UMA REFLEXÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DAS PRÁTICAS DE ENSINO EM ESCOLAS MULTISSERIADAS

UMA REFLEXÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DAS PRÁTICAS DE ENSINO EM ESCOLAS MULTISSERIADAS

Nicolly Siller Bromerschenkel^[1]

Introdução

Esse ensaio teórico refere-se a um relato pessoal com embasamento teórico, no qual visa compreender como contribuímos para a constituição do sujeito psicológico nas escolas de ensino multisseriado.

Uma classe multisseriada nada mais é que alunos em diferentes níveis de escolarização e de faixa etária numa mesma sala de aula, com um único professor regente. O que nos faz refletir como um aluno do primeiro ano do ensino fundamental irá aprender da mesma maneira que um aluno do quinto ano.

Com as transformações ocorridas na sociedade nas últimas décadas, são muitos os paradigmas que precisam ser quebrados para a formação do sujeito. Ou seja, precisamos pesquisar sobre os diversos modos de organizar as práticas pedagógicas em classes de diferentes idades e aprendizagens, reestruturar o projeto político-pedagógico da escola, bem como o currículo, considerando a diversidade socioeconômica e cultural.

Existem inúmeras maneiras de aprender e cada indivíduo aprende de uma forma, daí a importância de compreendermos as teorias e estilos de aprendizagem para que a escola consiga formar sujeitos capazes de compreender o mundo e dele participar de jeito ativo e crítico.

Desenvolvimento

Quando falamos de sujeito psicológico estamos referindo-nos ao ser que é formado por uma cadeia de fatores psicológicos, que comunicam-se entre si de maneira complexa, por exemplo, o biológico, cognitivo, afetivo e o sociocultural.

Então quando paramos para refletir a nossa contribuição para a constituição desse sujeito na sala de aula multisseriada, como podemos trabalhar com uma única prática pedagógica, uma única teoria? Tendo em vista, que são alunos de diferentes idades e que aprendem de diferentes formas.

Diante disso, é preciso conhecer as “teorias de aprendizagem”, nas quais faz com que analisemos como os sujeitos aprendem. E identificar os estilos de aprendizagem de cada discente, utilizando dessa informação para nortear o nosso trabalho, como exemplo, utilizar ferramentas que comtemplem os variados estilos de aprendizagem, seja através de música, escrita, oratória, etc.

No entanto, quando falamos sobre uma classe multisseriada isso torna-se mais difícil, tendo em vista que o professor assume mais do que o seu papel, é o auxiliar de serviços gerais, o secretário escolar, o diretor, pedagogo, coordenador e dentre outras funções que acaba tendo que assumir. O que acaba sobrecarregando-o e não tendo tempo para conhecer e planejar de acordo com o estilo de aprendizagem de cada aluno.

Atuo em uma escola multisseriada, no interior do município de Santa Leopoldina, divisa com o município de Santa Maria de Jetibá, na classe em que atuo tenho alunos de ambos os municípios, hoje com alunos do 1º, 2º e 4º ano.

Muitas vezes sinto-me impotente, principalmente ao estudar temáticas como visto no livro “Teorias de Aprendizagem”. Ao refletir, é difícil identificar qual o estilo e qual teoria de aprendizagem usar na classe em que atuo e com cada discente especificamente. O tempo que tenho para planejamento torna-se pouco para as três turmas, trago serviço para casa e ainda assim não consigo elaborar atividades que potencializem o desenvolvimento do sujeito psicológico.

Assim sendo, é possível observar que a escola acaba desconsiderando as especificidades dos alunos e impondo uma adaptação igualitária para todos. Não considerando a realidade de aprendizagem e o contexto social em que a escola está inserida.

Cabe ao professor refletir sobre sua prática pedagógica, propor atividades que mescle os conhecimentos prévios e os conhecimentos que serão alcançados, utilizando de diversas metodologias que desafiem o aluno a fim de alcançar os objetivos propostos.

Conclusão