O Desenvolvimento Infantil
Por: danielleasf • 20/5/2022 • Resenha • 1.646 Palavras (7 Páginas) • 195 Visualizações
Desenvolvimento infantil
O desenvolvimento infantil é o processo que toda criança passa a partir do nascimento até aproximadamente 12 anos de idade e esse processo consiste no desenvolvimento de habilidades que garantem a sua autossuficiência. (QUEIROZ et al., 2006)
Piaget e Vygotsky são autores fundamentais na psicologia da educação pois definem conceitos que auxiliam o educador entender o processo de evolução do conhecimento utilizando-se a teoria interacionista. O termo interacionista já diz muito sobre a proposta de ensino, tem a ver com interação de um sujeito com os objetos de conhecimento incluídos no meio, ou seja, para uma pessoa aprender e se desenvolver, ela precisa se relacionar com aquele conhecimento e precisa estar incluída no meio onde as pessoas possam conviver e trocar experiências. Essa é a base do interacionismo, definido a partir das ideias dos autores. (QUEIROZ et al., 2006)
Piaget trabalhou mais especificamente numa metodologia dividida em faixa etária, apresentando as fases do desenvolvimento como sensório-motor, pré-operatório, pré-operatório concreto e pré-operatório formal. Dentro de cada uma dessas fases acontecem algumas mudanças comportamentais, caracterizando a evolução e amadurecimento na aprendizagem do sujeito, assim como ocorre no desenvolvimento físico, no desenvolvimento social e também no desenvolvimento afetivo-emocional. (QUEIROZ et al., 2006)
Na fase sensório-motor um bebê já percebe que seus movimentos geram ações, seja puxando um lençol ou jogando um brinquedo no chão. A faixa etária que caracteriza essa fase é de 0 a 2 anos de idade. (QUEIROZ et al., 2006)
A fase do pré-operatório, conhecida também como fase do desenvolvimento cognitivo contempla a faixa etária dos 2 aos 7 anos de idade. É definida pela capacidade do cérebro de processar e obter informações do meio em que está inserido o infante. Nessa fase a criança armazena processos como pensamento, raciocínio, memória, atenção, linguagem e resolução de problemas. Nessa etapa, apesar da criança conviver com pessoas de fora, ela ainda pensa de acordo com sua experiência individual, agindo muitas vezes de forma egoísta. Felizmente, ao tempo que vai se desenvolvendo e evoluindo, sua experiência individual vai se tornando cada vez mais coletiva. (QUEIROZ et al., 2006)
A fase do pré-operatório concreto, conhecida como fase do desenvolvimento social contempla a faixa etária dos 8 aos 12 anos de idade e é caracterizada pela troca de informações com outras crianças e adultos, passando a raciocinar quando se depara com problemas concretos
e analisa saídas para solucioná-los. Começam a entender sobre as regras sociais, senso de justiça e reciprocidade. (QUEIROZ et al., 2006)
A fase do pré-operatório formal é conhecida também como fase do desenvolvimento afetivo e a faixa etária é a partir dos 12 anos de idade. É nela que o raciocínio lógico se completa. Inicia-se a pré-adolescência, passando a lidar com questões lógicas e abstratas, adquire-se a capacidade de criar situações hipotéticas, mesmo com assuntos que nunca aprenderam, e desenvolvem possibilidades, teorias e autonomia. (QUEIROZ et al., 2006)
Essa metodologia apresentada por Piaget é muito utilizada na psicopedagogia, não para verificar o nível de inteligência, mas com a finalidade de verificar o nível cognitivo no que diz respeito a evolução das habilidades de aprendizagem do indivíduo em cada faixa etária. Em cada idade a criança possui um nível de habilidades especificas, possibilitando criar parâmetros de evolução. Tais parâmetros, quando atingidos, permitem que a criança aprenda sempre mais e melhor. (QUEIROZ et al., 2006)
Este autor também traz algumas informações extremamente importantes relacionadas ao papel do erro que devem ser abordadas em sala de aula. Sem dúvida nenhuma os educadores devem entender como uma criança pensa e a razão que a faz dar determinadas respostas. Este passa a ser um grande desafio pois, neste contexto, o professor não deve analisar apenas o contexto de certo e errado literal, mas segundo Piaget, é necessário enxergar o erro de uma maneira construtiva, que some conhecimento ao indivíduo em processo de aprendizado, afim de não descontruir a ideia que o aproxima da evolução como se espera. (QUEIROZ et al., 2006) Já Vygotsky fala do pensamento da linguagem, da infância, da cultura e resgata dois conceitos importantíssimos e fundamentais que são: mediação e zona de desenvolvimento
proximal.
Na zona de desenvolvimento proximal o sujeito está sempre cercado pelo conhecimento, de um lado está uma zona de desenvolvimento real, que é aquela construída pelo conhecimento presente, conhecimento já adquirido e do outro lado uma zona de desenvolvimento potencial que é aquela onde se deseja alcançar. A zona de desenvolvimento proximal está no meio dessas duas com a finalidade de fazer a interação entre o conhecimento já adquirido com aquele conhecimento que o sujeito pode adquirir. É nesse contexto que entra o papel do mediador, mediador das aprendizagens, mediador de desenvolvimento, que pode ser alguém com mais experiência que vai fazer a aproximação do sujeito com o mundo do conhecimento. Segundo Vygotsky o desenvolvimento proximal é um processo longo e complexo, onde a criança vai liberando gradativamente o conteúdo da memória. (QUEIROZ et al., 2006)
Jogos e brincadeiras cantadas
Segundo Piaget é de suma importância que seja oferecido ao indivíduo em aprendizagem momentos e possibilidades para seu desenvolvimento motor, com profissionais habilitados e qualificados, com materiais teóricos e lúdicos. A ludicidade deve ser vista como um instrumento capaz de melhorar o desenvolvimento infantil e complementar ao contexto teórico, através da observação do professor das aptidões, revisando as carências e dificuldades apresentadas, a fim de contribuir com o aprendizado. (LINS. 2018)
O educador deve ter como ponto central, ao propor jogos e brincadeiras como ferramenta de ensino, que estas atividades são necessárias e naturais à essência dos seres humanos. A prática deve estar imbuída de espontaneidade, colaboração, inclusão, prazer e aprendizagem. Estes aspectos são importantes para um processo de constante socialização, conhecimento e construção cultural, desviando o aluno da rotina. (LINS. 2018)
Estas atividades também contribuem para que alunos mais introspectivos se expressem melhor, ressignificando conceitos e superando obstáculos e auxiliando no enfrentamento de problemas, pois os jogos e brincadeiras sempre fizeram parte da vida extraescolar, comuns nos quintais das casas, ruas, bairros da comunidade. (RABASSI et al., 2017)
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