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SUPERANDO O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

Por:   •  4/6/2019  •  Artigo  •  3.935 Palavras (16 Páginas)  •  201 Visualizações

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SUPERANDO O TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

RESUMO

O presente artigo é uma pesquisa bibliográfica que trata da afetividade no contexto da construção do conhecimento e desenvolvimento cognitivo da criança é objeto de um conjunto de investigações e estudos de psicologia que influenciaram profundamente as diretrizes educativas. Objeto de estudos teóricos que contemplam uma ampla gama de concepções e conceitos envolvendo processos linguísticos e comunicativos. Na síndrome TDHA, os desafios das rotinas e as orientações pedagógicas se refletem numa dimensão de controle, regras e programações que tenham como foco a disciplina e as atividades diversificadas e prazerosas com a finalidade de estimular a motivação, a criatividade e o interesse na realização da tarefa. Por meio do auxílio da sala interdisciplinar com profissionais especializados para atender o processo de adaptação da criança na sala regular. Nesse espaço especial deverá haver interações afetivas e recursos como brinquedos, livros e demais recursos que possam dar suporte na produção das rotinas com as atividades pedagógicas.

Palavras chaves: Afetividade. Transtorno de Déficit de Atenção. Rotinas. Atividades Pedagógicas.

INTRODUÇÃO

Atualmente o avanço da necessidade de qualidade do processo de inclusão escolar de crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDHA nas escolas levanta a questão a respeito das dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelas crianças que dependem de um atendimento educativo especial.

A ausência de literaturas específicas voltadas para o problema do TDHA no ensino fundamental, tem provocado discussões acerca do compromisso da escola e dos pais com crianças que apresentam um comportamento que muitas vezes é confundido com indisciplina, falta de limites e preguiça para estudar.

Os estudos sobre afetividade, oferecem ao educador as bases e pressupostos importantes para ampliar as habilidades no ato de educar crianças com TDHA, nas rotinas escolares um conjunto de competências aliadas a habilidades afetivas.

1 CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO ESPECIAL

Num passado não muito remoto, sabe-se que as pessoas que fossem portadoras de qualquer anomalia física ou mental causavam temor e perigo para a sociedade, portanto eram ignorados e rotulados por “serem diferentes”.

Para Mazzota (2001), a interação social deste sujeito complica-se no momento em que há um consenso social pessimista, fundamentado na ideia de que estes são “incapacitados”, “deficientes”, “inválidos”, e que estes pressupostos subsidiariam uma sociedade omissa em relação às necessidades especificas desses sujeitos.

A evolução da Educação Especial ocorre principalmente na Europa, quando medidas educacionais são tomadas através de movimentos para atender aos deficientes, refletindo assim, mudanças na atitude dos grupos sociais. Estas medidas expandiram-se primeiramente para os Estados Unidos e Canadá e posteriormente para outros países, inclusive o Brasil. (MAZZOTTA,2001)

Ainda segundo o autor, Mazzotta (2001) diversas expressões eram utilizadas para referirem-se ao atendimento educacional as pessoas com necessidades: Pedagogia de Anormais, Pedagogia Teratológica, Pedagogia Curativa ou Terapêutica, Pedagogia da Assistência Social, Pedagogia Emendativa.

É importante destacar para o processo histórico da Educação Especial a primeira obra impressa sobre a educação de deficientes sobre autoria de Jean-Paul Bonet, que foi editada na França em 1620, com título Redação das Letras e Artes de Ensinar os Mudos a Falar.  Foi na França também que surgiu a primeira instituição especializada para educação de surdos e mudos, fundada pelo abade Charles M, Eppée em 1770, em Paris, este inventou o método dos sinais destinado a completar o alfabeto manual. Posteriormente o alemão Heinecke inventou o chamado oral para ensinar surdos e mudos a ler e a falar. (SILVA,1986)

O método de Barbier instigou em 1829 um jovem cego francês Louis Braile, estudante daquele instituto, a fazer uma adaptação do código criado por Barbier, de início tal adaptação foi denominada de sonografia e mais tarde leva o sobrenome de Louis, ficando o método conhecido como Braile, em que até nos dias atuais é o mais útil para leitura e escrita dos deficientes visuais. (SILVA,1986)

Assim, na Alemanha, ainda no século XIX, fundou-se uma instituição específica para a educação de deficientes físicos.

 No início do século XIX, iniciou-se o atendimento educacional aos “deficientes mentais”. O médico Jean Marc Itard utilizou o método sistematizado para o ensino de deficientes mentais trabalhando durante anos com Vitor, uma criança de doze anos, menino selvagem capturado na floresta no sul da França. Para Itard o comportamento do menino semelhante à de um animal, devido à falta de socialização e educação. (MAZZOTTA,2001)

Este método apegou-se ao trabalho de instrução individual, da programação sistemática de experiências da aprendizagem e da motivação e recompensa, e com sucesso conseguiu que o menino controlasse suas ações e lesse algumas palavras:

Comparava-se o comportamento de uma criança ao comportamento de um animal devido à falta de socialização e educação, resultante de viver sozinho na floresta e, por isso, curável. Ao tentar educar socialmente o menino de nome Vitor, obteve-se algum sucesso, porém as autoridades foram levadas a crer mais tarde que o menino tinha retardo mental grave e fora abandonado pelos pais pouco antes da captura. Apesar disso, a metodologia de ensino de Itard ainda hoje é moderna (MAZZOTA, 2001 p. 21).

Outro médico que se destacou, porém não com o mesmo êxito que Itard e Seguin, foi Johann J. Guggenbuhl (1816-1863), que se tornou famoso por seu trabalho em um internato na Suíça, integrando à medicina à educação, focalizando exercícios de treinamento sensorial.

A médica italiana Maria Montessori contribuiu para o crescimento da Educação Especial aprimorando os processos de Itard. Suas técnicas e métodos baseavam-se no uso de materiais didáticos que incluíam os blocos, encaixes, objetos coloridos e letras em relevo. Montessori enfatizou a autoeducação como processo de ensino-aprendizagem, e esta deve ocorrer em ambiente que preencha as necessidades da criança, valorizando sua individualidade e sua liberdade de escolha. (MAZZOTTA,2001)

A aprendizagem vem de dentro e é espontânea; a criança deve estar interessada numa atividade para se sentir motivada; as crianças utilizam o meio que as cercam para se aperfeiçoar e os adultos aproveitam a experiência para melhorar o seu meio. (MAZZOTTA, 2001, p. 22).

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