Papel do pedagogo
Por: karegina • 24/5/2015 • Trabalho acadêmico • 1.240 Palavras (5 Páginas) • 422 Visualizações
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1 INTRODUÇÃO
Pode-se considerar que a contação de histórias é um dos recursos mais inovadores e eficientes na disseminação do hábito da leitura.
Através da aplicação de metodologias específicas, o aluno, ou espectador, é exposto a um cenário construído pelo contador de histórias e se torna ao mesmo tempo personagem, à medida que incorpora as ações e situações que são citadas na história. A contação de histórias personifica o objeto da atividade pedagógica de se inserir o aluno em um contexto aparentemente fictício, mas que, com sua criatividade e capacidade de se integrar a um espaço criado pelo autor, o torna parte integrante do mesmo.
Esta atividade pode ser considerada uma prática cultural, já que esta tem uma definição que, conforme Rockwell (2001, p.14), a torna “uma ponte entre os recursos culturais e as evidências observáveis de atos de leitura em um determinado contexto.”
Infelizmente, o hábito da leitura não é comum entre os brasileiros. Pode-se afirmar que é uma minoria da população que tem a leitura como hábito e este fato é desestimulante àqueles que se preocupam com o desenvolvimento cultural da população, já que os texto literários “estimulam o exercício da mente; a percepção do real em suas múltiplas significações; a consciência do eu em relação ao outro” (COELHO, 2000, p.16).
A comunicação oral é uma forma milenar de se transmitir conhecimentos. Narrar-se histórias era um hábito dos povos ancestrais que as contavam e encenavam histórias para difundirem sua cultura.
No Brasil, nos anos 80, alguns bibliotecários e estudantes da área de Educação desenvolveram um projeto intitulado “Hora do conto” (PATRINI, 2005). Este objetivava a aproximação entre o leitor e a leitura, tornando-a algo aprazível e de fácil acesso.
Hindénoch apud Patrini (2005) caracteriza a contação como uma arte testemunhal. O contador pode ser uma testemunha de algo que está por acontecer relatando os fatos de maneira própria e pessoal.
A transmissão do texto é feita de modo particular e a esta singularidade denomina-se performance, que de acordo com Zumthor (1993, p. 222) pode ser entendida como “a ação vocal pela qual o texto poético é transmitido aos seus destinatários. Sua transmissão de boca a boca opera literalmente no texto, ela o efetua”.
A importância do contador de histórias reside na necessidade de se ter alguém que intermedie a ação de integrar o ouvinte, que seria leitor, à condição de interagir com o universo da atividade literária.
O presente trabalho descreve as impressões coletadas no transcurso de uma contação de história para um grupo de crianças na faixa dos cinco aos sete anos. A estória, intitulada “O gato malhado e andorinha Sinhá”, de Jorge Amado, descreve o inusitado romance entre um gato e uma andorinha e as impressões serão relatadas a seguir.
- DESENVOLVIMENTO
A estória contada às crianças, em numero de seis, trouxe experiências singulares. A principio, houve um comportamento heterogêneo dos ouvintes, onde a tônica era o silencio absoluto e uma atenção concentrada. com o desenvolvimento da trama, a tendência que se confirmou foi a de iniciarem-se os questionamentos, principalmente pelos mais velhos, acerca da mesma por.
Os mais jovens permaneciam em silencio, justificado talvez pelo fato de as perguntas feitas pelos outros dizerem respeito à aspectos ainda desconhecidos para alguns, como a inviabilidade do romance tratado pela autor. Vale lembrar que a história, de amor, apesar de inusitada, suscitou a curiosidade de todos exatamente por sua inviabilidade e denotou que as crianças têm grande facilidade de se inserirem no contexto da trama e, por conseguinte, a crerem na naturalidade dos fatos e observarem outros aspectos, como o mútuo carinho dos personagens principais.
De todo modo, a experiência de contação de histórias converge para a formação do interesse infantil como no caso em tela e juvenil, como em outras experiências. Pode-se verificar que o interesse foi por diferentes aspectos da história, passando desde o local onde ocorrera a mesma, a idade dos personagens, e até pelo questionamento sobre qual seria a espécie dos filhos do casal.
Esta variedade com relação às duvidas denota que nem sempre a atenção do ouvinte é semelhante à dos demais, e este possui a tendência a sentir-se interessado por aspectos que mais têm a ver com fatos vivenciados por ele ou que se assemelhem aos mesmos. Exemplo disso é que a questão de ser uma “estória de amor”, a princípio não despertou o interesse dos mais jovens, apenas quando estes viram o quanto era surreal tal situação (um gato e uma andorinha).
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