Memorias de infancia

O baú dos sonhos

“Todo homem traz dentro de si o menino que um dia foi.” Amélia Lacombe.

É assim que eu me sinto ao lembrar a infância. É como se eu apertasse o botão replay de um controle remoto e me visse novamente em uma casinha humilde rodeada deverdes matas, próxima a uma linda serra chamada Coluninha. Junto a meus pais e irmãos, ali vivi toda minha infância.

Doce infância posso dizer!Não tive bonecas de princesas, patins cor-de-rosa, sandálias da Barbie, mola-maluca ou algo do gênero, mas fui muito feliz. Era livre para brincar pelos campos, construir meus próprios “castelos”.

Desde pequena, sentava ao redor da fogueira para ouvir histórias contadas pelos mais velhos. Era prazeroso ouvir a história da Onça e o Coelho, contada pelo meu inesquecível tio Antônio.

Quantas saudades dos bolinhos de lama, dos jogos de queimada, esconde-esconde e dos piqueniques! Não via o tempo passar!

O primeiro dia de aula, marcado por muito choro, como poderia esquecer! Era algo novo, inusitado. Um misto de prazer e receio. Eram exatamente doze quilômetros (ida e volta) para chegar à escola. Não era fácil acordar todos os dias cedo e percorrê-los a pé. Eram dias de chuva, frio, sol e poeira. Dias jamais esquecidos. Dias que fizeram valer à pena, pois cultivei amigos e lógico; amores de infância. Que nunca teve um amor de infância, não é mesmo?

As amizades, muitas perduram até hoje, já os “amores”; estes se esvaíram como nuvens. Ah infância... Como seria bom revivê-la. Ralar os joelhos e correr para o colo da minha amada mãezinha, a qual já não tenho mais!

É aí que vejo que os joelhos ralados doíam bem menos que as feridas do coração!

E por isso, construí um “baú” repleto de sonhos. Sonhos de todas as cores e sabores.

Toda vez que eu o abro, simplesmente volto a ser criança.

Referências

AUTORES, V. (2010). O SER HUMANO E SUAS DIMENSÕES. SÃO PAULO: PEARSON.

EXUPÉRY, A. D. (2015). O PEQUENO PRÍNCIPE. RIO DE JANEIRO: AGIR.

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