Resumo do livro: as imagens do outro sobre a cultura surda
Por: londonm • 15/11/2019 • Resenha • 985 Palavras (4 Páginas) • 2.189 Visualizações
Resumo do livro “As imagens do outro sobre a cultura surda”, de Karin Strobel
O livro “As imagens do outro sobre a cultura surda”, escrito por Karin Strobel – que é surda, formada em Pedagogia e Doutora em Educação – é composto por oito capítulos.
Por meio do capítulo 1, “Qual conceito trazemos sobre a cultura?” ao iniciar a discussão do livro, a autora aborda a ideia de cultura. Este sendo um conceito com várias definições, Strobel preocupa-se em tornar claro que a cultura é uma forma de identificação do indivíduo, um processo que passa pela construção e pelo cultivo de identidade e que também ocorre através da linguagem e da experiência visual, passando por mudanças e atualizações ao longo dos anos.
No capítulo seguinte, intitulado “Os surdos têm cultura?” são citados exemplos de discursos sociais nos quais os surdos são tratados com inferioridade e com incapacidade. Isso nos mostra que o preconceito, a desigualdade e, sobretudo, a falta de conhecimento sobre o mundo do outro são aspectos que fazem com que os surdos vivam em um mundo que nem sempre é acessível. Contudo, é fundamental compreender que os surdos têm cultura e, além da língua, essa cultura exprime crenças, ideias, valores, hábitos e costumes. Entretanto, a maneira como um sujeito surdo vê e percebe o mundo é diferente; por isso, a cultura pode ser ajustada de acordo com cada identidade.
O tema do terceiro capítulo é “Povo surdo ou comunidade surda?”, no qual é feita a distinção e explicitação dos conceitos. O povo surdo é composto por sujeitos surdos, que compartilham uma origem, um código ético de formação visual e a falta de audição. A comunidade surda, por sua vez, compõe-se não só de sujeitos surdos, mas de sujeitos ouvintes, como membros da família, amigos, professores e intérpretes, que possuem interesses em comum em uma determinada localização.
O capítulo 4, “Os artefatos culturais do povo surdo” apresenta os artefatos, ou seja, as peculiaridades da cultura surda. Esses artefatos são divididos em oito. A experiência visual (primeiro artefato) é a maneira que os surdos enxergam o mundo, como interpretam e compreendem diferentes situações. Uma vez que a visão é algo bastante explorado, se faz importante ressaltar que as expressões faciais, a oralidade, os movimentos corporais e as acessibilidades visuais (placas, luzes, sinais, etc.) auxiliam na comunicação.
O artefato linguístico se refere à criação, à utilização, ao ensino e também à divulgação da língua de sinais.
O artefato familiar trata sobre o nascimento e a inserção de uma criança surda em famílias ouvintes e em famílias surdas, mostrando as principais diferenças no que diz respeito a aceitação: as famílias ouvintes, veem, muitas vezes, o nascimento de uma criança surda como um “problema social”, o que prejudica a aceitação e a inserção dessa criança na cultura surda, pois o não entendimento da cultura surda ocasiona a falta de diálogo, e, até mesmo, uma não aceitação da própria criança. De maneira contrária, para uma família surda uma criança que nasce surda é bem-aceita; as crianças têm identificação com os outros sujeitos, têm informações e têm diálogo.
A literatura surda é o quarto artefato e compreende diferentes gêneros que expressam a cultura surda: poesia, piadas, fábulas, contos, histórias de surdos, literatura infantil, clássicos, romances, lendas e outras manifestações.
A vida social e esportiva inclui eventos sociais, como festas, casamentos, atividades e lazer nas associações de surdos e também eventos esportivos. Uma das principais características da comunidade surda e o que permite a identificação de um membro é o batismo na língua de sinais. Em relação ao esporte, houve um grande avanço e adaptações para os surdos na prática de esportes, com a criação da Olimpíada Mundial de Surdos e da Olimpíada de Surdos do Brasil.
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