O Ciclo Vital
Por: Gusalbani • 18/5/2016 • Relatório de pesquisa • 1.859 Palavras (8 Páginas) • 363 Visualizações
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RELATÓRIO - CASO CIBELE
Na Av. Manuel Ferreira Pinto nº 799 em Pirangi - SP, residiam o Sr. Mariano Albani e a Sra. Maria Ema Coracim Albani, casados, ambos aposentados.
No dia 26 de maio de 2000 faleceu o Sr. Mariano, D. Ema ficou sozinha morando no endereço acima. Deixaram quatro filhas: Eiva, Maria da Graça, Maria Tereza e Maria Inês, todas residentes em São Paulo - Capital. A partir daí começamos a nos revezar, sempre ficando uma das filhas fazendo companhia para que ela não ficasse sozinha. Quem podia ia, outra tirava férias, sempre demos um jeito para que nunca ela nunca ficasse só. Quando foi em outubro do mesmo ano trouxemos para SP onde ficou até fevereiro de 2001. Uma das filhas ficou 3 meses direto em Pirangi, depois foi a outra e assim por diante. No início de 2002 uma garota precisava de um lugar para ficar para poder estudar, foi morar com a minha mãe. Shirley o nome dela. Ajudamos como pudemos comprando roupas, calçados, material escolar e também algum dinheiro já que ela ajudava a minha mãe e inclusive dormia. Shirley ficou até meados de 2003, depois mudou para Vista Alegre do Alto. Foi então que Cibele, desempregada, começou a dormir na casa da D.Ema (só dormir) porque D. Ema não queria alguém o dia todo com ela. Todos os meses uma de nós ia para ver se estava tudo em ordem, pagar as contas, pagar a Cibele, etc.
Em maio de 2004, nossa sobrinha Ana Cristina Albani (filha de um irmão nosso falecido) se separou do marido e foi morar com a D. Ema juntamente com seus dois filhos sendo desnecessária a presença da Cibele, fomos para Pirangi para saber do acontecido e falamos com a Cibele que íamos continuar dando aquele dinheiro todo mês pois não sabíamos de quanto tempo seria a permanência da Ana Cristina naquela casa. Cibele concordou, ganhou sem trabalhar até setembro de 2005, quando minha sobrinha se mudou. Cibele retornou e continuou dormindo com nossa mãe.
No dia 30 de maio de 2006, minha mãe não passou bem. A Cibele levou até o pronto socorro, foi diagnosticado pneumonia e rapidamente nos contatou. No dia 01/Julho/2006 a filha Maria Inês foi pra Pirangi já com o aval das outras irmãs de contratar a Cibele que ainda estava desempregada, para saber se havia interesse em ficar trabalhando direto (praticamente morando lá). Oferecemos um salário mínimo, registro em carteira e férias e as folgas que a gente poderia conversar posteriormente, disse também para ela pensar e que voltasse com a mãe dela D. Isabel no caso de uma resposta afirmativa. No final da tarde apareceram as duas, concordaram com o salário e folgas posteriores mas negaram o registro em carteira que segundo a D. Isabel seria “gastar dinheiro à toa”, perguntamos porque ela não queria ser registrada ela respondeu que não queria ter na carteira de trabalho um registro de “Empregada Doméstica” mesmo assim continuamos insistindo que seria importante o registro. Enfim começou definitivamente em 01/07/2006. Nesse tempo todo oferecemos ajuda para concluir o ensino médio, ajuda que ela nunca utilizou, várias vezes oferecíamos para que aceitasse o registro e nunca tivemos êxito nas conversas. Sugerimos a ela fazer curso de cuidadora pois assim ela teria o registro sem ser de doméstica, ficava só na conversa mesmo, porque nunca ela foi atrás de nada.
Não passava mais de 30 ou 40 dias sem uma de nós ir para lá nas usando nossas férias, feriados prolongados ou mesmo as que não trabalhavam época, ficavam vários dias e todas as vezes ela ficava de folga. Então todo tempo que ficávamos em Pirangi a Cibele ficava de folga (folgas remuneradas), nunca descontamos nada do seu ordenado mensal. Todos os finais de ano Natal, Ano Novo a gente passava lá com a minha mãe, sempre que chegávamos quando tínhamos que procurar por ela dizendo que íamos embora e ela voltava. Sem contar que o mês de férias dela era de 30 dias consecutivos, ficando sempre uma de nós para cobrir as férias dela.
Salário sempre reajustado acima da lei e nunca foi pago com atraso, nunca ficamos devendo 13º salário e também férias que foram em descanso (deixamos de pagar sim todos os 1/3 de férias que é de lei).
Tivemos que aceitar muitas coisas: saía sem avisar, largava a faxina pelo meio e saía com o namorado, muitas vezes o namorado dormia com ela sem nosso consentimento, a casa vivia sempre com alguns bichinhos que trazia da casa dela, coelhos, passarinhos, ratinhos, pintinhos, porquinhos da índia, até montar um galinheiro, porque ela dizia que minha mãe gostava, porém quem cuidava éramos nós porque ela só alimentava, a limpeza ficava por conta. A gente aceitou tudo porque minha mãe gostava, estimava e defendia muito a Cibele. Então não adiantava discutir.
Quando, dia 12/abril/2014, D. Ema teve uma isquemia cerebral, ficou várias horas desacordada. Cibele nos avisou e imediatamente M. da Graça e M. Inês foram pra Pirangi. Quando chagamos já tinha voltado ao normal. Na segunda feira levamos ao médico que pediu vários exames. Desta data para cá nunca mais ela ficou sozinha com Cibele, sempre tinha uma de nós lá. Cada dia a Cibele fazia menos, sequer ela ajudava dar um banho. Alugamos cadeira de rodas, cadeira de banho, tudo para facilitar os cuidados. Continuamos a nos revezar, cada uma ficava o quanto podia, sempre largando nossas casas em SP, pagando faxineira, passagem de ida volta de ônibus. A situação começou a ficar difícil financeiramente e fisicamente. Porque já não confiávamos mais em deixar nossa mãe aos cuidados da Cibele.
No final de fevereiro de 2015 dispensamos, porque para nós ela não ajudava em nada e a despesa teria que ser cortada de alguma forma. Não questionou ser demitida, pois ela disse que queria mesmo sair, para fazer um curso de canto em Monte Alto (que segundo ela queria montar uma banda). Não voltou mais para trabalhar pois teve dengue e precisou fazer repouso (na casa dela). Em março resolvemos trazer minha mãe para SP até para dar um descanso para as filhas. Antes de viajarmos para SP marcamos para conversar e fazer um acerto. Dia 21 de março de 2015 um sábado no dia marcado apareceu Cibele e o namorado. Os participantes da conversa Cibele e o namorado e do outro lado M. Graça, M. Inês e Leonardo Albani (neto da D. Ema).
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