Resenha Critica Ensinar e Aprender Geografia na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Por: Tulasi Gopinath • 8/6/2022 • Resenha • 577 Palavras (3 Páginas) • 364 Visualizações
Resenha Crítica
O artigo Ensinar e aprender Geografia na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi escrito por Iara Vieira Guimarães, graduada em geografia pela Universidade Federal Uberlândia (UFU) e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), atua como professora da Faculdade de Educação da Universidade de Uberlândia (UFU). O artigo foi em publicado em 2018, no periódico científico Ensino em Re-Vista, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia, e tem como objetivo analisar os problemas da BNCC, que vem desde o contexto de sua construção, até as suas limitações estruturais, especialmente na área de geografia.
É importante ressaltar que o processo de construção da BNCC começou durante o governo de Dilma Rousseff terminou no mandato de Michel Temer, passando pela mão de três ministros da educação. Este contexto politico conturbado, marcado por instabilidade e conflito, gerou um Base disfuncional e arbitraria, alvo de critica dos docentes e dos profissionais da educação, que pouco participaram da criação da BNCC. Além disso, o processo foi marcado por um carácter conservador, que reflete os interesses do mercado e de grupos privatizantes dos setores relacionados à educação (GUIMARÃES, 2018).
A autora nos aponta também as contradições do documento, ao afirmar não ser um currículo, apenas um guia para a elaboração de um currículo, porém o texto descreve de forma rígida e sequencial os conteúdos e habilidades, não deixando margem para a autonomia e adaptação dos conteúdos pelos professores em sala de aula, ignorando a vivencia a bagagem de conhecimento que os alunos carregam. Além disso, a Base pouco se preocupa com descrever e trabalhar os conceitos e fundamentos essenciais para o ensino de geografia, “a preocupação central da proposta é estipular e enquadrar os conteúdos de modo pormenorizado, desprezando a discussão dos fundamentos, do embasamento teórico-conceitual, das discussões didático-pedagógicas, basilares para a compreensão do que é o ensino e a aprendizagem de geografia de qualidade” (GUIMARÃES, 2018, p. 1045).
As problematizações da BNCC não param por aí, entre elas a falta de conexão entre o texto introdutório da área de ciências humanas e o texto de geografia, o que demonstra a falta de cuidado com o texto, dando a impressão de que não foram escritos pela mesma equipe; o excesso de conteúdos listados, em contraponto ao texto introdutório pequeno, mostrando um empobrecimento na explicação dos conceitos em contraste com o detalhamento na descrição das habilidades específicas, evidenciando ainda mais o carácter tecnicista da Base; a questão da desigualdade social só trabalhada no quinto ano do ensino fundamental, sendo este um tema indispensável de ser tratado em um país com tantas crianças sofrendo alguma situação de pobreza e desigualdade.
As criticas feitas pela autora neste artigo são feitas de forma sucinta e detalhada, auxiliando e servindo como porta de entrada para maiores estudos e discussões sobre o uso da BNCC. Apesar de sua analise ser feita sobre o ensino e aprendizagem de geografia, as observações feitas no texto ajuda a entender a Base como um todo. Vemos esse artigo como texto base no estudo da matéria de Fundamentos
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