UMA CONCEPÇÃO DIALÉTICA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL (IZABEL GALVÃO)
Por: andressasantiago • 30/4/2016 • Resenha • 3.502 Palavras (15 Páginas) • 1.358 Visualizações
Fundação Universidade Federal de Rondônia
Campus de Ji-Paraná
Departamento de Ciências Humanas e Sociais - DCHS
Curso de Licenciatura em Pedagogia
RESENHA DO LIVRO: UMA CONCEPÇÃO DIALÉTICA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL (IZABEL GALVÃO)
Andressa Santiago Monte Verde
Orientadora Prof.ª. Ms:
Irmgard Margarida Theobald
Ji- Paraná, RO - Setembro 2015
CREDENCIAIS DA AUTORA
Izabel Galvão é pedagoga formada pela USP, onde também cursou mestrado (com dissertação sobre aspectos da teoria de Henri Wallon) e doutorado. Atuou como professora de Ensino Fundamental e técnica de programas educacionais voltados para a infância. Atualmente trabalha na área de formação de professores. Recebeu o Prêmio Gottfried Hausmann, oferecido pela UNESCO, pelo artigo "O espaço do movimento: uma análise dos conflitos nas interações entre professor e alunos de uma escola maternal.
Capítulo I
PERFIL DE UM HUMANISTA
Neste capitulo, é exposto a biografia de Henri Walon, com os principais episódios acontecidos em sua época e sua ativa participação nos acontecimentos. Inicialmente a autora Izabel Galvão, fala sobre a vida de Walon, que formou-se em filosofia, medicina e psicologia. Segundo a autora, Walon viveu em uma época marcada por dois grandes acontecimentos, a primeira e a segunda guerra mundial e acabou incentivando mais ainda suas teorias.
Wallon sempre se interessou em causas sociais, aliou-se aos socialistas, porém, por pouco tempo, pois não teve um reconhecimento social para o meio político. No entanto, futuramente aliou-se ao comunismo, do qual era um simpatizante. E acabou permanecendo no partido até o fim de sua vida.
Em 1908, concluiu seu curso de medicina e logo depois ajudou no atendimento de pessoas feridas na guerra 1° guerra mundial. Atuou como médico psiquiatra dedicando-se também ao atendimento de crianças com deficiências neurológicas, passando a comparar os feridos com lesões cerebrais durante a guerra com as crianças portadoras de deficiências mentais. (GALVÃO,1995, p.21)
Vemos que, Wallon ao longo da sua carreira se aproximou cada vez mais da educação. Para ele a psicologia e a pedagogia deveriam estar lado a lado, pois seus campos de estudos eram amplos e sempre ligava uma a outra.
Ainda em 1944, Wallon foi chamado para integrar uma comissão nomeada pelo ministério da Educação Nacional, encarregada da reformulação do sistema do ensino francês.[...] Esse projeto, cuja versão final foi redigida por Wallon, é a expressão mais concreta de seu pensamento pedagógico. Portador do espirito reinante na Resistencia, o plano representa as esperanças em uma educação mais justa pra uma sociedade mais justa. ( 1995, p.24)
Podemos observar como a autora enfatiza os acontecimentos da vida de Henri Wallon, isso nos faz ver e reconhecer o quanto ele contribui para a sociedade seja ela qual for e onde esteja, pois independente de onde viveu os impactos obteve tamanhas proporção diante a sociedade.
Capítulo II
UMA PSICOGÊNESE DA PESSOA COMPLETA
No segundo capítulo a autora fala sobre as críticas feitas por Wallon a psicologia introspectiva (acreditam que o psiquismo é interior) e a materialista mecanicista (acreditam que o pensamento é apenas produto do cérebro), pois Wallon ressalta que o homem é um ser psíquico social, ou seja, precisa tanto do interno quanto do externo para que haja o desenvolvimento, adotando assim como método de sua teoria o materialismo dialético, pois este é um método vulnerável, adaptando – se as mudanças da realidade.
“Outro agravante corresponde à dificuldade de situá-la entre os campos da atividade cientifica: ciências do homem ou ciências da natureza?” (1995 p.27). Então dificuldade de situá-la em algum desses dois campos é bastante complexa, a psicogênese fica dividida, talvez seja porque essas duas ciências não podem ser desvinculas totalmente.
Segundo Galvão (1995, p.35) “No que concerne aos procedimentos metodológicos para se ter acesso à criança, Wallon elege a observação como instrumento privilegiado da psicologia genética.”
Sim depois deste depoimento confirmamos que realmente Wallon está correto, pois a observação define muito sorte qualquer situação, pois é no cotidiano que se consegue ver a realidade do caso ou ser humano (a criança).
Capítulo III
A COMPLEXA DINÂMICA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Neste terceiro vemos um pouco os estudos de Wallon sobre as etapas do desenvolvimento infantil, pois no início da vida do indivíduo o orgânico predomina sobre o social, mas com o passar o orgânico vai dando espaço para o social e para a construção das condutas psicológicas superiores, como a inteligência.
A autora ressalta os conflitos que as crianças passam nessa fase, que são de origem exógena e endógena sendo o primeiro de origem social e o segundo de origem maturacional nervosa.
A autora apresenta neste capitulo elementos para a compreensão da complexa dinâmica do desenvolvimento, e expõe os fatores que lhe imprimem o ritmo.
“O estudo da criança contextualizada possibilita que se perceba que, entre os seus recursos e os de seu meio, instale-se uma dinâmica de determinações recíprocas: a cada idade estabelece-se um tipo particular de interações entre o sujeito e seu ambiente.” (1995, p.38)
Vendo essa ideia de Wallon vemos que o meio que a criança é posta em convívio influencia sim e muito no seus aspectos físicos e mentais, é o primeiro contato com a vida social e que poderá influenciar e muito em tudo que ela irá fazer futuramente, enfim influenciará em tudo para seu desenvolvimento. E claro sem esquecer que sua conduta psicológica será afetada dependendo das situações vividas neste espaço de tempo, negativamente ou positivamente.
“É a cultura e a linguagem que fornecem ao pensamento os instrumentos para sua evolução. O simples amadurecimento do sistema nervoso não garante o desenvolvimento de habilidades intelectuais mais complexas.” (GALVÃO, 1995, p.40)
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