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Resenha Crítica: "Para Sempre Alice" - Retrato Angustiante do Alzheimer

Por:   •  23/8/2023  •  Trabalho acadêmico  •  534 Palavras (3 Páginas)  •  119 Visualizações

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Resenha Crítica: "Para Sempre Alice" - Retrato Angustiante do Alzheimer

O filme "Para Sempre Alice" (Still Alice) é uma adaptação cinematográfica do romance homônimo escrito por Lisa Genova. Lançado em 2014 e dirigido por Richard Glatzer e Wash Westmoreland, o longa-metragem traz uma história tocante e profundamente angustiante sobre uma mulher diagnosticada com Alzheimer precoce, oferecendo uma abordagem sensível e realista sobre os impactos dessa doença devastadora. Com Julianne Moore no papel principal, o filme entrega uma atuação excepcional e uma narrativa emocionante, porém, também apresenta algumas lacunas que, de certa forma, diminuem seu impacto geral.

A trama gira em torno da Dra. Alice Howland, uma renomada professora universitária de linguística e mãe de três filhos, que começa a enfrentar estranhos lapsos de memória que, ao longo do tempo, revelam-se como sintomas iniciais do Alzheimer. O filme explora de maneira cuidadosa e realista o processo de degeneração gradual da mente de Alice, demonstrando como ela enfrenta a perda de identidade, autonomia e a conexão com aqueles que ama.

Julianne Moore entrega uma performance espetacular como Alice Howland, demonstrando a intensidade de suas emoções e a evolução dos sintomas da doença de forma incrivelmente convincente. Sua interpretação cativante captura a jornada da personagem, desde sua confusão inicial ao receber o diagnóstico até a aceitação de sua condição e a luta diária para se manter conectada ao mundo que agora parece cada vez mais distante. Moore merecidamente ganhou o Oscar de Melhor Atriz por essa atuação memorável.

O filme também aborda de forma impactante o impacto do Alzheimer na família de Alice, especialmente em seu marido, vivido por Alec Baldwin, e em suas três filhas, interpretadas por Kristen Stewart, Kate Bosworth e Hunter Parrish. A maneira como cada membro da família lida com a doença e suas próprias reações emocionais contribuem para a profundidade da narrativa, evidenciando os desafios enfrentados tanto pela paciente quanto por seus entes queridos.

A fotografia do filme é, em sua maioria, sutil e intimista, ajudando a criar um clima de tristeza e melancolia, ao mesmo tempo que enfatiza a proximidade e a conexão emocional entre os personagens. A trilha sonora suave também complementa a narrativa, intensificando a atmosfera emotiva.

No entanto, apesar de suas muitas virtudes, "Para Sempre Alice" possui algumas falhas que podem prejudicar a experiência do espectador. Embora a adaptação cinematográfica seja, em geral, bem-sucedida em traduzir o mundo interior de Alice, em alguns momentos, o roteiro pode ser considerado um tanto superficial, deixando de explorar certos aspectos da doença e das relações familiares de maneira mais aprofundada. Além disso, alguns personagens secundários poderiam ter sido melhor desenvolvidos, o que contribuiria para uma compreensão mais completa do impacto da doença em seu círculo social.

Em suma, "Para Sempre Alice" é uma obra cinematográfica que aborda com sensibilidade e honestidade o tema angustiante do Alzheimer, destacando uma atuação notável de Julianne Moore. O filme retrata a perda progressiva de memória e identidade com habilidade e humanidade, transmitindo ao público a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas em todo o mundo. Embora tenha algumas falhas no desenvolvimento da trama e de alguns personagens, é, sem dúvida, uma obra que toca profundamente o espectador, despertando empatia e reflexões sobre a importância de valorizar cada momento precioso da vida.

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