Plano de ação: implantação de uma brinquedoteca no Centro Municipal de Educação Infantil

PEDAGOGIA

 DESAFIO PROFISSIONAL:

Plano de ação: implantação de uma brinquedoteca no Centro Municipal de Educação Infantil

2016

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INTRODUÇÃO

O desafio apresentado se refere a implantação de uma brinquedoteca no Centro Municipal de Educação Infantil na cidade. Para defender esse trabalho, precisa ser esclarecido que a criança é vista pela sociedade como uma cidadã com direitos, sendo esses direitos a brincadeira e ao brinquedo. De forma gradual e constante com a interação com o mundo, o estudo e introdução de novos objetos e situações, as crianças se desenvolvem e estimulam as fases ligadas ao desenvolvimento humano.

Segundo Rosa et al (2016) através da brincadeira a criança aprende e socializa comportamentos, constrói conhecimento individual ou coletivo, expressão de sentimentos e emoções para si e para a cultura que está inserida. Para aplicação adequada das atividades e brincadeiras é necessário conhecer as fases do desenvolvimento a qual Piaget menciona que o aprendizado é construído de forma gradual para a espécie humana, cada etapa é responsável por desenvolver aquilo que o indivíduo tem de melhor no decorrer das diversas faixas etárias, sendo elas: 1º período: Sensório-motor (0 a 2 anos) caracterizado como pré-verbal, a criança baseasse em esquemas motores; 2º período: Pré-operacional (2 a 7 anos) caracterizado pela explosão linguística na forma verbal, a criança apresenta comportamento egocêntrico, 3º período: Operatório concreto (7 a 11 ou 12 anos) a criança desenvolve um pensamento logico, menos atitudes egocêntricas; e 4º período: Operatório formal (11 ou 12 anos em diante) característica essencial para distinção entre o real e o possível. Cada uma das etapas manifesta diferentes formas de organização mental. Por mais que as idades sejam mencionadas elas utilizadas como referencias, não como regras a serem seguidas rigorosamente segundo Terra (2010).

PLANO DE AÇÃO

A brinquedoteca é um espaço que tem função de estimular a criança para brincar, onde o ato de brincar se torna algo significativo e deixa de ser uma ação desconexa ou liberal sem proposito como muitas vezes pode se analisar. A brinquedoteca propicia um espaço com variações de cenários e “cantos” que simulam o dia-a-dia, o cotidiano dos lares, o que a sala de aula em sua maioria não contempla, já que a estrutura básica é constituída pelo quadro negro, carteiras enfileiradas umas atrás das outras, em geral um armário com materiais pedagógicos que são utilizados de acordo com as atividades selecionadas pelos professores. (JARDIM, 2016 e OLIVEIRA, 2016).

Portanto, a construção de um espaço como a brinquedoteca se justifica pela importância de assegurar à criança o direito básico de brincar, o ambiente propício possibilita novas experiências e auxilia na fase de construção do sujeito ativo, a alternativa em desenvolver pesquisas e produzir conhecimento sobre a infância, torna a brinquedoteca um cenário mais do que adequado para trabalhar aspectos singulares de cada aluno.

Segundo Rosa et al (2016), os objetivos para a implantação de uma brinquedoteca no ambiente escolar, tem papel particular de interagir e estimular diversas ações como por exemplo:

• Autonomia: exemplo, um bebê deitado você coloca um brinquedo próximo ao pé ou a mão, ele tem a liberdade de tocar ou não, olhar este ou outro objeto, garantindo assim o papel protagonista da criança de resolver o que fazer.
• Capacidade crítica e de escolha: ao oferecer objetos para a criança onde ela possa tocar e até mesmo colocar na boca dependendo da idade, favorece a capacidade crítica, o direito de escolha, aprendendo sobre determinadas características que o objeto apresente.
• Socialização: ao unir as crianças para realizar uma determinada atividade, na conquista de um objetivo em comum, gradativamente a construção de conceitos sobre trabalho em equipe e socialização vão sendo construídos, simulando atividades do cotidiano e favorecendo o desenvolvimento infantil.
• Comunicação com o outro, seja através de jogos, brincadeiras, brinquedos que incentivem também a criatividade e imaginação para a realização de tarefas, criar opções para a desenvolvimento de uma mesma atividade.

