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O Papel do Professor e do Ensino na Educação Infantil

Por:   •  16/11/2022  •  Resenha  •  937 Palavras (4 Páginas)  •  179 Visualizações

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“O papel do professor e do ensino na Educação Infantil: a perspectiva de Vigotski; Leontiev e Elkonin”.

O presente texto tem como objetivo buscar e avaliar as relações entre desenvolvimento infantil e o ensino realizado nos períodos iniciais de 0 a 6 anos, onde são introduzidas as obras de autores selecionados com conteúdo voltado para a psicologia histórico-cultural, sendo feita a busca para identificação da concepção geral de desenvolvimento em que opera o ensino escolar, utilizando as obras de Vigotski, Leontiev e Elkonin. É que ao analisar a literatura contemporânea voltada a educação infantil e sua veia antiescolar que tem seus pilares negacionistas sobre o ato de ensinar, torna –se necessário uma investigação pautada por hipótese onde a produção teórica dos autores da psicologia histórico – cultural é sustentada pela defesa do ensino como sendo um elemento essencial para o trabalho desempenhado pelo professor que atua diretamente com as faixas etárias de até 6 anos. No entanto, os resultados apresentados e suas conclusões fundamentais tem como foco os papéis do educador e do ensino. Desta forma, as questão levantadas na literatura contemporânea de que a educação para crianças é vista basicamente como uma ferramenta assistencial ou preparação do aluno para o ensino fundamental, não tendo um valor próprio. Todavia, os debates relacionados a função do ensino para crianças de 0 a 6 anos, obteve a conclusão de que o propósito e cuidar e educar, tirando o ensino como objetivo e direcionando para as relações educativas para um espaço de convívio coletivo, tendo a criança como sujeito

No entanto, para Vigotski,  não se pode utilizar, como principal determinante, a biologia para explicar o desenvolvimento da criança, sendo esse desprovido de leis naturais universais pré-definidas pela genética e dado em um contexto social e cultural. Leontiev e Elkonin tem pensamentos parecidos ao concordarem que é preciso levar em consideração, principalmente, a relação da criança com o meio e que a mesma é exclusiva para cada situação. Sendo a definição de cultura, por Vigotski, tudo que foi criado e modificado pelo homem na natureza, ele afirma que nesse processo de transformação do meio, o homem acaba transformando sua própria conduta e que o domínio de tal conduta (como a atenção voluntária, por exemplo) é caracterizado por uma função psicológica superior exclusiva dos seres humanos. Esse domínio é dado pela significação (criação de signos) e o principal signo é a linguagem, tendo, então, grande importância no desenvolvimento psicológico. A significação é uma característica primariamente social que depois é transferida para o interior do indivíduo, e esta é a lei genética geral do desenvolvimento cultural, que o caracteriza como uma operação organizada. Leontiev e Vigotski concordam, então, que as aptidões exclusivamente humanas, são adquiridas pela criança após introdução de signos e apropriação cultural, não sendo transmitidas biologicamente. A apropriação cultural só é dada com a mediação de outro indivíduo, sendo caracterizada por Leontiev como educação. Logo, o ensino, como agente educador, não pode se basear na maturação espontânea da criança nem na hereditariedade das funções psíquicas superiores, mas na promoção de condições e signos para que as mesmas se formem. Sem necessariamente estar sincronizada com as etapas desenvolvimento, a aprendizagem deve atuar na zona de desenvolvimento potencial (ZDP), no que ainda não está maduro, estando a frente e impulsionando o desenvolvimento. A imitação é trazida por Vigotski como principal ferramenta da aprendizagem para o desenvolvimento, apesar de atualmente ser considerada prejudicial no contexto pedagógico. Porém é preciso que a criança entenda a conduta para depois imitá-la, logo ela está limitada a suas potencialidades intelectuais. Para que o desenvolvimento atinja seu potencial total, Leontiev diz necessário que na criança sejam cultivadas as funções psicológicas com devida orientação e organização da atividade da mesma, indo além de um treinamento mecânico. Essa perspectiva, defendida por Vigotski, Leontiev e Elkonin, nega os métodos passivos de educação e assume ao educador um papel diretivo. Elkonin reforça que essa organização deve adequar a aprendizagem às peculiaridades de cada período do desenvolvimento, sem que o educador deixe de atuar na ZDP. Ao discursar sobre os estágios do desenvolvimento, primeiro é afirmado que sua mudança não é somente quantitativa, ou seja, uma evolução em graus, mas também qualitativa, muda-se o tipo de relação da criança com o meio, e essa mudança, mesmo que brusca, não será acompanhada por crises se for adequadamente dirigida. Tais estágios são determinados pelo desenvolvimento de uma atividade principal, que irá auxiliar o surgimento de outros tipos de atividade. A atividade principal do primeiro ano de vida seria a comunicação emocional direta, seguida pela objetal manipulatória, na qual o adulto impulsiona o domínio da linguagem, essencial para a colaboração entre adulto e criança na atividade. De três a seis anos, geralmente, a atividade principal é o jogo de papéis, onde as crianças aprendem sobre as relações sociais e se adéquam a seus papéis. Nesse estágio é essencial que a realidade social da criança seja ampla e que o educador saiba controlar o jogo pela seleção dos temas e acessórios utilizados, sem suprimir sua criatividade e independência. Nessa idade pré-escolar, a instrução da criança se dá por meio das brincadeiras, que são as atividades principais dessa fase. Ao entrar na idade escolar, atividade principal muda para a atividade de estudo. Para entrar na fase escolar alcançando seus objetivos, a criança precisa ter tido um desenvolvimento infantil bem direcionado e que a tenha ensinado a pensar por meio de esforços mentais. Elkonin defende ainda que essa mudança seja feita de maneira orgânica e vinculada. No texto, chega-se a conclusão que Vigotski, Leontiev e Elkonin defendem o ensino no desenvolvimento de crianças pequenas por meio da intervenção consciente do educador.

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