O Estágio Diferentes Concepções
Por: Isadora Moura • 1/7/2020 • Resenha • 781 Palavras (4 Páginas) • 244 Visualizações
“Estágio Diferentes Concepções” (PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria do Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004).
Nos cursos de licenciatura existe uma fragmentação entre a teoria e prática, o estágio sempre foi identificado como a parte prática dos cursos de formação de profissionais em geral, em contraposição à teoria. Muitos alunos ao se formarem relacionam seus cursos como “teóricos” e afirmam que “na prática a teoria é outra”. Também se escuta, com frequência que o estágio tem de ser teórico-prático, ou seja, que a teoria é indissociável da prática.
A contraposição entre teoria e prática, se reflete em espaços desiguais na estrutura curricular dos cursos, uma vez que é atribuído menor importância a carga horária denominada “prática”, e isso resulta em uma desvalorização do estágio. Nos cursos especiais de formação de professores realizados em convênios entre secretarias de educação e universidades, observa-se essa desvalorização traduzida em contenção de despesas; nesse caso, as escolhas têm sido reduzir a carga horária destinada ao estágio, ou transformá-lo em ‘estágio à distância’, atestado burocraticamente, dando margem a burlas. Em relação à pesquisa essa desvalorização da prática se constitui em verbas menores a projetos aplicados, como no caso da educação.
A prática na perspectiva do modelo de imitação, será por meio da observação, imitação e reprodução. Os alunos fazem uma análise crítica do modo de agir do professor, escolhem e separam aquilo que consideram adequado ou não, e acrescentam novos modos, adaptando-se aos contextos nos quais se encontram. Porém, essa forma de aprender, não é suficiente e apresenta alguns limites, uma vez que o aluno não possui elementos para a análise crítica e apenas tenta transpor os modelos em situações para as quais não são adequados. Nessa concepção o estágio, limita-se a observar os docentes em aula e a imitar esses modelos, sem proceder a uma análise crítica fundamentada teoricamente e legitimada na realidade social em que o ensino se processa.
Pode – se constatar, em relação a formação de professores, de que o curso não fundamenta teoricamente a atuação do futuro profissional nem toma a prática como referência para a fundamentação teórica. Os currículos de formação têm-se constituído em muitas disciplinas, isoladas entre si, sem qualquer esclarecimento de sua relação com
a realidade que lhes deu origem. A restrição em relação a prática como instrumentalização técnica seria que, somente as habilidades técnicas não são suficientes para a resolução de problemas com as quais os professores vão se deparar, uma vez que a redução às técnicas não dá conta do conhecimento científico nem da complexidade das situações do exercício desses profissionais.
As autoras apontam que as oficinas pedagógicas que trabalham a confecção de material didático e a utilização de sucatas ilustram a perspectiva do “como fazer”, as técnicas pedagógicas que devem ser utilizadas em sala de aula, o manejo de classe. Essas oficinas, têm por objetivo auxiliar os alunos no desempenho de suas atividades na sala de aula, podendo ser desenvolvidas sob a forma de cursos ministrados por estagiários, voltados para a confecção de recursos didáticos. Muitas vezes, essas oficinas são utilizadas como prestação de serviço às redes de ensino, obras socias e eventos, nessa perspectiva o estagiário ocupa o lugar de mão de obra gratuita e substitutos de profissionais formados.
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