O Projeto de Mestrado

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UERJ

CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃOPROCESSOS FORMATIVOS E DESIGUALDADES SOCIAIS CURSO DE MESTRADOACADÊMICO

Candidato:

Turma: 2021

A RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA E SUA FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA NA FORMAÇAO DO DOCENTE DO ENSINO BÁSICO

Linha Formação de professores, História, Memória e Práticas Educativas.

Possível orientadora:

2020

1. Questões

Como a residência pedagógica, entendida aqui como uma formação continuada dos docentes, pode melhor auxiliar esse docente iniciante em sua prática? É possível formar um profissional docente de maneira ampla e eficiente, sem a prática efetiva da regência? Qual é a forma mais efetiva de fazer a transposição do saber teórico adquirido na academia para a prática docente?

2. Objetivos

        2.1. Objetivo Geral

- Investigar a influência da Residência Pedagógica na formação inicial do docente.

        2.2. Objetivos específicos

- Analisar e comparar os diferentes modelos de Estágios supervisionados e Residências pedagógicas.

- Pesquisar sobre a melhor aplicabilidade de diferentes teorias pedagógicas.

- Compreender diferentes realidades socioeconômicas presentes em diferentes instituições de ensino e como as mesmas influem na formação do docente e na sua inserção na prática profissional.

3. Justificativa

         A formação inicial do docente é um dos pilares de um sistema educacional saudável e eficiente, e parte dessa formação é, sem dúvidas, o estágio supervisionado ou a residência pedagógica, onde o futuro docente pode vivenciar as dificuldades que só a práxis pode proporcionar, levando em conta as discrepâncias dos quase inumeráveis contextos educacionais.

        Nesse sentido, é fundamental que se pesquise as oportunidades de práticas oferecidas pelas universidades, umas vez que as mesmas podem redirecionar o dialético fazer pedagógico relacionando teoria e prática, ampliando metodologias e modificando pensamentos e atitudes.

        Nas atividades supervisionadas é onde é possível avaliar alguns aspectos que são de difícil análise em um ambiente tradicional de sala de aula na universidade. É neste tipo de experiência formativa que conseguimos medir a criatividade, independência, capacidade de reavaliar metas, além, claro, da habilidade de transformar saber teórico em fazer prático.

        A dificuldade que muitos professores têm no seu primeiro ano de trabalho, por conta da diferença entre a realidade e o que eles esperam dela, o distanciamento que por vezes acontece entre as Instituições de Ensino Superior (IES) e o Ensino Básico e a recente organização da Residência pedagógica como um programa governamental, talvez sejam as maiores justificativas para essa pesquisa, tendo ela relevância social, uma vez que tem potencial de colaborar com a formação ampla do futuro docente.

4. Referencial teórico-metodológico

        

O programa de Residência Pedagógica, ofertado pela Capes, é relativamente novo, tendo seu início com a portaria GAB nº 45, de 12 de março de 2018, que pretende

“Regulamentar, no âmbito da Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica (DEB), na forma do Anexo I, a concessão de bolsas e estabelecer o regime de colaboração no Programa de Residência Pedagógica e no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid).” (BRASIL, 20180).

        Isso se deu por conta de uma recente organização educacional em nível nacional, com a nova BNCC de 2017, gerando novas situações e necessidades a serem resolvidas e acolhidas. Surgindo assim, o programa para “Aperfeiçoar a formação dos discentes de cursos de licenciatura, por meio do desenvolvimento de projetos que fortaleçam o campo da prática e conduzam o licenciando a exercitar de forma ativa a relação entre teoria e prática profissional docente.” (BRASIL, 2018)

        Faz-se notória, a necessidade de tal aperfeiçoamento uma vez que

[...] nota-se uma grande insatisfação, tanto por parte das instâncias políticas como da classe docente em exercício, acerca da capacidade de resposta das actuais instituições de formação às necessidades da profissão docente. As críticas que as consideram como tendo uma organização burocratizada, em que se assiste a um divórcio entre a teoria e a prática, uma excessiva fragmentação do conhecimento ensinado, um vínculo tênue com as escolas, estão a fazer com que algumas vozes proponham a redução temporal da formação inicial e o incremento da atenção dada ao período de inserção profissional dos professores. (GARCIA, 2009, p. 13).

        Essa prática como formação continuada, deve ser entendida como um espaço de reflexão constante, sobre o que tenho de arcabouço teórico e como estou inserindo-o em meu fazer profissional, através de 

[...] atividades que possibilitem o conhecimento, a análise, a reflexão do trabalho docente, das ações docentes, nas instituições, a fim de compreendê-las em sua historicidade, identificar seus resultados, os impasses que apresentam as dificuldades (PIMENTA e LIMA, 2011, p. 55).

        Todavia, não podemos deixar de levar em conta que

O profissional mede a distância entre o que imaginava e o que está vivenciando, sem saber ainda que este desvio é normal, não tem relação com sua incompetência, nem com sua fragilidade pessoal, mas que está ligada à diferença que há entre a prática autônoma e tudo o que já conhecia. (PERRENOUD, 2002, p.18-19)

        Lecionar se torna complexo ao percebermos a necessidade, não só de saberes anteriores ao momento presente, mas também a fundamental habilidade de tomada de decisão rápida às situações que se quer foram imaginadas. Como nos elucida Tardif,