O LUGAR DA CRIAÇÃO NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO: o pensamento de Castoriadis e a relação com o tema.
Por: AlineRiffel • 26/8/2018 • Artigo • 4.726 Palavras (19 Páginas) • 213 Visualizações
O LUGAR DA CRIAÇÃO NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO: o pensamento de Castoriadis e a relação com o tema[a]
Aline Cristina Riffel[1]*
Sidinei Pithan da Silva[2]
Resumo
Este trabalho propõe investigar e compreender[b] o conceito de criação em Cornelius Castoriadis[c]. Este autor que foi um importante pensador político, crítico social, psicanalista e economista, teve suas pesquisas sempre estruturadas na questão da autonomía, trazendo importantes contribuições para[d] educação. A proposta de reflexão sobre a educação, não apenas em um sentido amplo, mas relacionado[e] a uma preocupação com a qualificação dos processos educativos e dando destaque às questões referentes ao Imaginário e à Criação Humana[f]. Trata-se de um estudo eminentemente bibliográfico, que utiliza uma abordagem qualitativa, que possibilita traçar um paralelo entre os conceitos e a obra de Cornelius Castoriadis. Traz como objetivo compreender o lugar do conceito – criação - desenvolvido pelo autor, sempre analisando suas interfaces com os processos educativos. O fato de estarmos em constante desenvolvimento e aprendizagem nos coloca diante de inúmeras possibilidades de reflexão. Castoriadis vem nos apresentar o conceito de criação como uma perspectiva de estarmos em constante reinvenção, refletindo sobre nós mesmos e sobre as inúmeras possibilidades de desafios que o social nos implica. Ao associarmos os conceitos de criação, de autonomía e de imaginário, com a prática psicanalítica, podemos perceber a proximidade com a educação e a condição de criadores do nosso próprio espaço-tempo, além de identificar como este proceso é necessário na construção do aprendizado.
Palavras-chave: Criação. Autonomia. Imaginário. Psicanálise. Educação.
TÍTULO: Subtítulo (en lengua extranjera: inglés)
Abstract
Key words: Máximo 5 palabras clave en la lengua extranjera correspondiente. Las palabras son separadas por puntos. Deben buscarse las palabras clave en “Tesauro de la UNESCO”: http://skos.um.es
Deben buscarse las palabras clave en “Tesauro de la UNESCO”: http://skos.um.es
TÍTULO: Subtítulo (en lengua oficial: guaraní)
Ñe’ȇmbyky (Resumen, en guaraní). Se apreciará este apartado para los autores paraguayos, en cumplimiento de la Ley de Lenguas No. 4251/2010.
Ñe’e tekotevéva: (Palabras claves, en guaraní)
Introdução
A pesquisa investiga o conceito de criação na obra de Cornelius Castoriadis desdobrando seus significados para a educação. Tematiza, para tanto, questões filosóficas e políticas, as quais são centrais para pensar a educação. O estudo perpassa o campo da Psicologia e da Pedagogia, caracterizando a importância deste autor e dos conceitos abordados para a educação. Não apenas em um sentido amplo de educação, mas relacionado a uma preocupação com a qualificação dos processos educativos e dando destaque às questões referentes ao Imaginário e à Criação Humana presentes na sala de aula e tão determinantes na construção do conhecimento e da aprendizagem.
O texto tematiza o lugar desse processo de criação individual e subjetiva do conhecimento e como se constitui a criação nos processos de aprendizagem desenvolvidos na educação. Para além dessas questões faz-se necessário compreender a grandiosidade das reflexões de Castoriadis acerca desta temática e sua aplicabilidade[g] na educação. A[h] importância das reflexões do autor na[i] formação do humano, de como nos constituímos enquanto seres sociais graças ao exercício da autonomia, do imaginário e da criação e da recriação desse mundo que é social e histórico.
O grande desafio da educação é proporcionar o desenvolvimento do sujeito aprendente e, consequentemente, de todos os envolvidos no projeto da sociedade. Isso se constrói a partir do estabelecimento de relações que impulsionem o aprender, segundo as perspectivas do autor, vistos como aprender a aprender, aprender a descobrir e aprender a inventar.
Trata-se de um estudo bibliográfico e interpretativo, que utiliza uma abordagem qualitativa, que possibilita traçar um paralelo entre os conceitos e a obra de Cornelius Castoriadis. Traz como objetivo compreender o lugar do conceito – criação - desenvolvido pelo autor, sempre analisando suas interfaces com os processos educativos. O autor, em seus escritos, associa os conceitos de criação, autonomía e imaginário com a prática psicanalítica e com a educação. Com isso, nos permite pensar e entender a nossa condição de criadores do nosso próprio espaço e tempo. Tarefa indispensável para compreender a construção do aprendizado, ou mesmo, a constituição da subjetividade (do eu), e do imaginário radical, na interface do imaginário instituído (do nós[j]).
O conceito de criação em Castoriadis
Cornelius Castoriadis (1922-1997) nasceu em 11 de março de 1922, em Constantinopla, mas mudou-se ainda bebê para Atenas. Filósofo, pensador político, crítico social, psicanalista e economista, exerceu importantes papéis em Paris ao longo do século XX, e em suas críticas afirmava que todo cidadão é capaz de se autogovernar e/ou autogerenciar, não necessitando de governantes, autoridades políticas ou religiosas que façam isso por ele. Sem dúvida este é o aspecto mais discutido em suas produções: a questão da autonomia. Participou ativamente em grupos de resistência à ditadura e ao stalinismo, criando, juntamente com Claude Lefort o grupo Socialismo ou Barbárie[3], que além de um grupo organizado de resistência, originou a revista com o mesmo nome. Castoriadis escreveu muitas vezes com o pseudônimo Pierre Chaulieu, principalmente quando se posicionava em relação à política para proteger-se da opressão stalinista. Desenvolveu o conceito de política e defendeu a tendência da ação autônoma como transformadora da sociedade, defendendo o socialismo. Mesmo tendo diferentes características em sua escrita, permanece inevitavelmente discutindo as questões da autonomia em todas elas e afirma sempre as questões da criação imaginária do social.
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