). Teoricamente, parece fácil, mas quando vivenciada na prática, percebe-se como é difícil. Muitos educadores enfrentam as diversidades de aprendizagem em suas turmas, mas é notório que, muitos, não sabem como trabalhar com essas diversidades. As escolas e os docentes têm encontrado dificuldades em adaptarem o currículo, pois não sabem como agir, criando assim entraves nas bases da organização da instituição que deseja ser inclusiva. “A organização de uma escola realmente inclusiva está retratada no seu currículo e na estrutura do projeto politico-pedagógico que deve ultrapassar a mera elaboração de planos e exigências burocráticas” (SILVA, 2006, p. 54).
Busca-se com esta pesquisa salientar uma reflexão sobre a importância das adequações curriculares para os alunos com necessidades educacionais especiais, que só acontecerá, efetivamente, se os envolvidos forem devidamente orientados de acordo com as políticas inclusivas.
OBJETIVOS
GERAL
Avaliar as adequações curriculares em escolas da rede pública do município de Eunápolis, BA, identificando as possíveis contribuições no processo ensino-aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais.
ESPECIFICOS
- Identificar as unidades escolares no município de Eunápolis, BA, que possuem alunos com necessidades educacionais especiais;
- Verificar as adequações curriculares realizadas pela equipe educacional nas unidades escolares da rede municipal de Eunápolis, BA;
- Analisar as diferentes abordagens e técnicas usadas pelos educadores, visando êxito no processo ensino-aprendizagem, que garantam a efetiva promoção das políticas de inclusão;
- Identificar os fatores que propiciam ou dificultam as adequações curriculares nas unidades escolares pesquisadas;
- Ressaltar a importância da capacitação continuada da comunidade escolar, dentro da perspectiva da inclusão escolar;
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No processo de redemocratização do Brasil, sobretudo, a partir da metade dos anos 80, as discussões sobre os direitos sociais que precederam a Constituição, enfatizaram as reivindicações populares e as demandas de grupos ou categorias até então excluídos dos espaços sociais. Neste movimento, tomou forma a luta pela ampliação do acesso e da qualidade na educação das pessoas com deficiência (FERNANDES, 1998; FERREIRA e GLAT, 2003).
De acordo com Mazzotta (1996), a história da educação de pessoas com deficiência no Brasil está dividida entre três grandes períodos: (i) de 1854 a 1956 – período marcado por iniciativas privadas; (ii) de 1957 a 1993 – baseado por ações oficiais de âmbito nacional; e (iii) de 1993 a dias atuais – caracterizado pela inclusão escolar. Muitos são os responsáveis pelos movimentos a favor da inclusão, estes, trouxeram reflexões e transformações sobre a educação dessas pessoas. Como afirma Sassaki (1997, p. 17):
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