REFLEXÃO SOBRE A INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Por: Julianabio • 2/10/2015 • Artigo • 1.498 Palavras (6 Páginas) • 652 Visualizações
REFLEXÃO SOBRE A INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Juliana Mendes da Silva1
1 Graduada em Licenciatura Plena em Biologia no Instituto Luterano de Ensino Superior/ Universidade Luterana Brasileira (ILES/ULBRA) de Itumbiara, GO, Brasil.
Introdução
A inclusão escolar, conforme expressa Mantoan (2006), está articulada a movimentos sociais mais amplos, que exigem maior igualdade e mecanismos justos no acesso a bens e serviços. Acoplada a sociedades democráticas que estão pautadas no mérito individual e na igualdade de oportunidades, a inclusão propõe a desigualdade de tratamento como forma de restituir uma igualdade que foi rompida por formas segregadas de ensino especial e regular.
Nesse contexto, a inclusão de indivíduos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino não incide apenas na permanência junto aos demais alunos, nem na privação dos serviços especializados para aqueles que necessitem. Assim, a inclusão escolar acarreta na reorganização do sistema educacional, o que implica na reestruturação de determinados paradigmas educacionais com intuito de possibilitar o desenvolvimento cognitivo, cultural e social desses alunos, respeitando suas diferenças e atendendo suas necessidades (GLAT; NOGUEIRA, 2002, p. 26).
Acredita-se que através desse estudo seja possível trazer a luz da temática discutida, pois é necessário conhecer os direitos educacionais de deficientes intelectuais para promover e assegurar uma educação de qualidade em escola regular, possibilitando maior conhecimento sobre a condição dessa deficiência, bem como as atitudes dos professores frente a esses alunos.
Esse trabalho objetivou realizar uma reflexão sobre a deficiência intelectual e a inclusão de alunos com essa deficiência na escola regular, especificamente, conhecer as características desses indivíduos.
Metodologia
Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, através de materiais secundários, como livros, artigos, periódicos e publicações afins na Internet.
Desenvolvimento
*Deficiência Intelectual
A deficiência pode ser compreendida como toda perda ou irregularidade de estrutura ou função psicológica, anatômica ou fisiológica que provoque incapacidade para o desempenho de determinadas atividades, dentro do arquétipo considerado normal para o ser humano (FERNANDES, 2006).
Freitas e Castro (2010) relatam que a Deficiência Intelectual (DI) não é avaliada como uma enfermidade ou um transtorno psiquiátrico e sim, como um ou mais fatores que determinam danos das funções cognitivas que acompanham o desenvolvimento diferente do cérebro.
Com isso, a deficiência intelectual é vista como uma condição complexa no que se trata a sua definição conceitual, nesse patamar, o termo “deficiência intelectual” surgiu para substituir o termo anteriormente utilizado, deficiência mental e retardo mental. Esta mudança conceitual atende a várias demandas, sendo um termo mais preciso para denominar a condição, além de ser uma reivindicação de associações dos próprios indivíduos com este tipo de deficiência (VELTRONE; MENDES, 2011).
A classificação de DI atual fundamenta-se mais em critérios adaptativos do que nos índices numéricos de Quociente de Inteligência (QI), haja vista que o comportamento adaptativo tem se mostrado essencial na avaliação e classificação da deficiência intelectual, integrando a participação na vida ativa com a vida escolar, sem negligenciar o aspecto social e emocional do deficiente intelectual (FREITAS; CASTRO, 2010).
Sousa (2010) menciona que este conceito pondera os aspectos a serem avaliados após o diagnóstico da Deficiência Intelectual, classificando em leve, moderado, severo ou profundo.
Nesse patamar, para atender os direitos da acessibilidade dos indivíduos com condições de deficientes intelectuais, surge à inclusão escolar, que é estabelecida por lei, nela todos os indivíduos portadores de necessidades especiais, não só podem como devem ter acesso à escola comum, no ensino regular, possui como características essenciais identificar as necessidades e possibilidades do aluno com deficiência, elaborar planos de atendimento, visando ao acesso e à participação no processo de escolarização em escolas comuns, produzir e/ou indicar materiais e recursos didáticos que garantam a acessibilidade do aluno com deficiência aos conteúdos curriculares (SATORETTO; SATORETTO, 2008).
Inclusão de alunos Deficientes Intelectuais no Ensino Regular
A inclusão escolar, ganha seu espaço cada dia mais na constituição brasileira caracterizando-se como uma ampliação de acesso à educação dos grupos excluídos em função de sua classe, etnia, gênero, idade e deficiência, entre outros. Morato; Santos (2002) enfatizam que a inclusão escolar tem início na educação infantil, onde é alicerçado os pilares necessários para a construção do conhecimento e seu desenvolvimento global.
De acordo com Satoretto e Satoretto (2008), o conceito de educação inclusiva é amplo, pois se expressa em formas distintas de concepção e contextos, ainda é importante considerar que a inclusão não está presente na realidade escolar brasileira, o que indica necessidade primordial na realidade das escolas regulares de ensino, que devem rever seus paradigmas educacionais e incluírem alunos na condição de deficiência.
Reportando ao mencionado, a educação inclusiva sugere mudança de paradigma educacional, através dela ampliamos nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, conviver com pessoas diferentes de nós, nesse aspecto, a educação inclusiva abriga todas as pessoas e prevê a inclusão de todos os alunos de forma radical, completa e sistemática (MANTOAN, 2006).
Na esfera educacional, isto implica na acuidade do profissional conhecer as características do desenvolvimento dos alunos para que tenha referências sobre o que pode esperar e onde é possível chegar; nessa inferência, as pessoas com deficiência intelectual no século XIX passaram a ser consideradas passíveis de serem educadas (GUEBERT, 2009).
Nessa ótica, os alunos que apresentam DI sentem-se incapazes, porque não estão inseridos em escolas de educação regular, o que afeta negativamente e seu desenvolvimento cognitivo, fazendo com que eles desenvolvam baixas expectativas quanto a sua aprendizagem, sentindo-se excluída de seu contexto social e escolar (SATORETTO; SATORETTO, 2008).
Conforme expressa Guimarães (2003), a inclusão escolar baseia-se na ideia de que incluir é mais do que criar condições para os deficientes, sendo um desafio que provoca alterações em toda sociedade escolar, desde o projeto pedagógico até a postura do docente diante dos alunos, pois na educação inclusiva quem se integra ao aluno com deficiência é a escola e não o contrário.
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