Resumo Criança e consumo
Por: matheus.amaral • 21/6/2021 • Resenha • 593 Palavras (3 Páginas) • 164 Visualizações
ALBERTINI, Marcelize Niviadonski Brites; DOMINGUES, Soraya Correa. Infância, consumo e educação: conexões e diálogos. INTERthesis: Revista Internacional Interdisciplinar, v. 13, n. 1, p. 21-37, 2016.
Resumo
O texto de Marcelize Albertini e Soraya Domingues discute o processo de construção da identidade do termo infância e como este processo influenciou na postura da criança dentro da sociedade. Para desdobrar o texto, as autoras focaram em evidenciar que o termo infância, até meados do século XII, ainda era desconhecida pela sociedade, portanto, as crianças eram tidas como “adultos em miniaturas”, isso se deu, provavelmente, “pelo fato de não haver espaço para a criança nesta sociedade” (Albertini e Domingues, 2015).
O texto perpassa pela história da evolução do conceito de infância e, segundo Gagnebin (apud Kramer, 2008), só a partir do século XIII a criança passou a ser reconhecida “enquanto fase diferenciada da vida do homem”.
É a partir deste dado momento que a criança começa a ter direitos, surgem diversos novos olhares para este período da vida humana e, consequentemente, entendem que a infância precisa do seu espaço na sociedade, necessita de cuidados e atenção, tanto dos pais, quanto da própria sociedade.
O texto é muito explicativo e deixa claro, até aqui, que o conceito de infância contemporânea é recente e, por conta disso, ainda há diversas discursões sobre este termo, como por exemplo, onde a infância termina e onde a vida adulta começa. Para Perroti (apud ZILBERMAN, 1990, p.12) “tal visão deve ser problematizada, uma vez que a criança não é um simples organismo em mudança, não é apenas uma quantidade de anos, um dado etário, mas algo bem mais complexo e completo”. Nesta perspectiva, os autores entendem que a criança está além de qualquer aspecto descrito e elaborado pela sociedade, ela é também um ser histórico, social e cultural.
Enfim, as autoras chegam até um ponto importante da história, a pós modernidade, e com ela outro problema relacionado as crianças. O consumo.
O texto traz pontos de vista que apontam para um “desaparecimento da infância” (Postmam, 1999), ou seja, “mudanças nos padrões de comportamento, juntamente com o acesso facilitado ao mundo adulto” (Albertini e Domingues, 2015). Para as autoras, as crianças está exposta a diversas tecnologias e com isso tem facilidade para acessarem novos conteúdos, consequentemente, a criança deixa de “pensar e agir como criancinhas que precisam da permissão do adulto para tal” (STEINBERG; KINCHELOE, 2001, p. 34).
As autoras problematizam essa questão do fácil acesso aos conteúdos que estão a mercê das crianças, e ainda como a indústria vê nesses indivíduos uma possibilidade de uma nova sociedade de consumo, um novo público. Portanto, a criança torna-se, a partir de então, “consumidora antes mesmo de se tornar cidadã” (Albertini e Domingues, 2015).
Entretanto, as autoras trazem alternativas para frear essa ascensão de consumo e educar as crianças para um uso consciente e crítico perante a sociedade. Elas destacam que a escola tem papel fundamenta, juntamente com os pais, para formar indivíduos “capazes de atuar de forma competente e digna na sociedade”, e que a educação deve oferecer “elementos, procedimentos e atitudes que lhe permitam situar-se na sociedade de consumo de uma maneira consciente, crítica, responsável e solidária” (BUSQUETS, 2003, p.114).
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