TCC PEDAGOGIA
Por: tialamoreira • 20/8/2017 • Artigo • 4.996 Palavras (20 Páginas) • 325 Visualizações
A psicologia da arte através da concepção de Gardner e Vygotsky[1] [pic 1]
Ângela Trevisan De Farias
angela-ata@hotmail.com
Resumo
Atualmente o ensino da arte se volta para a educação do desenvolvimento do indivíduo, da formação de seu senso crítico e afetivo, de um referencial que busca a inserção cultural da criança através do desenvolvimento educacional. É de suma importância que a criança seja incentivada a buscar dentro de si algo novo e criativo. Para que isso seja viável, é necessário que os docentes façam uso das linguagens artísticas (teatro, dança, música e artes visuais) que são carregadas de sentidos e fazem parte da condição humana, para desenvolver nos alunos a capacidade de se relacionar, de sentir e de assumir uma consciência crítica, esses aspectos podem ser relacionados com a psicologia, ou seja; a psicologia da arte é de suma importância para a formação crítica do aluno. Este artigo tem por finalidade apresentar uma reflexão sobre a arte na parte psicológica através das teorias de Gardner e Vygotsky, para mostrar como é importante na formação da criança, assim como os outros componentes curriculares. O estudo da disciplina não se baseia apenas na visão de formação de pintores, escultores ou peritos em artes, mas devem buscar ampliar o conhecimento e sensibilidade dos alunos tornando-os indivíduos criativos e dinâmicos inseridos no contexto social.
Palavras-chave: Artes, Psicologia, Gardner, Vygotsky e Formação.
ABSTRACT
Currently teaching art turns to the education of the individual's development, the formation of his critical sense, and affectionate, a framework that seeks to insert the child's cultural development through education. It is very important that the child is encouraged to look within themselves something new and creative. For this to be feasible, it is necessary that teachers make use of artistic forms (dance, music and visual arts) that are loaded with meanings and are part of the human condition to develop in students the ability to relate, to feel and take a critical consciousness, these aspects may be related to psychology, ie, the psychology of art is of paramount importance for the formation of the critical student. This article aims to present a reflection on the art on the psychological through the theories of Vygotsky and Gardner, to show how important the education of children, as well as other curriculum components. The study of the discipline is not only based on vision training of painters, sculptors and arts experts, but should seek to broaden the knowledge and sensitivity of students making creative and dynamic individuals embedded in social context.
Keywords: Arts, Psychology, Gardner, Vygotsky and Education.
INTRODUÇÃO[pic 2]
Buscar uma razão por ter escolhido a profissão de ser professor de Educação Artística faz com que eu volte a minha infância. Lembranças de quando vislumbrava os cadernos de desenho do meu tio, que na época cursava o científico, e que deixava-os na escrivaninha de seu quarto. Folhas após folha, lindas e coloridas barras geométricas, desenhos em perspectiva de objetos usando sombreado, abecedários com os mais variados tipos de caligrafia. Aqueles cadernos me enchiam os olhos de admiração e queria, a todo custo, fazer igual e ele me incentivava.
O tempo foi passando. Nas primeiras séries lembro que as aberturas dos meus cadernos sempre eram bem coloridas e com desenhos de paisagens, aquelas casinhas tradicionais, chaminés, o sol no canto esquerdo superior e outros detalhes mais. No ginásio me destacava nas habilidades de pintura e nos meus desenhos e trabalhos de classe. Sem deixar de ser saudosista, ainda tenho um quadro pendurado na parede, num cantinho de minha casa, uma colagem de um casal de gatinhos ao luar. A idéia de ser professora de Artes já ia se diluindo de minha mente quando na 7ª série passou pela minha vida uma maravilhosa e dinâmica professora de ciências. Trabalhávamos em sala de aula com experimentos, com misturas de elementos químicos básicos e isso me encantou muito e a partir daí meu foco mudou. Queria ser uma profissional da área de química industrial. Esse pensamento perdurou até final do 3º colegial quando minha família não teve condições financeiras de me manter fora de casa. Aí então, retomo a antiga aspiração em cursar Educação Artística, em Bauru à noite e trabalhava durante o dia.
Tínhamos professores muito bons, autodidatas com profundo conhecimento da história da arte e história da música, de folclore, de atividades teatrais, de desenho e pintura que marcaram minha passagem pelo curso.
Somente seis anos após ter concluído a faculdade tive a oportunidade de atuar em sala de aula. Nesse período as substituições eram raras e não tinha como me manter e optei por permanecer no meu emprego, pois trabalhava na Secretaria Estadual da Agricultura. Sempre buscando me aprimorar e me atualizar foi quando fiz uma complementação na área de Desenho que, anos mais tarde, a disciplina foi retirada da grade curricular de ensino
Em 1988, com a inclusão de aulas de Educação Artística no Ciclo básico tive condições de atuar na minha formação, professor. Foi o período da implantação do construtivismo nas escolas estaduais. Havia orientações pelas equipes de supervisores que os erros apresentados nos cadernos dos alunos, palavras ou atividades não podiam ser corrigidos nem grifados e com isso caiu-se no extremo. Tudo o que aprendi na faculdade pouco pude aplicar em função das grandes mudanças na metodologia sendo que a faculdade não deu subsídios para trabalhar com alunos do ciclo I. Foi um período de novas buscas e aprendizado para me atualizar e propiciar aos pequenos alunos uma aula prazerosa. A frase “ensinar aprendendo” começou a fazer parte do meu cotidiano como o verdadeiro sentido da frase propõe.
Com a vinda para Araçatuba em 1992 pude então atuar no ciclo II podendo ministrar aulas nas disciplinas de Educação Artística e na disciplina de Desenho. Foi um dos períodos mais gratificantes na minha carreira, pois, na maioria dos dias saia da sala de aula com a sensação de dever cumprido, percebendo o retorno dos alunos através dos trabalhos e no envolvimento em sala de aula.
Com a possibilidade de dirigir uma escola particular de educação infantil, em 2004 me afasto da sala de aula para me dedicar ao trabalho junto a professores no acompanhamento das atividades junto aos pequeninos. Foram 10 anos atuando na formação e orientação junto aos professores e mais uma vez aprendendo a descobrir e conhecer o desenvolvimento e os mecanismos que levam a descoberta e o aprendizado em seres de tão pouca idade. Tudo diferente da minha formação acadêmica de professor de arte, apesar de o lúdico fazer parte do desenvolvimento da criança, novamente fui em busca do novo. Leitura de textos de Paulo Freire e Ana Mae subsidiaram boa parte do meu trabalho dentro da escola. Foram anos de muitas alegrias num trabalho gratificante e com um retorno imediato e espontâneo por parte das crianças.
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