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JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  29/10/2017  •  Monografia  •  3.694 Palavras (15 Páginas)  •  527 Visualizações

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UNIVERSIDADE UBERABA

VANEIDE SANTOS DE SOUSA

JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

CARIACICA

2016


JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

INTRODUÇÃO

Destacando-se como instrumento pedagógico, a utilização dos jogos, brinquedos e brincadeiras para propiciar, tanto o direito da criança de brincar quanto à sua função comprovada no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças pequenas, tem sido ampliada nos ambientes das instituições de educação infantil, legislada e orientada por documentos legais nos setores governamentais e educacionais.

Nesta conjuntura de uma nova visão de infância que permite à criança aprender brincando torna-se imprescindível levantar a questão de uma fundamentação teórica sólida acerca do tema, para que professores em formação e em serviço, estejam aptos a propor, reconhecer e objetivar as atividades lúdicas propostas, planejadas e desenvolvidas em sala de aula na Educação Infantil.

Portanto, diante da problemática, o objetivo deste estudo é conhecer as diversas teorias desenvolvidas por vários estudiosos da educação infantil, pretendendo-se ampliar conhecimentos sobre a aplicação de jogos, brinquedos e brincadeiras como recursos pedagógicos valiosos.

Mediante esse objetivo, a metodologia utilizada para desenvolver o estudo foi de cunho bibliográfico, uma vez que, segundo o conceito de Platão, “o conhecimento é a crença verdadeira justificada.”, epara Kant (1998) “os conceitos sem as intuições são vazios e as intuições sem os conceitos são cegas.”. Para construir esse estudo consultamos autores e teóricos como Vygotsky (1989). Piaget (1978), Oliveira (1995, 2000), Kishimoto (1998), Bomtempo (2008), Fortuna (2000), Freire (2000), Abramovich (2001), Costa (2000), Brotto (2001), Santos (2000) e Nóvoa (1991), além de documentos legais que definem e orientam a infância e a Educação Infantil.

Ao ponderar sobre o estudo, concluímos que os jogos, brinquedos e brincadeiras constituem-se de um instrumento pedagógico poderoso para o brincar/aprender da criança de 0 a 6 anos de idade, desde que o professor esteja apto a compreender esses recursos em sua finalidade e objetivos, para obter resultados positivos de aprendizagens e desenvolvimento diversos em seus alunos.


DESENVOLVIMENTO

Subsídios jurídicos foram fornecidos na área da infância e da juventude, em textos legais voltados para a defesa dos direitos da infância e da juventude, sequencialmente através da Constituição Federal de 1988 que tratou dos Princípios Fundamentais (Artigos 1º ao 4º),dos Direitos e Garantias Fundamentais (Artigos 5º ao 11º), da Assistência Social (Artigos 203º e 204º), da Educação (Artigos 205º ao214º) e da Família, da Criança, do Adolescente e do Idoso (Artigos 226º ao 230º); através do Estatuto da Criança e do Adolescente (Alterado pela Lei 8069/90 em 13/07/90); da Lei Orgânica de Assistência Social (Lei 6.742 de 07/12/93); e, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – 9394/96 de 20/12/96), dentre outros dispositivos legais.

As orientações e definições dos direitos da criança no que se refere à Educação Infantil estão contidas no Referencial Curricular para a Educação Infantil efetivado em 1998. Tais documentos legais norteiam os novos paradigmas para a construção de um futuro digno, preservando todos os direitos aos quais a criança tem em sua infância, como sujeito de direitos, através de mecanismos e instrumentos que permitam o desenvolvimentoe aprimoramento de suas potencialidades físicas, intelectuais, morais e sociais.

O Artigo 227º da Constituição Federal de 1988, diz em seu texto:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988).

Dentre os direitos da criança assegurados por dispositivos legais citamos o brincar, uma vez que os jogos e brincadeiras são indissociáveis da infância e para compreender a importância do papel do brincar foram requeridos estudos sobre a complexidade psicológica do ser humano e os significados de sua atuação na memória, no desenvolvimento da linguagem, da atenção e do conhecimento que remontam à aprendizagem como principal processo do desenvolvimento humano.

Segundo Kishimoto (1999), os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidos pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem a função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando um convívio mais social e democrático porque “enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais tem a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social.” (p.15). Piaget (1978) relata que o indivíduo, seja criança ou adulto, revive no jogo a maioria das atividades pelas quais já passou a espécie humana, em sua metódica evolução, durante milênios.

Vygotsky (1979, p.15) através de seus estudos sobre a importância do brincar como fonte e instrumento da aprendizagem, argumenta que “[...] a criança aprende muito ao brincar. O que aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade uma importante ferramenta para o seu desenvolvimento cognitivo, emocional, social e psicológico.”. A criança desenvolve os jogos e brincadeiras em processos individuais que progridem junto com a sua estrutura mental, portanto implica na transformação e interação e Piaget (1998) reconhece os jogos e brincadeiras como espaço essencial no desenvolvimento das estruturas psicológicas da criança, elevando sua capacidade de aprendizagem e de ação.

Nesse contexto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – 9394/96, em seu artigo 2º estabelece que sejam respeitadas as características e aspectos do desenvolvimento infantil, estabelecendo que: “O ser humano é ser de múltiplas dimensões; Todos aprendem em tempos diferentes; O desenvolvimento é um processo contínuo; O conhecimento deve ser construído e reconstruído, processualmente e continuamente.”.

No contexto escolar os jogos e brincadeiras enriquecem a aprendizagem como um recurso atrativo, uma vez que o brincar/aprender privilegia o ensino, desafiando o aspecto motor e a aprendizagem. O Referencial Curricular para a Educação infantil (1998, p.29) orienta “A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças oferecendo-lhes o material adequado, assim como, espaço estruturado para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais.”.

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