Pedagogia do Oprimidos - Questões respondidas
Por: Marielda Romano • 21/9/2015 • Seminário • 1.080 Palavras (5 Páginas) • 1.727 Visualizações
Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior - ITES
MARIELDA FERNANDA DUARTE ROMANO
PEDAGOGIA DO OPRIMIDO – PAULO FREIRE
Questões sobre o livro
Taquaritinga
2015
1 – Explique o porque Paulo Freire compara a libertação a um parto doloroso.
A analogia existente entre um parto doloroso e a libertação dos oprimidos na obra de Paulo Freire, é coerente se pensarmos que há uma nova vida, uma esperança e também um novo olhar na existência do ser que libertou-se. São mudanças que ao mesmo tempo o autor a qualifica de dolorosa, pois essas não podem ser puramente idealistas, têm que ser reais, mudar a situação concretamente. Essa real concepção de libertação e a superação dessa contradição entre opressores e oprimidos é como sair de um mundo fechado, uma alienação, reconhecendo que tudo isso é limitado mas pode ser restaurado. Parte dessa consciência a mudança para uma ação libertadora e a busca por essa emersão do mundo que os opressores constroem deve-se a uma profunda reflexão da práxis, da qual adota uma estranheza por parte de quem a faz. Essa reflexão é, por muitas vezes, contrária aos ensinamentos que nos circundam desde a infância, como se uma ideia nutrida apenas por pensamentos opressores seja a verdade absoluta de um sistema moral, educacional, econômico e político de gerações passadas, atuais e sucessoras.
Isso ocorre também na esfera do opressor que, segundo Paulo Freire, deve-se solidarizar-se em uma verdade para que a libertação do outro seja concebida. Está na percepção do opressor na descoberta de sua opressão, no reconhecimento do mesmo e colocar-se no lugar do oprimido, fazendo assim com que se criem condições de mudanças para uma restauração social.
2 – Trabalhe com a seguinte afirmação:
“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.”
Para que a libertação aconteça entre os oprimidos deve haver uma conscientização das massas que sofrem coercitividade dos opressores. Não cabe ao ser que está oprimido sair dessa condição e oprimir ao outro do mesmo modo que viveu, isso seria uma troca de posições e não a eliminação do problema. Um modo de chegar a essa liberdade seria o diálogo entre aqueles que sofrem por isso e instruí-los a uma reflexão da práxis, para que esses pensamentos não sejam apenas um ativismo e sim uma ação, onde que sozinhos eles não se libertam pois, sozinho não há diálogo e nem tampouco um estímulo para refletir. Dar voz ativa para os oprimidos, tirando-os da alienação opressora que coisificam essas pessoas e fazê-los pensar na sua existência como homem, como um ser crítico criador de seus próprios pensamentos e atitudes.
“Os homens se libertam em comunhão” a partir dessa reflexão, se realmente houver uma profundidade e compreensão da realidade destrutiva da qual é imposta pelos opressores, há uma condução à prática, ao engajamento.
Pode-se concluir, então, que Paulo Freire nos mostra nessa frase o quanto o diálogo entre as massas constroem-se reflexões, das quais os levam a uma luta por direitos, criando assim uma dependência entre os fatos, um apoio mútuo.
3 – Como a educação é vista na concepção bancária? E qual a contradição entre educador-educando?
O termo que se mostra em Pedagogia do Oprimido como concepção bancária na educação faz analogia ao termo financeiro como se conhecimentos fossem depositados aos alunos. A preocupação que há nessa prática está em alienar os alunos para que nunca tenham um senso crítico, onde o conhecimento do professor, detentor do saber absoluto, é transmitido sem contestações nem por ele e nem pelo alunos, algo herdado de uma sociedade pré-fabricada por uma elite pensante e dominadora. Esses conhecimentos são retalhos da realidade, desconectados de uma visão ampla, muitas vezes longe da realidade de quem as recebe e das quais são narradas pelo educador e arquivadas pelos educandos. Esse princípio de educação alimenta ainda mais a soberania dos opressores, cultivando mais uma geração de cidadãos ingênuos à sua condição, à reflexão da práxis e ao engajamento dos oprimidos.
Esse conceito de negar um diálogo entre o educador e o educando conserva o domínio e autoritarismo do saber.
4 – Trabalhe com a seguinte frase:
“ Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.”
Em contraponto com a concepção bancária nas esferas educacionais, a educação problematizadora defende o diálogo entre o educador e o educando, quebrando assim a autoritarismo. A atuação do professor está como um mediador de reflexões em sala de aula, podendo também aprender com os seus alunos, assim somando as subjetividades para uma concepção de um ideal.
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