De forma que o objeto especifico da brinquedoteca é proporcionar atividades lúdicas para as crianças que frequentam o ambiente escolar, aplicar estas brincadeiras para facilitar o desenvolvimento, socialização e cooperação entre elas, esse espaço ainda propicia brincadeiras espontâneas que além de favorecer as crianças, possibilita ao professor a vivencia e aprendizado de novas experiências na produção de conhecimento cientifico, para os pais, a ideia de um ambiente onde seu filho pode brincar, interagir e descobrir novas situações, ajuda a deixá-los mais tranquilos em relação ao cuidado e atenção que seu filho recebe na escola.

Atividades não dirigidas a princípio visam a participação geral das crianças, como um período de sondagem para verificar as dificuldades coletivas, em um segundo momento, pode ser elaborado um plano de atividade dirigida, ou seja, atividades direcionadas que tem o intuito de diagnosticar necessidades especificas de algumas crianças. Para a construção de diagnósticos e funcionamento adequado das brinquedotecas, é necessário monitoras, denominadas de brinquedistas, cujo papel é medir a relação da criança com o brinquedo, e dar orientações de como ele funciona, conforme aponta Valle et al. (2002). O papel do brinquedista também inclui deixar as crianças brincarem espontaneamente na brinquedoteca, sem imposição de brinquedos ou brincadeiras, atuando na mediação de conflitos por brinquedos; oferecer opções de brinquedos, mas deixando as crianças livres para escolherem; auxiliar no manuseio dos brinquedos (ANDRADE, 1998; DANTAS, 1998).

Algumas ações precisam ser desenvolvidas para a implementação da brinquedoteca no ambiente escolar.

• Selecionar os profissionais envolvidos e qualificados para o projeto;
• Organizar as crianças para realizar as atividades de forma individual, coletiva ou pequenos grupos;
• Elaborar um cronograma com as turmas e as atividades a serem atendidas e organizar a sala da brinquedoteca;
• Selecionar o material a ser utilizado no cantinho da leitura, com ilustrações e linguagem fácil para cada idade que participe da atividade. A mesma leitura pode ser trabalhada como dramatização. As histórias podem ser contadas em qualquer ambiente e a qualquer, no entanto, pode-se utilizar um espaço coberto com tecido, o brinquedo preferido de cada criança, uma vela acesa no ambiente. O uso de fantoches também chama a atenção das crianças;
• Jogos tem papel importante pois envolve o uso de regras, ocupação de espaço, auxilia no desenvolvimento da criatividade da criança, tanto na criação, quanto para a execução. Favorecem habilidades motoras e sensoriais que estimulam o raciocínio. Alguns materiais são comuns para a brinquedoteca como: jogos de encaixe, quebra-cabeça, boliche, jogos de montar, e jogos e materiais para crianças especiais;
• Música pode ser utilizada como fonte de estimulo, equilíbrio e felicidade para a criança. Na educação infantil mesmo os fatos musicais devem induzir ações, comportamentos motores e gestuais (caminhando, batendo as mãos, gestos e até mesmo fala);
• Brincadeiras, auxilia na psicomotricidade que é a educação do movimento com atuação no intelecto, englobando ações, funções neurofisiológicas e psíquicas. Bambolês, bolas, pega-pega, brincadeiras de roda, auxiliam a criança a evidenciar sua afetividade, a expandir-se, e equilibrar-se no ambiente humano;
• Uso de tecnologias, rádio, TV, aparelho de DVD, data show, notebook, tablete, microcomputador, impressora, são todos aparelhos que podem auxiliar no ensino e na aprendizagem, para cada um deles a aplicação depende da didática e metodologia elaborada pelo professor, já que ele conhece sua turma, seus alunos e as dificuldades, bem como os pontos fortes que favorecem no ensino;
• Materiais de artes, incluem brincar com tinta ou usar a natureza para fazer tinta – como plantas, terra – em ambas situações possibilita experiências prazerosas sensoriais, usando as tintas com a mãos, com o corpo, pincéis a grande variedade de cores e a possibilidade de mistura-las para criar uma nova cor;
• Em todas as situações acima os professores ou a brinquedista, são influenciadores e fundamentais para a interação e bom resultado da brinquedoteca como fonte de estudo.

A interação do professor e aluno, favorece para o processo de ensino-aprendizagem e avaliação da criança. Em geral os métodos de avaliação se referem ao comportamento, onde a criança apresenta mais atenção, melhor participação, cooperação e aproveitamento para as atividades em geral. Conversar, ou até mesmo aplicação de questionários avaliativos sobre a brinquedoteca para os profissionais envolvidos, os pais e as crianças é uma forma de avaliação proveitosa, pois leva em conta diferentes aspectos e descreve com mais detalhes a mudança ou aproveitamento da criança para determinadas situações.