O Papel Da Escola Junto A Família No Acompanhamento Do Estudante Com Deficiência – Recorte De Estudos

O PAPEL DA ESCOLA JUNTO A FAMÍLIA NO ACOMPANHAMENTO

DO ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA – RECORTE DE ESTUDOS

RESUMO

A escola inclusiva, precisa buscar formas de integrar todos os alunos, objetivando uma educação inclusiva e não uma educação que exclua. Para isso é necessário que a família possa ser inserida também no dia a dia do ensino do aluno com deficiência, a fim de favorecer a construção da aprendizagem/ conhecimento sistêmico e para que as atividades pensadas para as crianças tenham êxito. Objetivo: analisar a produção científica no período de 2017 a 2022 referentes à como a escola atua junto a família no acompanhamento do estudante com deficiência. Método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, na qual foram realizadas buscas relativas a estudos sobre o papel da escola junto a família no acompanhamento do estudante com deficiência. Foram incluídos artigos completos publicados online no período de 2017 a 2022 na língua portuguesa. Na terceira fase foram analisados os resumos dos estudos, avaliados pelos revisores sua relevância para a pesquisa e excluídos os artigos que não respondiam a pergunta norteadora. Resultados e discussão: Os estudos selecionados foram realizados em diferentes estados brasileiros, demonstrando que a temática é um problema nacional no qual há busca pela melhoria da educação de qualidade para alunos com deficiência para prevenir a evasão escolar. Conclusão: o planejamento de trabalho do educador precisa ser organizado com adaptações e dinamismo, métodos e técnicas a serem aplicadas e adotadas, a fim de melhorar o relacionamento com a família, conquistar o interesse dos alunos e evitar a evasão escolar.

Palavras-chave: alunos com deficiência; escola; família.

1 INTRODUÇÃO

A família é a primeira instituição a qual a criança faz parte, por isso, ela tem papel fundamental na formação do caráter, dos valores e dos princípios que compõem a personalidade do indivíduo, mas também dever de apoiar e orientar o indivíduo nas pequenas ações do dia a dia, fazendo com que ele tenha em sua bagagem uma série de experiências que, ao longo da vida, soma-se às experiências externas conquistadas em outras instituições a qual fará parte mais tarde (PASCHOAL; MARTA, 2012). Suas responsabilidades transcendem ao âmbito material, sendo-lhes impostos deveres relativos à educação, guarda e assistência, especialmente os deveres expressos no art. 1.634 do Código Civil.

A escola provavelmente será para o indivíduo a segunda instituição mais importante, onde ele será inserido e gradualmente irá interagir com outras crianças de sua idade, outros adultos e um outro ambiente. Na escola a criança viverá diferentes experiências e emoções, porém sua família continua sendo uma instituição importantíssima ao desenvolvimento da aprendizagem e dos conhecimentos que o aluno absorveu por toda a vida (OLIVEIRA et al, 2013).

A escola inclusiva, precisa buscar formas de integrar todos os alunos, objetivando uma educação inclusiva e não uma educação que exclua. Para isso é necessário que a família possa ser inserida também no dia a dia do ensino do aluno com deficiência, a fim de favorecer a construção da aprendizagem/ conhecimento sistêmico e para que as atividades pensadas para a criança tenha êxito (COLL, PALACIOS e MARCHESI, 2004, p. 27). Ademais, alguns dos desafios encontrados pela instituição escola na integração da família é o grande contingente de responsáveis sem formação ou recursos para realizar a educação continuada, mas também o desinteresse em contribuir com o desenvolvimento do aluno com deficiência.

A posição da maioria do pessoal da escola a respeito da viabilidade ou não de os pais ajudarem em casa pode parecer, à primeira vista, contraditória, já que, ao mesmo tempo em que acreditam na impossibilidade da ajuda, em vistas das condições de vida dos pais, reclamam da ausência dessa ajuda. Mas o fato é que, se reconhecem as dificuldades advindas de suas condições materiais de existência, consideram que há um mínimo a ser feito. (PARO·, 2000, p.48).

Quando ocorre a parceria família escola, provavelmente os caminhos a percorrer pelas crianças se tornam mais simples. Tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas peculiaridades que a diferenciam da escola, e necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança; no entanto, ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo (Parolin, 2003, p. 99).

O aluno com deficiência é uma pessoa com anseios, medos, curiosidades, desejos e acima de tudo necessita de independência e liberdade para buscar sua autonomia, sendo a família e a escola são facilitadores cruciais para suas conquistas. Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar; é sobretudo formar a autonomia do sujeito histórico competente, uma vez que o educando não é o objetivo de ensino, mas sim sujeito do processo, parceiro de trabalho, trabalho este entre individualidade e solidariedade (DEMO, 1996, p. 16, apud CRUZ, 2009, s.p.).

A temática definida é de extrema importância, pois está presente assiduamente em diversas discussões desenvolvidas acerca do ensino e alfabetização de crianças com deficiência. O estudo também contribui para a comunidade científica, uma vez que permitirá melhor conhecimento do desenvolvimento e acesso das crianças na escola, no que diz respeito a transporte e colaboração familiar, podendo auxiliar no planejamento de políticas e ações de incentivo à educação e valorização das crianças com deficiência, além de ser de suma importância para a criação de novos objetos de estudos e pesquisas acerca desse tema. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi analisar a produção científica no período de 2012 a 2022 referentes à como a escola atua junto a família no acompanhamento do estudante com deficiência.

2 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

2.1 Legislação da Educação Inclusiva – o papel de responsabilidade da família

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – ferramenta que assegura as políticas públicas fundamentais para o crescimento saudável da infância e juventude – as crianças têm direito a educação - focada no desenvolvimento integral do indivíduo, assegurando a igualdade de condições para acesso e permanência na escola, direito a ser respeitado pelos educadores e a ferramentas justas para avaliação e participação de atividades - e a gratuidade e qualidade no ensino. O ECA, sob a Lei nº 8.069/90, caracteriza crianças como “sujeitos de direitos”, discutindo, assim, os direitos fundamentais das crianças abordadas no Capítulo II, Art. 16, Inciso IV, garantidos pela família, comunidade, sociedade no geral e poder público (BRASIL, 1988; ECA, 1990).