Projeto de Ensino e Aprendizagem
Por: Henrique Santos Lago Costa • 25/1/2018 • Monografia • 951 Palavras (4 Páginas) • 423 Visualizações
PROJETO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Celso Vasconcelos Níveis de planejamento: - Planejamento do sistema de educação: de maior abrangência, podendo ser de nível nacional, estadual ou municipal. - Planejamento da escola: é o projeto político-pedagógico, o plano integral da instituição. - Planejamento curricular: proposta geral das experiências de aprendizagem. - Projeto de ensino-aprendizagem: mais próximo da prática do professor e da sala de aula. - Projeto de trabalho: projetos de aprendizagem com tempo determinado e, em geral, interdisciplinar. - Planejamento setorial: níveis intermediários (cursos, áreas, etc.) ou dos serviços no interior da escola (direção, coordenação, etc.). I – Estrutura do projeto de ensino-aprendizagem O projeto de ensino-aprendizagem corresponde ao plano didático. O projeto de ensino-aprendizagem está atrelado a uma concepção de educação, que, por sua vez, está relacionada às concepções de conhecimento e de currículo. Estas concepções devem constar do projeto político-pedagógico da instituição. A prática do planejamento dependerá também da concepção de currículo que se tem, tendo em vista implicações bem concretas em termos de organização do trabalho pedagógico. O planejamento mais especificamente pedagógico diz respeito ao trabalho em sala de aula, que se caracteriza pela interação entre os sujeitos, baseada no relacionamento interpessoal, na organização da coletividade e na construção do conhecimento. Um projeto será tanto melhor quanto mais estiver articulado à realidade dos educandos, à essência significativa da área de saber, aos outros educadores (trabalho interdisciplinar) e à realidade social mais geral. A primeira dimensão a ser contemplada na elaboração do projeto de ensino-aprendizagem é a análise da realidade. A análise crítica da realidade aponta para a raiz de um projeto transformador: ao mesmo tempo em que identifica o campo, revela suas contradições, as forças em jogo, seu movimento, enfim, seu devir enquanto possibilidade. O conhecimento da realidade implica conhecer os sujeitos (professores e alunos), o objeto de conhecimento e o contexto. A projeção de finalidades é a dimensão relativa aos fins da educação, aos objetivos do ensino, aos valores, à visão de homem e de mundo. Expressa a intencionalidade, o desejo do grupo; ajuda a explicitar as finalidades presentes na ação, mas nem sempre conscientes, bem como a alargar os horizontes de compreensão daquilo que queremos. Busca-se a superação da situação atual, naquilo que ela tem de contraditório. A formulação dos objetivos (ou finalidades) das disciplinas e das aulas deve ter estreita ligação com o projeto político-pedagógico da escola. Estabelecer objetivos é ter a habilidade de dialogar, de perscrutar o mundo, descobrir-lhe o sentido, e devolver à comunidade de forma orgânica, como um convite, um desafio. A elaboração das formas de mediação é a dimensão relativa ao processo de elaboração do encaminhamento da intervenção na realidade, ou seja, ao como viabilizar as finalidades, a partir das condições existentes. Vai dar as diretrizes que orientarão a prática pedagógica. II – Desafios pedagógicos do projeto de ensino-aprendizagem O professor não pode fugir do questionamento sobre sua função: dar o conteúdo previsto ou propiciar a construção do conhecimento? Enquanto não perceber que sua real tarefa não é simplesmente cumprir um programa, mas por em prática um projeto educativo, uma proposta de educação, ficará muito limitado em sua ação pedagógica. Conhecendo a realidade que vai trabalhar pautado nos objetivos, o educador deve rever a proposta do programa (tanto a relação de conteúdos, quanto sua organização), de modo a torná-lo mais próximo à realidade do aluno, tentando chegar a uma melhor relação conteúdo-necessidade. É preciso que ao projeto de ensino do professor corresponda o projeto de aprendizagem do aluno. O educador pode colaborar para a ação significativa do educando, procurando interagir com ele tanto na criação da necessidade, na geração da finalidade, como na elaboração do plano de ação. Nos referindo aqui mais a projeto-processo que a projeto-produto, qual seja: não estão prontos, e sim se constituindo, inclusive a partir da própria interação propiciada pelo encontro. III – Roteiro de elaboração do projeto de ensino-aprendizagem O objetivo principal do planejamento é possibilitar um trabalho mais significativo e transformador, conseqüentemente, mais realizador, na sala de aula, na escola e na sociedade. A finalidade do projeto é criar e organizar o trabalho. Para tanto, deve ser objetivo, verdadeiro, crítico e comprometido. Mudar a mentalidade de que fazer planejamento é preencher formulários (mais ou menos sofisticados). Antes de mais nada, fazer planejamento é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala de aula, perceber as necessidades, re-significar o trabalho, buscar formas de enfrentamento e comprometer-se com a transformação da prática. Se isto vai para um registro escrito depois, é um detalhe! O projeto de ensino-aprendizagem pode ser subdividido basicamente, quanto ao nível de abrangência, em projeto de curso e plano de aula. O projeto de curso é a sistematização da proposta geral de trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade. O plano de aula é a proposta de trabalho do professor para uma determinada aula ou conjunto de aulas (por isto chamado também de plano de unidade). Envolve: assunto (temática); necessidade; objetivo (sentido ou finalidade da aula); conteúdo (explicitação do que vai ser trabalhado); metodologia (procedimentos); tempo; recursos; avaliação; tarefa; observações. O trabalho de projeto é construído pelos alunos, com a supervisão do professor. Envolve: tema-problema (sugerido pelos alunos ou pelo professor); objetivos; conteúdos; metodologia (grupo de trabalho, planejamento da atividade, trabalho de campo, pesquisa e teorização, produção de registros, apresentação, globalização); avaliação; recursos; registro. A grande questão é sempre a do méthodos de trabalho, qual seja, a articulação entre intencionalidade, realidade e mediação. Desta forma, se tivermos clareza do que queremos com nosso trabalho na escola, poderemos ter diferentes caminhos para lá chegar, de acordo com a realidade que partimos. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. 17. ed. São Paulo: Libertad, 2007."
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