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Metodologia e Prática em Avaliação Educacional

Por:   •  17/5/2019  •  Resenha  •  1.360 Palavras (6 Páginas)  •  304 Visualizações

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Faculdade Martha Falcão

Metodologia e Prática em Avaliação Educacional

Professora: Ana Cecília

Curso: Pedagogia

Período: 6º

Acadêmica: Raquel Assis da Silva

Resumo

  1. O QUE É AVALIAR

O termo avaliação, refere-se a um conjunto de procedimentos didáticos que se estendem por um longo tempo e em vários espaços escolares, de caráter processo e visando, sempre à melhoria do objeto avaliado.

Avaliar não é julgar, mas acompanhar um percurso de vida da criança, durante o qual ocorrem mudanças em múltiplas dimensões com a intenção de favorecer o máximo possível seu desenvolvimento.

Acompanhar, em avaliação mediadora, é permanecer atento a cada criança, pensando em suas ações e reações, sentindo, percebendo seus diferentes jeitos de ser e de aprender.

Avaliar, na concepção mediadora, portanto, engloba, necessariamente, a intervenção pedagógica. Não basta estar ao lado da criança, observando-a. Planejar atividades e práticas pedagógicas, redefinir posturas, reorganizar o ambiente de aprendizagem e outras ações, com base no que se observa, são procedimentos inerentes ao processo avaliativo. Sem a ação pedagógica, não se completa o ciclo da avaliação na sua concepção de continuidade, de ação-reflexão-ação.

A avaliação é de caráter fortemente subjetivo, comprometendo e envolvendo, sobremaneira, o professor, pois ele irá estabelecer, com cada bebê ou criança, maiores ou menores vínculos intelectuais e afetivos, o que resultará, consequentemente, em sentimentos recíprocos de cada criança em relação a esse professor, singularizando a sua forma de ser com um ou outro adulto que dela tomem conta. Isso é relevante, porque, sem a tomada de consciência do caráter de subjetividade do processo, deixa-se de refletir sobre as consequências e os riscos dos preconceitos e prejulgamentos.

Observação, reflexão e mediação

        A avaliação, portanto, envolve um conjunto de procedimentos inerentes ao fazer pedagógico.

        A observação, a reflexão e a ação, que caracterizam a avaliação continuada, ocorrem em tempos não estanques ou delimitados, podem se dar de forma simultânea ou paralela na dinamicidade que caracteriza o próprio desenvolvimento infantil.

        No conjunto de suas ações, sem que tenham tido tempo de parar para refletir, pode-se perceber a intenção delas de ajudar cada criança em suas atividades diferentes, mediando relações e dando conta da dinâmica da sala de aula: circulando entre várias crianças, falando, gesticulando, disponibilizando materiais, dando o seu apoio a quem precisa mais, sem deixar de acompanhar o trabalho do grupo durante todo o tempo.

Por que avaliação “mediadora”?

       A “avaliação mediadora”, teoria que desenvolvo desde 1981, parte do pressuposto que o que faz toda a diferença em avaliação é a postura mediadora do professor. Sem a promoção de desafios adequados, a partir do que este observou e refletiu, é altamente improvável que as crianças venham a construir “da maneira mais significativa possível” os conhecimentos necessários ao seu desenvolvimento, isto é, sem que ocorra uma ação pedagógica mediadora (desafiadora e provocativa).

       Nesse sentindo, tomo, como embasamento teórico, as contribuições das teorias construtivista e sócio interacionista que alertam sobre a importância de interferências mediadoras significativas para que a criança tenha melhores oportunidades de desenvolvimento intelectual e moral.

        A aprendizagem no sentido de desenvolvimento, para Piaget (1970;1977), pressupõe desequilíbrio, conflito, reflexão e resolução de problemas.

        Também em Vygotsky (1988;1993), o conceito de mediação é essencial em termos do desenvolvimento.

        Seus estudos sobre a noção de ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal) ressaltam a importância do papel mediador do professor e sugerem a necessidade de uma observação simultânea sobre o que a criança “já é ou conhece” e sobre tudo o que “pode vir a ser ou conhecer”.

        De acordo com Vygotsky, o professor não deve levar em conta, como ponto de partida para a ação pedagógica, apenas o que a criança já conhece ou faz, mas, principalmente, deve levar em conta suas potencialidades cognitivas.

        Em termos da mediação, tanto Piaget quanto Vygotsky fundamentam o papel insubstituível do educador em termos de processos favorecedores à construção do conhecimento e defendem a importância da interação adulto/criança e criança/criança para o seu pleno desenvolvimento no plano moral e intelectual.

  1. AVALIAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL?

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº. 9.394/96) estabelece que, “na Educação Infantil, a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental”. Essas medidas legais são louváveis porque, intensificam-se os procedimentos avaliativos nas instituições, principalmente nas das redes privadas, como forma de responder à exigência das famílias e como sinônimo de um atendimento eficaz aos seus filhos. Entretanto, na quase ausência da discussão teórica específica sobre a finalidade do processo avaliativo nessa instância educativa, essa prática acaba sofrendo sérias influências da concepção classificatória vigente na escola regular, reproduzindo práticas de aprovação/reprovação, inclusive com a retenção de crianças por dois ou mais na Educação Infantil como relata Godoi (2010).

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