Resenha A Importância do ato de ler. Paulo Freire

Resenha A Importância do ato de ler. Paulo Freire

Nascido em Recife no ano de 1921, Paulo Freire foi formado em direito, mas acabou não seguindo a profissão, preferiu seguir carreira lecionando Língua Portuguesa na década de 40. No decorrer de sua vida conquistou 41 títulos de Doutor Honoris Causa entre outros. E veio a falecer com 76 anos de idade em 1997.

Em seu livro a importância do ato de ler, Freire o constitui em três artigos, divididos como capítulos, no qual o autor integra a importância do ato de ler e a alfabetização de adultos a uma metodologia trabalhada por ele em São Tomé e Príncipe.

Em seu primeiro capitulo Freire nos apresenta os seus passos de formação como leitor de maneira simples, onde ao mesmo tempo desenvolve sua ideia inicia da metodologia que ira defender, onde ele afirma que a leitura de mundo precede a leitura da palavra, onde seu processo de leitura iniciou de sua vivencia e seu entorno, onde passou a leitura da palavra em que na sua escolarização nem sempre foi constituída da “palavramundo”, sua bagagem previa de mundo. Ele afirma a eficiência da metodologia do uso de palavras do cotidiano pois elas tomavam forma visível e assim sua aprendizagem era mais rápida.

Em seu segundo capitulo ele trata de alfabetização de adultos relacionada as bibliotecas populares, onde o autor traça um raciocínio a qual nos leva a perceber sua forte ligação entre a educação e política. E dessa perspectiva ele afirma que nem a educação nem o educador devem ou são neutros mas sim comprometidos para desconstruir os padrões elitistas que não tem a ver com o contexto social dos grupos populares, ele ainda defende a desnaturalização do elitismo cultural com base na criação de bibliotecas populares com historias do povo e com a leitura de mundo deste o que acabara desenvolvendo tanto interesse da leitura da palavra quanto da criticidade dos indivíduos educandos.

Já no seu terceiro capitulo o autor traz a alfabetização de adultos no contexto da Republica Democrática de são Tomé e Príncipe, onde na sua independência apenas 20% da população era alfabetizada e mostra na pratica sua metodologia onde segue a logica do outros dois capítulos anteriores de seu livro, apresentando os Cadernos de Cultura Popular, onde são expostos alguns pequenos textos com temáticas do cotidiano da população são-tomense, e há também textos que explicam de forma simples e em diálogo a atual situação do pais e convidam a uma reinvenção da sociedade, e o fim da promoção do elitismo cultural.

Em seus três capítulos Freire apresenta e argumenta a sua metodologia de ensino na qual é de extrema importância levar o contexto em que cada aluno vive em consideração para então usar a sua leitura de mundo para facilitar a leitura da palavra, onde a priorização da cultura popular e da linguagem popular é fundamental para a educação dos educandos. E em seus três capítulos Freire exalta o povo, os operários e se utiliza desses termos em que fala da cultura e da aculturação sofrida pelo elitismo cultural da classe dominante. E é nítido sua posição politica quando se examina sua metodologia e as definições usadas para relata-la.