O Desenvolvimento Infantil
Por: andreiasth • 19/9/2023 • Trabalho acadêmico • 595 Palavras (3 Páginas) • 77 Visualizações
RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS
O desenvolvimento infantil constitui uma unidade dialética entre as duas linhas genéticas do desenvolvimento biológico e cultural, sendo que o fator decisivo no comportamento e desenvolvimento humano é a sociedade. Isto ocorre porque o desenvolvimento cultural funde, transforma e transcende as dimensões naturais do desenvolvimento infantil. Ao estudar o desenvolvimento infantil é necessário considerar a ligação entre as crianças e a sociedade, ou a posição que as crianças ocupam no sistema de relações sociais num determinado momento histórico.
Segundo Vygotsky, a situação social de desenvolvimento, ou seja, a relação estabelecida entre a criança e o meio que a rodeia, é o ponto de partida para todas as mudanças dinâmicas que se processarão no desenvolvimento durante uma determinada idade ou período, determinando plenamente e por inteiro as formas e a trajetória que permitem à criança adquirir novas propriedades da personalidade. Vygotsky, Leontiev e Erkonin observaram a estreita relação entre o desenvolvimento das crianças e a sociedade em que vivem, e consideraram as condições objetivas existentes nas crianças como o fator determinante no seu desenvolvimento.
Processos psicológicos de nível superior, como atenção voluntária, memória ativa, pensamento abstrato, planejamento, etc., nascem no processo de desenvolvimento cultural e representam uma forma de comportamento geneticamente mais complexa e superior. Uma vez que se conclui que as funções mentais superiores têm uma origem fundamentalmente cultural e não biológica, fica claro que o ensino não deve basear-se em expectativas de maturação espontânea dessas funções, mas, pelo contrário, deve ser responsável por promover o seu desenvolvimento. Torna-se evidente também que o desenvolvimento dessas funções não está garantido pelo aparato biológico e pode não acontecer em plenitude se não forem proporcionadas as condições educativas adequadas para esse desenvolvimento. Se não forem garantidos processos educativos que tenham por finalidade promover a apropriação de formas superiores de conduta, a criança não incorporará tais funções em seu psiquismo.
Para Vigotski, o desenvolvimento decorrente da “colaboração via imitação” é a fonte do surgimento de todas as propriedades especificamente humanas da consciência. Isso ocorre porque a imitação não é uma simples transferência mecânica do comportamento de uma pessoa para outra, mas significa ter uma certa compreensão do significado do comportamento da outra pessoa. Quando se trata de ensino escolar, os pesquisadores apontam que a aprendizagem nas escolas é em grande parte organizada com base na imitação. Porque na escola a criança aprende não o que sabe fazer, mas o que não sabe, e pode aprender com a cooperação e orientação do professor.
Segundo Leontiev, podemos considerar o desenvolvimento das funções psicológicas como dependente dos processos específicos envolvidos, ou seja, o desenvolvimento das funções psicológicas é processado nas e através das atividades das crianças. Fica evidente que as funções psicológicas devem ser “cultivadas” na criança pelo educador e que isso não significa submeter a criança a um treinamento mecânico. É preciso que tais funções integrem processos dirigidos por um alvo, ou seja, é preciso que seu desenvolvimento se coloque como condição para a realização da atividade pela criança. Na perspectiva da psicologia histórica e cultural, o professor é entendido como a pessoa que transmite às crianças os resultados do desenvolvimento histórico, explicita os traços da atividade humana cristalizada nos objetos da cultura, mediando sua apropriação, e organiza a atividade da criança, promovendo assim seu desenvolvimento psíquico.
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