Mestranda do Programa de Pós-Graduação UNISC

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL                                                        Deili Rodrigues Rosa

Professora de Educação Infantil

     Mestranda do Programa de Pós-Graduação UNISC

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        Escolhi o livro Pé de Pilão de Mario Quintana por ser o marco de duas infâncias: a minha, mãe contadora de histórias e minha filha em seu começo no mundo da poesia. O livro foi presente de aniversário que ganhou de seu padrinho ao completar quatro anos. Uma história de amor e aventura, da grande jornada do pato à procura de sua amada avó. Começamos a leitura com duas ou três páginas por noite, ansiosas pelos detalhes, pelos desenhos coloridos que ilustravam os poemas e as melodias das rimas, a sonoridade encantava, era um encontro muito aguardado.

        Escrevendo esta memória percebo que a  relação de amorosidade com o livro permitiu   ressignificar muitas vezes o encontro com a leitura,  o ritual foi se modificando, de leitura silábica, passou a fluente, depois a silenciosa até se tornar o recitar de poemas. A leitura prazerosa do livro pode ter contribuído para a formação de leitor, de minha filha, mas valoro os momentos vividos, as noites maravilhosas de cumplicidade de mãe e filha. Momentos que ríamos de tudo, da rima, da imagem, criávamos outras rimas, novas histórias e  no olhar nos entendíamos.

        Assim, sem mais nem porquês, uma começava a recitar o poema e a outra continuava..

 Disse ao pato, não se mexa para depois não ter queixa…  E o pato duro e sem graça como se fosse de massa...  

Olha pra cá direitinho vai sair um passarinho!..”  memórias de infância, momentos tão nosso.

Santa Cruz do Sul- 2020

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