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OS PRIMEIROS PASSOS NA CONSTRUÇÃO DAS IDEIAS EM PRATICAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  9/4/2017  •  Resenha  •  1.883 Palavras (8 Páginas)  •  1.851 Visualizações

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Primeiras ideias e práticas de educação infantil

Começando a conversa...

*Concepções antagônicas de Educação Infantil presentes até hoje em nossas sociedades têm origem em momentos históricos diversos.

*Durante muitos séculos, a educação era responsabilidade da família (mãe). Criança desmamava e já era integrada aos adultos, aprendendo o básico das atividades cotidianas.

*Em classes mais abastadas, a criança era vista como um objeto divino, sendo paparicada, mas sem pensar na sua identidade pessoal.

*A relação da educação com a família era tão forte que até os nomes das 1as instituições de educação infantil eram relacionados à família (Crèche, asilo nido, escola maternal)[pic 1]

*Crianças rejeitadas (classes mais baixas): rodas dos enjeitados – Responsabilidade de ordens religiosas em ‘lares/orfanatos’: educar para dar um ofício às crianças.

*Ideias que giravam – e ainda giram? – em torno da ideia da educação infantil: abandono, pobreza, culpa, favor, caridade....formas precárias de atendimento.

Século XV e XVI

*Novos modelos educacionais foram desenvolvidos para enfrentar os desafios que a sociedade europeia encontrava para lidar com as crianças...[pic 2]

*Erasmo e Montaigne (1460-1550): educação deveria respeitar a natureza infantil,

estimular a atividade da criança e associar o jogo à aprendizagem.

*Contexto Histórico: Europa se tornando urbano-manufatureira, guerras e conflitos entre nações: crianças na pobreza, abandonadas, vítimas de maus-tratos: mulheres da comunidade foram organizando serviços de atendimento às crianças cujos pais trabalhavam nas fábricas ou que tinham sido abandonadas.

Século XVI...

*Arranjos mais formais para o atendimento às crianças começam a surgir, pensando no desenvolvimento infantil e no destino social das crianças.

*Charity Schools  e Écoles petites: Crianças de 2 a 3 anos. Atividades de canto, memorização de rezas/passagens da Bíblia, algum rudimento de leitura e escrita, rigoroso planejamento do tempo, rotina de atividades fundada na ideia de autodisciplina.

*Objetivo: Desenvolver bom comportamento, internalizar regras morais e valores religiosos, promover ‘alguma’ instrução. As crianças nasciam ‘sob o pecado’ e cabia à família (ou à sociedade) corrigi-las.

Revolução Industrial e Educação

*Nursery Schools: Combater as péssimas condições de saúde das crianças pobres e ensinar aos filhos dos operários a obediência, a moralidade, a devoção e o valor do trabalho.

*Turmas de 100 a 200 crianças, comando para as crianças por meio de apitos (!)....Uma coisa boa...Diminuição da mortalidade infantil... 

Idade Moderna e Contemporânea

*Urbanização, transformação da família patriarcal em nuclear, ideia do trabalhador como um ser expropriado de saberes...mudou as condições e exigências educacionais das novas gerações.

*Discussão sobre a escolarização obrigatória se intensifica nos países (séc. XVIII e XIX), pois enfatiza a importância da educação para o desenvolvimento social.

*A criança passa a ser vista como sujeito de necessidades e objeto de expectativas e cuidados, situada em um período de ingresso no mundo dos adultos, o que tornava a escola (aqueles que podiam frequentá-la) um instrumento fundamental

*E as crianças pobres? Apenas dar-lhes uma ocupação e piedade (elites políticas)  ou uma educação universal (reformistas protestantes)?

Pioneiros da educação infantil: Como criar novas formas disciplinadoras das crianças, eliminando as ‘punições físicas’?

*Como ensinar as crianças pequenas, considerando que elas tem necessidades próprias e características diversas dos adultos??

Percursores das Novas Propostas Educacionais

Comênio – “A escola da infância” (1628)

*Nível inicial de ensino – “colo da mãe”

* Escola Maternal:

- Uso de materiais audiovisuais (livros com imagens)

- Cultivo dos sentidos e da imaginação deveriam vir antes do desenvolvimento do lado racional da criança

- Impressões sensoriais, exploração dos objetos...

- Exploração do brincar = Educação dos sentidos

- Programação bem elaborada, bons recursos materiais, boa racionalização do tempo e do espaço escolar

- Dar oportunidade da aprendizagem dentro de um campo abrangente de conhecimentos

- Materiais pedagógicos específicos (quadros, modelos) e atividades diferentes(passeios) ajudariam no desenvolvimento das crianças

-Jardim da infância “arvorezinhas plantadas seriam regadas”

Rousseau (1712 – 1778)

- Proposta educacional contrária a preconceitos, autoritarismo e violência à liberdade, característica da natureza humana.

- Contra os preceptores (Severidade)

- Educação não é apenas uma via de acesso, um período de preparação para a vida adulta, mas tinha valor em si mesmo.

-  A criança tinha que viver como criança e ao professor caberia afastar tudo o que pudesse impedir isso.

- Disciplinamento Exterior X Educação como liberdade natural

- Educação não orientada pelos adultos. A ênfase não é no que a criança tem permissão para saber, mas no que ela é capaz de saber.

-Nada de livros (enciclopedistas). Ênfase na aprendizagem por meio da experiência, atividades práticas, da observação, livre movimentação, formas diferentes de contato com a realidade.

-Destaca a emoção sobre razão, defesa da curiosidade infantil e da liberdade.

