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O COORDENADOR PEDAGÓGICO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO AMBIENTE ESCOLAR

Por:   •  9/6/2021  •  Artigo  •  5.333 Palavras (22 Páginas)  •  264 Visualizações

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O COORDENADOR PEDAGÓGICO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO AMBIENTE ESCOLAR

José Júnior Filho

O presente resumo traz a discussão das Relações Interpessoais, tendo como sujeito o Coordenador Pedagógico nas diversas relações existentes na comunidade escolar, sejam pais, alunos ou professores, sendo essas relações as chaves para sucesso profissional ou não de um coordenador pedagógico. Para tanto utilizou-se como suporte teórico as pesquisa de Placco (2007) e Carvalho (2006) além de referências como LBD (1996), Libâneo (2008) Lück (2008) entre outros, a fim de discutir melhor a questão da relação interpessoal no ambiente escolar. A temática traz a reflexão que, qualquer relação que o sujeito protagonista venha a ter na comunidade escolar, deverá ser uma relação cautelosa, seja com o aluno, que é sujeito singular e, por isso, não se pode ter a mesma postura com todos, seja com o professor, onde deve-se constar de uma parceria, tanto para auxiliá-lo quanto para apontar-lhe a falha não percebida pelo mesmo, seja, até mesmo, com os pais, de forma delicada, fazendo necessário, primeiramente, a conscientização do papel deles na educação de seus filhos e de sua presença na escola.

Palavras-chave: Relações Interpessoais. Coordenador Pedagógico. Professor-coordenador.

1 INTRODUÇÃO

Apesar de muitos estudos, muitos têm a ideia que o coordenador pedagógico é um fiscal de professor ou até inspetor que põe medo no aluno. Talvez esse pensamento remonte a Idade Média, quando alguém era designado para supervisionar se o aprendiz fizera o que lhe era proposto. Para tanto, Saviani relata" Isto porque a escola, via de regra, constituía uma estrutura simples, limitada à relação de um mestre com seus discípulos". A semelhança do artesanato, em que o artesão, individualmente, realizava por trabalho completo, desde a concepção até o produto final, "também na escola determinado mestre realizava o dia inteiro o trabalho de formação de seus discípulos". (Apud, FERREIRA, 2006.p.13)

Essa supervisão de trabalho ou mesmo educacional esteve também presente em vários momentos da História. Na educação no Brasil, propriamente dita, temos a figura dos Jesuítas que vieram na tentativa de cristianizar os nativos e, para isso, seguiam o Ratium Studiorum, orientações pedagógicas organizadas por Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus e que trazia claramente a ideia de um supervisor educacional atribuído a este o nome de prefeito dos estudos, que também cumulava a função de reitor.

Até o final do da monarquia, várias reformas aconteceram na educação do país e mas figura de um profissional que supervisionasse o trabalho sempre esteve presente e, chegando à República, a educação tradicional, rigorosa, como a dos jesuítas, deu lugar a Escola Nova, que propunha uma educação ativa, democrática e condizente com os interesses e necessidades da criança, o aluno passa a ser visto como sujeito do processo educativo, dando depois a origem da função de inspeção escolar e, mais tarde, do supervisor escolar e dos chamados especialistas em educação.

Com a Constituição Federal de 1988, foi implantando o regime político democrático no Brasil, e com ele as leis democráticas, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394, que vai ser homologada somente no ano de 1996, que rever a função da supervisão dando lugar a figura do coordenador pedagógico, no artigo 64, determina. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.

A formação necessária para o exercício da função de coordenador não pode apenas estar ligada ao acúmulo de títulos, precisa ser um processo reflexivo e crítico sobre a prática pedagógica. Contudo, é preciso que o os profissionais da administração escolar – seja gestor, vice-gestor, coordenador pedagógico tenha um perfil ético e uma relação saudável com professores e demais funcionários da escola, pois um líder pedagógico deve ter a sutileza no tratamento pessoal com os demais colaboradores, para conquistar a admiração e colaboração de todos os envolvidos no setor educacional.

Segundo o dicionário estimular significa: despertar o ânimo, o interesse de; encorajar, incentivar. Esta deve ser a principal ação de um coordenador pedagógico, seja no incentivo do docente, “precisa desenvolver nele mesmo, e nos professores, determinadas habilidades, atitudes, sentimentos que são sustentáculo da atuação relacional: olhar, ouvir, falar, prezar” (Apud. ALMEIDA; PLACCO, 2007.p.70).

Sendo um olhar atento aos saberes, às angústias, um olhar que entenda antes de agir; um ouvir alegre, que se coloque no lugar do outro; um falar menos acadêmico e mais humano; e um prezar que reúna a compreensão e a ação, que se colocando no lugar do outro antes de tomar qualquer atitude. Para tanto,

O supervisor não pode “queimar” a relação com os docentes. Toda relação humana autêntica se baseia na crença da possibilidade do outro, de que ninguém é melhor ou superior a ninguém. Acreditar que o outro pode mudar, que o que lhe faltou até então foi efetiva oportunidade ou percepção necessária. Este é o ponto de partida: confiar que o professor pode mudar sua visão e postura em relação à prática pedagógica. (VASCONCELOS, 2002,p.19)

Saber comunicar-se é uma necessidade natural do ser humano, como quando um bebê chora porque sente dor ou fome ou até mesmo quando os homens pré-históricos desenhavam nas paredes das cavernas o seu cotidiano. No ambiente escolar esta relação de comunicabilidade faz-se indispensável, tendo em vista que o processo de ensino-aprendizagem só é eficaz se a comunicação acontecer da melhor maneira possível entre seus sujeitos.

Neste sentido, é importante o papel do gestor no processo de formação de sua equipe, onde o mesmo é responsável por orientar e direcionar a equipe ao caminho da organização, com olhos para realidade de cada docente, incentivando todos a assumirem seu papel e estarem abertos a debates e até mesmo mudanças quando necessário.

Para tanto é imprescindível que o gestor invista na formação continuada em serviço com base na sua realidade, para melhorar o desempenho de seus profissionais e consequentemente oferecerem um bom atendimento educacional

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