RESUMO DO TEXTO: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM CURRÍCULO QUE DEMANDA MAIS ATENÇÃO
Por: Mateus Borsatto • 31/10/2022 • Resenha • 1.180 Palavras (5 Páginas) • 136 Visualizações
RESUMO DO TEXTO: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM CURRÍCULO QUE DEMANDA MAIS ATENÇÃO
Autores: Juliana Silva dos Santos - PUCPR e Marcos Villela Pereira - PUC PR
É de grande importância pensarmos qual é o melhor currículo para a EJA? O que e como ensinar? Para qual tipo de EJA? A partir de pesquisas realizadas no campo da EJA, concluiu-se que na atualidade há ao menos três concepções curriculares que são mais comuns nas escolas brasileiras para esta modalidade de ensino. Sabemos também que há uma diversidade significativa de currículos, todos articulados e embasados a partir do contexto social de determinada região.
Se parte da entrave da EJA está em garantir que estas pessoas tenham condições para se dedicar com tempo para os estudos, outras vem da dificuldade de ressignificar a escola."Quando nossos alunos da EJA chegam por aqui, temos que trabalhar com a autoestima deles, porque se sentem fracassados e incapazes.
O currículo na educação popular, a EJA é pensada e articulada para a formação dos sujeitos. Na escola básica propedêutica de ensino regular fundamental e médio, há a condição de prepará-los para a progressão em níveis escolares até que consigam frequentar o ensino superior. No PROEJA, há uma preocupação em formar os jovens e adultos para o ensino técnico e profissional em função das necessidades do mercado de trabalho, uma educação para o trabalho e retorno financeiro. Por trás de tudo isso é necessário que o ensino da EJA possa ser significativo para a vida destes estudantes.
A BNCC foi elaborada de forma abrangente e não por modalidades de ensino, que é onde a EJA se encontra. Sendo assim, a base não elimina, as discussões sobre as modalidades de ensino e as suas especificidades. A BNCC ainda prevê que a idade do estudante deve ser considerada e que as diferentes faixas etárias requerem e demandam práticas escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades e diferentes modos de inserção social.
O currículo é sempre seletivo, resultado da seleção de alguém, da visão de algum grupo, acerca do que seja conhecimento legítimo. Concepções de currículo percorrem inquietações, divergências políticas e econômicas, diferenças culturais, a não neutralidade para efetuar escolhas, bem como submeter-se aos interesses hegemônicos dominantes, que sempre estão subjacentes ao universo escolar e às diversas áreas de conhecimento.
Se o currículo fosse abordado de modo raso, a escola, bem como a EJA, trabalharia linearmente, com conteúdos parados de maneira funcional e segmentada, determinada pelas forças sociais hegemônicas dominantes, as quais determinam os conhecimentos não relevantes para as classes dominadas, de forma diferenciada para as classes dominantes, gerando ainda mais as desigualdades sociais.
Ao refletir sobre o currículo da EJA, Oliveira (2007) determina que se trata muito mais das maneiras como trabalhar as questões curriculares na EJA, do que diretamente, o que trabalhar já que o currículo da EJA faz parte de um recorte do recorte daquilo que seria fundamental para aprender /estudar conhecer em menos tempo da escola (p.6870).
É de grande importância efetivar um currículo efetivo e afetivo, atendendo em parte as necessidades desses jovens e adultos que estão inseridos nessa condição de vida. Considerando o contexto social, o que os alunos da EJA já possuem de conhecimentos, bem como o que querem para a vida é essencial para se pensar um currículo adequado. Incorporar as especialidades e diversidades presentes no universo desses sujeitos, considerando suas origens, culturas, saberes, conhecimentos e projetos de vida.
"Atentar para quais conteúdos deveriam ser trabalhados para atender as diferentes necessidades desses alunos, que fossem voltados à necessidade de adaptá-los, conscientizá-los sobre as suas capacidades, capacitá-los ou, até mesmo, fornecer os conhecimentos legitimados e requisitados para o mundo do trabalho. Não basta discernir que tipo de EJA e que tipos de conteúdos trabalhar, mas, por se tratar de um público heterogêneo e bastante peculiar, trata-se de ressaltar como trabalhar o coletivo do público jovem, adulto, idoso e com demandas especiais que frequentam as classes de EJA.” (p. 6871 e 6872)
Currículo de EJA: concepção embasada na educação popular
“Ao definir a educação de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica de 1996 como essencial e de responsabilidade do Estado e com a democratização do acesso, inclusão, permanência e sucesso das crianças, jovens e adultos na instituição educacional, a EJA é incluída via de fato. As diretrizes também indicam para a possibilidade do exercício de outros direitos que são possíveis transcenderem o espaço e o tempo de sala de aula e da escola e, assim, potencializar o sujeito da EJA juntamente com outras frentes que educam e formam cidadãos.” (p.6872)
O currículo popular toma como base o sujeito, respeitando seus conhecimentos prévios e suas leituras de mundo, pois cada ser humano carrega uma bagagem. Pauta-se na formação e participação para a cidadania, bem como para a autonomia, ligada à vida cotidiana, na cultura, no trabalho e, principalmente, valorativa tanto dos processos formais como não formais. (p. 6873)
Currículo na escola básica propedêutica
O fator quadro de recursos humanos, na maioria das escolas da rede municipal e estadual, é defasado e normalmente faltam professores, supervisores e coordenadores nas escolas no período noturno, priorizando, dessa forma, o quadro da educação regular. (p. 6874)
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