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O TRABALHO NA ESCOLA, A EXPLORAÇÃO DO PROLETARIADO E A OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA Priscila Zorzan

Por:   •  9/5/2016  •  Artigo  •  2.383 Palavras (10 Páginas)  •  479 Visualizações

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O TRABALHO NA ESCOLA, A EXPLORAÇÃO DO PROLETARIADO E A OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

Priscila Zorzan

Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Resumo: Objetiva entender, por meio da pesquisa bibliográfica realizada em autores como Carvalho, Marx, Pistrak, Shulgin, Smith e Tonet, quando e porque surgiu a divisão do trabalho e quais são suas contribuições para a exploração da classe trabalhadora, entendendo como tudo isso se reverteu para o consumo em excesso, fazendo com que as pessoas comprem produtos, não para satisfazer suas próprias necessidades, mas para suprir apenas um desejo. Busca compreender ainda, como surgiu o trabalho dentro da escola e como este pode auxiliar no desenvolvimento do indivíduo. Conclui que é necessário que as escolas utilizem o trabalho social útil, pois dessa forma as crianças entenderão que todo benefício da comunidade em que estão inseridos podem ser construídos por eles mesmos, sem necessidade de degradação da natureza.

Palavras-chave: Exploração; Trabalho social; Escola.

Introdução

O trabalho social é todo trabalho útil, que auxilie a sociedade e contribua para o seu crescimento. Esse trabalho pode ser utilizado pela escola para que as crianças aprendam o seu valor e a importância de seu trabalho dentro da comunidade em que está inserida. O excedente do trabalho faz parte das criações capitalistas. O aperfeiçoamento das forças do trabalho, a habilidade e destreza que o trabalho é realizado resultam da divisão do trabalho. No século XIX, surge a obsolescência programada. Com a indústria o consumo aumenta e perde o controle. As pessoas consomem não por necessidade, mas por próprio prazer. Isso causa inúmeros problema, como os ambientais, pois os recursos naturais são finitos.

A Alienação produzida pela Divisão do Trabalho

No século XIX foram criadas leis que legalizavam o trabalho e suas pausas, ou seja, a hora que o trabalhador tinha que produzir e a hora que era para sua refeição, descanso, entre outros.

As modificações no modo material de produção e as correspondentes modificações nas relações sociais dos produtores deram origem, primeiro, a abusos desmedidos e provocaram, em contraposição, o controle social que regula, uniformiza a jornada de trabalho e suas pausas, limitando-a legalmente (MARX, 1989, p. 340).

A divisão do trabalho é fundamentada entre a divisão do campo e da cidade. Ela depende do número de habitantes de cada lugar. A produção e a circulação de mercadorias fazem parte da produção capitalista. A divisão do trabalho tem atingido um grau de desenvolvimento, e com isso, surge a separação social do trabalho. Para melhorar a divisão do trabalho na manufatura a produção é dividida em várias partes.

O que caracteriza a divisão do trabalho na manufatura é o que é produzido em conjunto, que transforma-se em mercadoria. A divisão do trabalho na sociedade se caracteriza por compra e venda dos produtos.

Na sociedade antiga, a diferença se desenvolveu de forma natural, tendo de um lado uma organização social de trabalho e de outro sem divisão do trabalho. Há comunidades que produzem suas próprias mercadorias, que não são chamadas assim porque não são comercializadas, mas são trocas em conjunto. O excedente dessa produção que vira mercadoria. Mas também há atividades domésticas, como tecer e fiar. Então os habitantes têm suas colocações: o habitante principal é o juiz, policial e o cobrador de impostos. O contador é quem cadastra e registra a atividade agrícola. O guarda de fronteira que protege, entre outros.

A estrutura econômica da sociedade não é afetada pelo mundo político. Na Idade Média um mestre artesão não poderia se tornar um capitalista, e só podia contratar companheiros do mesmo oficio. O comerciante podia comprar produtos, mas não força de trabalho. O trabalhador e seus meios de produção continuavam unidos, sendo assim, não tinha base da manufatura, que é a separação destes.

A divisão do trabalho é inerente às formas econômicas da sociedade e a divisão do trabalho na manufatura é uma criação do modo capitalista.

Vários trabalhadores com um único capital e o ponto de partida da manufatura. A manufatura torna o trabalhador disciplinado e cria uma hierarquia entre essa classe. A cooperação simples não modifica o trabalhador, já a manufatura o leva a desenvolver uma habilidade parcial. No século XVIII, as manufaturas contratavam sujeitos para trabalhos simples, pois com essas ocupações não teriam tempo para exercitar sua inteligência.

Para Smith (2003), o saber e o trabalho se separaram, e a ciência está contra ele também. A subdivisão do trabalho assassina o homem.

A divisão manufatureira cria uma organização social do trabalho, dando uma nova força produtiva do trabalho. A manufatura como forma capitalista é um método de adquirir mais valia através do trabalhador, criando uma “riqueza social”, cria força produtiva para o capitalista e não para o trabalhador, deformando a produção individual.

Carvalho acredita que com a industrialização o trabalho manual foi separado do intelectual. E para que haja mais lucros é necessário um controle produtivo, ou seja, é preciso economia de tempo do trabalhador e aumento da produtividade. Assim as mudanças no trabalho passaram a ser produção em série. No momento em que predomina o taylorismo/fordismo, Fayol estabelece alguns princípios para a organização de qualquer tipo de empresa, sendo a divisão do trabalho e a especialização dos empregados, algumas delas. Com isso, haviam vários trabalhadores num único local, cada um com uma única tarefa, onde o trabalhador deveria saber fazê-la o mais rápido possível e com habilidade.

Sobre isto, Tonet ressalta que a separação do trabalho manual do intelectual gera a dominação, pois o proletariado não tem acesso ao conhecimento de todo o processo de produção.

Com a indústria, também surgiu, na década de 20, a obsolescência programada, pois com as máquinas a capacidade de produção era muito maior. Esse termo consiste em afirmar que os objetos e materiais devem ter uma vida útil mais curta, então há a necessidade de que o consumo aumente. A partir dos anos 50, esse termo é usado pela primeira vez nos EUA, no qual também afirmavam que as pessoas estavam consumindo maior número de produtos para satisfazer a própria vontade. Os donos de indústrias e os próprios empregados também eram a favor da vida útil dos objetos, pois os fabricantes ganhariam cada vez mais, e os trabalhadores tinham seu emprego garantido.

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