PESTALOZZI (1746-1827)

  • Filho de um pastor luterano e médico, Pestalozzi traz no seu discurso educacional a defesa da família e dos princípios cristãos (família nuclear, longe dos vícios)
  • Defende a figura de uma professora de criança pequena, com um coração maternal.
  • Após a morte do pai, a família passa por dificuldades financeiras. Pestalozzi sempre esteve atento a questão da pobreza. Defende, juntamente com os iluministas, o fim do feudalismo e da exploração dos pobres.
  • Casa-se com uma mulher rica, que vende suas propriedades para financiar as ideias educacionais de Pestalozzi.
  • Ele tem uma ideia bem paternalista a respeito da integração entre as classes, os mais ricos deveriam ser os responsáveis pelos mais pobres, com o objetivo da mudança social.
  • Partindo do princípio da R.Francesa defende a igualdade do ponto de origem (a criança tem que ter uma casa, uma família). Os pontos de chegada podem ser diferentes, porque há talentos diferentes.
  • 1798 (Escola na Vila de Stans) – Atendimento de crianças pobres e órfãs
  • Crianças participam de todas as decisões da escola.
  • Convívio como uma família, baseado no amor e no bom exemplo.
  • O ensino tem que ser baseado em experiências cotidianas da criança e precisa ter significado para as crianças.
  • A criança nasce pura, cheia de qualidades e bondades. A sociedade é que pode vir a corrompê-la. Temos que preservá-la.
  • Único ‘senão’ para a criança: Controle dos instintos animais (Expressos nas birras, bater, morder). Deve ser reprimido para não desenvolver uma criança egoísta e que não interage adequadamente com os outros.
  • De resto, o educador só deve acompanhar o desenvolvimento da criança para que ela se torne um indivíduo feliz, solidário, integrado e participante ativo da comunidade onde está inserido.
  • A criança deve aprender desde cedo o valor do trabalho e por isso precisa-se manter ocupada (trabalho manuais, carpintaria, tecelagem)
  • A criança, em seu trabalho/ensino, precisa produzir algo, para ver importância nas suas ações.
  • Ao agir, a criança vai se autodisciplinando e a atividade vai exigir dela, por exemplo, um silêncio, uma atenção, um planejamento...Forma-se o autogoverno do indivíduo.  Essa ideia é uma dura crítica à tese da disciplina exterior propagada pela educação tradicional (interfere no desenvolvimento interior)
  • O trabalho do professor é guiado pelo amor e paciência, acompanhando o desenvolvimento da criança, não deve gritar, mas compreender a criança. O educador deve amar a criança. O educador não ‘puxa’ a criança; vai somente oferecendo à ela aquilo que seu desenvolvimento está pedindo.
  • Desenvolvimento da criança: A criança repete o desenvolvimento da humanidade (criança como um homem primitivo)
  • A criança apreende o mundo ao redor pelos seus sentidos (por isso, a ligação muito forte com os objetos, ex: colocar na boca, pegar com a mão e etc.)
  • O desenvolvimento da criança é perfeito e se tornará mais ainda se for harmonizado com a natureza. Escolas em campos, fazendas. Contato com animais e plantas: Despertar na criança a ligação que existe entre o seu desenvolvimento e o desenvolvimento da natureza.
  • ABC da Intuição: Antes de representar por escrito uma palavra, conhecer os sons que a compõem. Trata-se de um processo natural, desde que a criança se encontre em um espaço seguro e acolhedor.
  • Manipulação dos objetos -> Representação gráfica dos objetos (desenho) -> Representação dos nomes dos objetos.
  • Número, forma e palavras:  Educação fundamental para a inserção na sociedade, principalmente em se tratando de crianças órfãs.  Se não houver interesse ou atraso, aí sim, deve haver um incentivo do professor.
  • Contradição dos escolanovistas: Criança no centro, crença no desenvolvimento, porém, há um método diretivo de ensino.
  • Influência de Comenius
  • Do concreto para o abstrato;
  • Do simples para o complexo;
  • Metodologia adaptada ao desenvolvimento infantil;
  • Alfabetização das crianças;
  • Criança como um ser puro e inocente que pode vir a ser corrompido.
  • Pestalozzi para o  futuro ->Ideias-guias : ‘temas geradores’ para o trabalho com as crianças...Problematização de uma questão...Observação de um fenômeno natural...Indução do Conhecimento...Conteúdo Significativo...Aprendizagem da tríade número/forma/palavra.
  • Contrário ao intelectualismo excessivo da educação tradicional.
  • Força vital da educação estaria na bondade e na família. A educação deveria cuidar do desenvolvimento afetivo das crianças desde o nascimento.
  • Educar num ambiente mais natural possível, em um clima de disciplina estrita, mas amorosa.
  • Valor educativo do trabalho manual, educação para os sentido (a percepção da criança seria educada pela intuição e o ensino deveria priorizar coisas, não palavras)
  • Atividades de música, arte, soletração, geografia e aritmética, linguagem oral e contato com a natureza.
  • Organização gradual do conhecimento (Comenius)
  • Caberia à escola treinar a vontade e desenvolver as atitudes morais dos alunos.

Froebel (1782 – 1852)

*Criador dos jardins de infância, onde as crianças e adolescentes (pequenas sementes que, adubadas e expostas a condições favoráveis em seu meio ambiente, desabrochariam sua divindade interior em um clima de amor, simpatia e encorajamento) estariam livres para aprender sobre si mesmos e sobre mundo.

*Os jardins de infância não se pareciam com as casas assistenciais, por incluírem uma dimensão pedagógica e não lembravam a escola da época, que se preocupava com  a moldagem das crianças, praticada em uma perspectiva exterior.

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