Meio Ambiente e Criminalidade
Por: Ivete Diaz • 10/5/2015 • Trabalho acadêmico • 3.407 Palavras (14 Páginas) • 522 Visualizações
MEIO AMBIENTE- CRIMINALIDADE NO MEIO URBANO Ivete Dias Macedo Prof. Albani Mendes Felisbino Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Pedagogia (PED 0413) 13/12/12 RESUMO A explosão urbana decorrente do processo de industrialização afetou o modelo espacial da cidade, seu ambiente e as relações nele estabelecidas. O modelo urbano de viver – densificado e acelerado gerou um ambiente hostil, permeado de relações fragilizadas. Influenciadas por inúmeros fatores a criminalidade e sensação de insegurança ganham importância no cenário atual urbano.
Palavras-chave: Meio Urbano. Criminalidade. 1 INTRODUÇÃO O processo histórico industrialização/ urbanização gerou mudanças no modelo de organização social das cidades, antes baseadas em pequenos grupos no meio urbano e rural. Segundo Fernandez (1991), o pensamento sobre cidade nasceu com a grande explosão urbana gerada pela industrialização e seu modo de produção. Essa mudança acarretou consequências nos fenômenos sociais urbanos. A partir de então, emergiram inúmeros teorias acerca da cidade destacando os pontos positivos e negativos da vida urbana e das formas de interação das pessoas com os ambientes. Essas relações são ainda afetadas, por inúmeras fragilidades emergentes desse novo modo de vida com o estresse urbano os índices de poluição, o ritmo de vida acelerado e a criminalidade. A criminalidade, cada vez mais banalizada entre nos vem adquirindo proporções verdadeiramente alarmantes, fazendo o medo um estado espirito generalizado em nosso meio social. Embora não seja um problema apenas dos grandes centros urbanos é nas cidades onde presenciamos o crescimento das praticas delituosas de forma acentuada. Criminalidade e violência, entretanto, configuram- se como comportamentos inerentes a natureza humana. O que faz com que tal forma de conduta assuma um caráter de patologia social são suas elevadas taxas de ocorrência. É o que constata Durkheim (1895), ao afirmar que a existência do crime é fato social normal, embora sempre abominável e logo punível, seu autor. Entendo a importância da relação pessoa ambiente para a qualidade de vida urbana, este paper baseia- se na questão como criminalidade enquanto patologia urbana interfere na relação pessoa- ambiente, consequentemente na vida e nas cidades. 2 SITUAÇÃO DA VIOLENCIA URBANA A criminalidade, entendida aqui como uma patologia urbana social, cresce progressivamente. Tal manifestação não é exclusiva das cidades, no entanto, é onde se apresenta com mais intensidade. Soczka (2005, p.117) afirmar que “sendo a incidência de atos criminosos (...) muito mais elevada no meio urbano do que nas comunidades rurais, torna- se claro que o risco de desviancia criminosa ou vitimização em relação ao crime é por excelência um risco do urbanita”. Por conta da crescente manifestação dessa patologia, inúmeros estudos vêm sendo desenvolvidos no intuito de determinar causas e apontar soluções. De acordo com Felix (1996, p.61), a falta de progresso pessoal de maneira isolada não estimula o crime. Ocorre que, a miséria de alguns em constrate com o progresso de outros, estimularia o crime em busca de um reequilíbrio daqueles que se sentem inferiorizados. Assim, o crime seria uma solução de emergência dos que se percebem mais pobres frente às desigualdades sociais, sendo o meio urbano um cenário propicio, visto que os desiguais convivem próximos. No entanto, outras atenuantes devem ser lavadas em consideração por fomentar a criminalidade no meio urbano, tais como: o processo de segregação espacial presente na vida urbana, o qual ocasiona uma expansão urbana desigual com a criação de bairros sem condições de proporcionar vida digna aos seus moradores; a desintegração dos laços sociais provocada pelo egocentrismo inerente de uma sociedade competitiva, pela instabilidade proporcionada pela vida moderna, pela agressividade e pela indiferença afetiva própria da ausência de raízes sociais (CASTRO, 1983. P.208).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Viver o ambiente urbano é fundamental para que se crie um vinculo com ele, é através dessa experiência que o individuo atribui significado ao espaço, tornando- o lugar. Diante do exposto, observa- se que, frente a crescente onda de violência, a sociedade exige que o Estado se utilize da repressão como se fosse a melhor solução dos conflitos. Isso ocasiona um emaranhado de normas penais visilmente ineficazes, fruto de uma predileção vingativa adotada por nosso ordenamento proveniente desde épocas remotas. REFERÊNCIAS CASTRO, L.A. Criminologia da Reação Social. Tradução Ester Kosovki. Rio de Janeiro: forense, 1983. p. 208.
DURKHEIM, EMILE, As Regras do Método Sociológico, Lisboa: Editorial Presença, 6. Ed., 1895, Prefacio a segunda edição original, p. 23 e 30. FELIX, S.A. A “ geografia do crime” urbano: aspectos teóricos e o caso de Marilia- SP. 1996.332f. Tese ( Doutorado em geografia)- Universidade Estadual Paulista, rio Claro. 1996. FERNANDEZ, Baltasar Ramirez. El médio urbano. In: JIMENEZ- BURILLO, F.; ARAGONÉZ, J.I. (ORG.). Introduccion a la Psicologia Ambiental. Madri: Editorial Alianza, 1991. SOCZKA, Luís. Viver na cidade. In (Org.) Contextos humanos e psicologia ambiental. Lisboa: fcl., 2005. |
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