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Resenha Crítica do Filme: “Narradores de Javé”

Por:   •  17/5/2019  •  Resenha  •  520 Palavras (3 Páginas)  •  425 Visualizações

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Resenha crítica do filme: “Narradores de Javé”.

NARRADORES DE JAVÉ. Filme brasileiro produzido por Eliana Caffé: Riofilme, 2003. Gênero: Drama.

O filme começa com Zaqueu contando aos amigos a história de um pequeno vilarejo onde vivia, Javé, situado no interior do sertão baiano que lutou para não ser destruído e se transformar em uma usina hidrelétrica, e para isto, a população precisava mostrar a importância histórica do local externando seus valores e princípios internos, mas era preciso registrar todos os fatos de forma escrita. Porém, encontraram uma grande barreira: todos eram analfabetos.

O povo de Javé se viu perdido, sem ter como juntar todos os fatos, as grandes histórias de valor de forma documentada, tendo em mente que ninguém era letrado no vilarejo. A não ser por Antônio Biá, ex carteiro, um homem rejeitado que vivia excluído em uma cabana nas redondezas por inventar histórias da população, através de cartas que só podiam ser escritas por ele por conta do analfabetismo total do lugar. Ele foi convocado e pressionado pelo povoado para documentar toda a história de Javé em um dossiê, a fim de salvar o local.

Sendo assim, Biá percorre toda Javé a procura de ouvir cada fato histórico com seu lápis e caderno, que posteriormente ficou conhecido como “Livro da salvação”. E assim foi feito. A história da cidade era ouvida através de diversas experiências, apesar das divergências obtidas entre as histórias.

O vilarejo só não contava que Biá não havia era registrado nada. Apenas se divertido nas andanças, mas nada feito. E, por conta disso a cidade já se dava por condenada. O fato de não saberem ler, tampouco escrever, colocou nas mãos de um irresponsável toda a responsabilidade de salvação do lugar. O que já não era mais possível, pois a represa já dava as caras.

O ex carteiro foi expulso novamente com rigor pelos conterrâneos das terras e prometeu não voltar mais, alegando não haver nada de bom no lugar. Consequência disto, Javé foi tomada pelas águas da represa e foi acabada. Logo, a população local se viu obrigada a procurar outras terras para se alojarem. Em breve, Biá retorna às margens da cidade já inundada, cercado dos vizinhos, e resolve por vontade própria escrever, de fato, o livro sobre o lugar com todos os contos que ouvira antes e após todo o acontecido, na tentativa de eternizar seu lugar.

O que se pode tirar como conclusão deste filme é que ainda nos dias de hoje, culturas, povos e lugares excluídos se perdem por falta de registros e documentos que os eternizem, por conta de não haver acesso ao letramento, ou simplesmente não se habituarem com os padrões que se seguem.

Formada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), e mestranda no Instituto de Estética y Teoria de las Artes – Universidade Autônoma de Madri, Espanha, a diretora Eliana Caffé começou sua carreira somando três curtas: O NARIZ, 1987; ARABESCO, 1990; e CALIGRAMA, 1995; muito premiados no Brasil e internacionalmente. O filme “NARRADORES DE JAVÉ” foi premiado como melhor filme no sétimo Festival Internacional de Cinema de Punta Del Este, no ano seguinte ao seu lançamento, em 2004.

Larissa Kimberlly da Silva Soares.

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