O jogo peteca descrito nas três dimensões Conceitual, procedimental, e atitudinal
Por: Phillip Félix • 7/6/2020 • Trabalho acadêmico • 1.077 Palavras (5 Páginas) • 1.470 Visualizações
Com base nas leituras propostas para este ciclo de estudos, escolha um/a jogo/brincadeira que não esteja indicado/a na Unidade 3 do Caderno de Referência de Conteúdo "Jogos e Brincadeiras I" e descreva-o/a nas três dimensões do conteúdo. O exemplo indicado na página 105 com o jogo Amarelinha nos apresenta uma proposta de trabalho nas três dimensões:
• Conceitual: qual sua origem? Como podemos modificá-lo?
• Procedimental: praticar o jogo original. Experimentar as propostas de alterações que forem surgindo.
• Atitudinal: há colaboração durante o jogo amarelinha? De qual tipo? Podemos jogar com outras pessoas? Como ajudar para que o jogo se realize? E, se houver alguma criança com deficiência visual, como incluí-la? (COLPAS; RANGEL, 2014, p.105).
O jogo que que selecionei para análise neste trabalho é a “Peteca”. Escolhi esse jogo pela proximidade que tenho com ele e pelo meu histórico de longa data com o jogo (acredito que não só eu). Este jogo será analisado dentro de três dimensões: Conceitual, Procedimental e Atitudinal.
Dentro da dimensão Conceitual, podemos trabalhar a origem através de uma pequena história oral, levando algumas imagens de diversos pessoas jogando peteca ao longo do tempo. Como sou professor de língua portuguesa, iniciaria explicando o significado etimológico, isto é, o significado original da palavra: segundo o site “Origem da Palavra” a palavra vem do Tupi PETE’KA, que significa “bater com a palma da mão”, depois de um tempo, além de ser de onde veio o nome do jogo, acabou se tornando o nome do objeto utilizado. Portanto este jogo é proveniente de cultura indígena brasileira.
Segundo o site “Peteca Pro” os índios brasileiros, durante suas atividades de recreação, utilizavam esse jogo paralelamente a outras atividades, tais como rituais, festas, cantos e histórias. O site também afirma que
[...] ela era utilizada pelos índios como atividade esportiva para ganho de aquecimento corporal durante o inverno, tendo como centro as tribos localizadas no estado de Minas Gerais. Inicialmente era um brinquedo confeccionado artesanalmente com penas de aves, palha de milho e pequenas pedras e fazia parte do folclore mineiro.
Assim como os indígenas utilizavam o jogo para aquecimento corporal, segundo Kishimoto (2010), com o passar do tempo o brinquedo acabou se tornando um apetrecho de inverno no Brasil, além disso seu uso coincidiu com a colheita de milho (material até hoje utilizado em cidades mineiras, ao exemplo da minha cidade Esmeraldas/MG) e com as festas juninas de Santo Antônio, São João e São Pedro.
Até os anos 1940, em Minas Gerais, a peteca não era vista como um jogo, apenas uma brincadeira. A partir dessa época começaram a surgir regras e também surgem as primeiras padronizações do objeto: quatro penas brancas presas a uma base e ligadas a uma base feita com várias camadas finas de borracha (PETECAPRO, 2017). Ainda segundo esse mesmo site
Em 1978, o Movimento Brasileiro de Alfabetização lançou um livreto intitulado “Vamos Jogar Peteca”, uma publicação dos técnicos do Centro Cultural e do Grupo Executivo da Campanha “Esporte Para Todos” (GECET), do Ministério da Educação. Posteriormente, também a Secretaria de Educação Física e Desporto do MEC fizeram suas colaborações.
Finalmente, em 27 de agosto de 1985, o Conselho Nacional de Desporto (CND) reconheceu o jogo de peteca como esporte, por solicitação da FEMPE – Federação Mineira de Peteca e em 1986, a CBDT (Confederação Brasileira de Desportos Terrestres) criou seu departamento de peteca (IBIDEM)
Existem regras oficiais desde 2010, estabelecidas pela Confederação Brasileira de Peteca – CBP, de como se joga peteca, mas para se jogar, por exemplo, em uma aula de Educação Física, não precisamos seguir estritamente todas as regras. Podemos ir para além disso, podemos modificar a forma de jogar para tratar mais sobre diversidade dentro da escola.
Dentro da dimensão Procedimental, uma forma de dar continuidade a essa aula seria aproveitar que o objeto do jogo é muito simples e de fácil confecção. Então, inicialmente, confeccionaríamos algumas petecas. Os materiais necessários poderiam ser vários: poderíamos fazer com palha de milho (aqui no agreste pernambucano milho é algo muito próximo de todos). Caso não tivéssemos palha de milho, poderíamos fazê-la de TNT e papel amassado.
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