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O SENSO COMUM NO ENSINO DA BIOLOGIA

Por:   •  15/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.283 Palavras (6 Páginas)  •  216 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO - CAMPUS SÃO LUÍS MONTE CASTELO - IFMA

DIRETORIA DE ENSINO SUPERIOR - DESU

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – DHS

CURSO DE LICENCIATURA EM BIOLOGIA

HISTÓRIA E FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO I

NATHALYA RAQUEL SAMPAIO E SAMPAIO

PEDRO VICTOR DE OLIVEIRA FERREIRA

O SENSO COMUM NO ENSINO DA BIOLOGIA

Trabalho apresentado à disciplina História e Filosofia da Educação para fins de avaliação da Etapa 1, período letivo 2021.1. Sob a orientação do Prof. Dr. Alberes de Siqueira Cavalcanti.

O senso comum abrange essencialmente o conhecimento mais superficial que é adquirido pelas pessoas a partir dos costumes e das experiências acumuladas ao longo da vida. Também conhecido como conhecimento empírico, ele é definido por Luckesi (1994, p. 94) como o entendimento que as pessoas possuem da vida. Para ele, essas compreensões constroem uma visão de mundo fragmentária e que, por muitas vezes, é contraditória. Dentro do ensino da biologia o senso comum pedagógico é o conhecimento dominante.

Em primeira análise, deve-se ressaltar que a prática pedagógica dentro do ensino da biologia pouco tem levado em conta o método crítico. Na maioria das vezes ela se fundamenta no senso comum sobre o que seja conhecimento e o seu processo. Como destacam Junior e Barbosa (2009, p. 01):

É notável que uma forma didática tradicional, especialmente na área biológica, com muitas técnicas pouco ou totalmente ineficazes, torna o ensino monótono, desconexo e desvinculado do cotidiano do aluno. Gera-se, dessa forma, conhecimentos equivocados e confusos sobre vários temas das ciências biológicas, tendo por consequência um ensino pouco eficaz, que por vezes pode até confundir ainda mais os conhecimentos científicos que o aluno já possui.

Ou seja, a atividade de docência se tornou uma rotina comum, como Luckesi (1994, p. 97) ressalta quando diz que:

"Em geral, e a não ser numa minoria de casos, parece que o senso comum é o seguinte: para ser professor no sistema de ensino escolar, basta tomar um certo conteúdo, preparar-se para apresentá-lo ou dirigir o seu estudo; ir para uma sala de aula, tomar conta de uma turma de alunos e efetivar o ritual da docência: apresentação de conteúdos, controle dos alunos, avaliação da aprendizagem, disciplinamento etc".

De certa forma existe uma crença na qual se alicerça a prática didática, baseada na ideia comum, de que o educando é um ser dependente do educador e que deve aprender até o que deve responder, ou seja, deve se moldar ao que o professor propõe a ele. Essa forma de doutrina faz com que o aluno se atenha a respostas prontas, inibindo-o de adquirir independência para buscar conclusões próprias. Luckesi (1994, p. 102) declara, ainda, que “O senso comum pedagógico manifesta um entendimento idealista do que seja conhecimento. É como se o conhecimento não tivesse história e não contivesse acertos e erros.”

Processo esse que faz com que muitos considerarem que o educando é um ser incapaz de criar e que ele deve sempre reter e repetir os conhecimentos e não os inventar. Embora existam reclamações constantes de que os alunos não exercitam sua criatividade ou, além disso, que tenham preguiça de utilizá-la, a ação educacional, em uma grande parcela, está pautada pela convicção de que o aluno é incapaz de criar e, em casos mais extremos, de que é um sujeito inválido do ponto de vista intelectual.

É certo que Luckesi (1992, p. 140) afirma que o conhecimento empírico relacionado à prática pedagógica é importante dentro de sala de aula, pois:

[...] às vezes temos que partir da experiência cotidiana dos nossos alunos para elevá-la a um patamar mais crítico e complexo de entendimento. Outras vezes, temos que partir do próprio conhecimento acumulado pela humanidade através do método da exposição. Em ambas as perspectivas de ensino e de aprendizagem, o objetivo deverá ser permitir ao educando a apropriação de formas e modos de entendimentos que lhe possibilitem um nível novo, mais coerente, consistente e universal de análise e compreensão do mundo.

No entanto, ele destaca também que “Cada um de nós necessita elevar sua capacidade de formalização e de abstração, adquirindo níveis cada vez mais complexos” (LUCKESI, 1992, p. 140).

Diante do fato de analisarmos que as temáticas escolares dentro do ensino da biologia nem sempre compreendem os melhores e mais avançados resultados do trabalho científico e perante o exposto de que esses mesmos conteúdos estão impregnados de posturas valorativas e doutrinárias, é preciso vislumbrar que o conhecimento empírico educacional não deve ser abordado como um limite, mas sim como um ponto de início, a introdução, ambicionando algo muito maior, pautado no conjunto de procedimentos que fundamentam o conhecimento científico, tão importante para o estudo das ciências biológicas.

Outrossim, Luckesi (1994, p. 117) afirma que, ao longo do tempo, há um acúmulo espontâneo de experiências no dia-a-dia do educador escolar, resultando em um senso comum adquirido como base, e descartando a ideia de uma filosofia criticamente construída. Sendo assim, nota-se que a atividade docente do educador, muitas das vezes, se resume a uma rotina comum e padronizada, onde, nas salas de aulas, o educador expõe regras e conceitos, e o educando tem somente o dever de gravá-los. Este ritual da docência, consequentemente, constrói uma consciência prática e conduz a um agir prático.

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