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O UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

Por:   •  15/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.375 Palavras (6 Páginas)  •  199 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO E

HUMANIDADES

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ /

UAB

Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD

Avaliação Presencial 1 (APX1) – 2020.2

Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental

Coordenadora: Profa. Helena Feres Hawad

Aluno: Laura Dantas Ferreira

Matrícula: 20112080472 Polo: Itaguaí

INSTRUÇÕES

 Esta prova contém um texto e oito questões, no total de quatro páginas

(incluindo esta página com cabeçalho e instruções).

 Digite suas respostas no próprio arquivo da prova (em Word) após o

enunciado de cada questão.

 Ao terminar de responder e revisar todas as suas respostas, salve o

arquivo em formato PDF e entregue por meio da ferramenta

especialmente criada para essa finalidade na sala de aula virtual da

disciplina.

 Observe o prazo para entrega da prova. Nenhuma prova será aceita

após o fim do prazo, em nenhuma hipótese. É recomendável fazer a

postagem com antecedência para evitar contratempos na última hora.

 Depois de postar seu trabalho, saia da ferramenta, entre novamente,

abra o arquivo enviado e verifique se está correto. Até o fim do prazo,

você poderá excluir o arquivo e fazer nova postagem, caso note algum

erro no envio. Provas enviadas por engano (arquivos em branco, provas

de outras disciplinas, ou outros trabalhos quaisquer) receberão nota

zero.

 A prova é individual. É permitida a consulta a materiais de estudo, mas

não a pessoas. Casos documentados de cópia (“cola”) receberão nota

zero.

BOM TRABALHO!

CONSIDERE O TEXTO ABAIXO PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES DA 1 À

7. A QUESTÃO 8 INDEPENDE DESSE TEXTO.

Preferimos crer que outros doutrinam crianças, mas nós as deixamos

'livres'

Para evitar que seja doutrinação, podemos exigir que ideias e crenças sejam

apresentadas com suas versões discordantes

Contardo Calligaris

É um fato que sempre me surpreende: os que pensam diferente da

gente foram doutrinados; os que pensam como nós não sofreram nem sofrem a

influência de nenhum doutrinador.

Por exemplo, chega um menino de oito anos jurando que, se ele se

explodir na praça do mercado, será amado pelo profeta e obterá a devoção

sexual de 40 virgens. Mesmo se você for muçulmano, achará estranho que, por

conta própria, uma criança ache interessante a perspectiva de brincar com 40

virgens. Não seria mais com 40 bonecos Playmobil?

Outro exemplo. Uma turma do ensino fundamental conclama que, pelas

leis do materialismo dialético, estamos nos encaminhando inelutavelmente para

uma sociedade sem classes, e o partido, com seu “grande líder”, dirige nossa

marcha, de tocha levantada. Você vai supor que a tal turma estude numa

Coreia do Norte ou outro resto anacrônico do socialismo real, onde as crianças

seriam doutrinadas até todas repetirem as mesmas palavras de ordem (que,

aliás, se tornaram vazias de tanto serem repetidas).

Outro exemplo ainda. Uma criança de dez anos nos diz que só existe um

Deus (o “nosso”, claro), o qual mandou o filho entre a gente para nos redimir

dos pecados, mas, mesmo assim, se pecarmos (seja lá o que isso for), ele vai

nos jogar no inferno para a eternidade. Será que a gente teria a cara de pau de

considerar que esse menino não foi doutrinado por ninguém? E que seu

sistema de crenças seria “natural”, espontâneo, isento das catequizações pelas

quais passaram as crianças dos primeiros exemplos?

Suponho que meu leitor, mesmo sendo cristão, admitirá que a criança do

último exemplo não é mais sábia que as outras, nem menos doutrinada.

Mas não é isso que acontece na vida cotidiana. Em geral, preferimos

pensar que os outros doutrinam as crianças, enquanto a gente as deixa “livres”

para construírem sua própria visão do mundo, “autêntica” e “natural”, não

induzida pela influência dos adultos.

Jean-Jacques Rousseau, no “Émile”, de 1762, sonhou com uma

educação em que o saber vingaria como uma flor nas crianças, sem elas

precisarem de jardineiros. Os homens sonham com isso há mais de dois

milênios.

Heródoto, o historiador grego do século 5º antes de Cristo, fala de uma

tentativa de descobrir qual língua as crianças falariam “naturalmente”,

...

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