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UMA TEMPESTADE DE LUZ

Por:   •  10/10/2019  •  Resenha  •  538 Palavras (3 Páginas)  •  344 Visualizações

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TEXTO 1 – UMA TEMPESTADE DE LUZ

No capítulo agora apresentado, o autor traz um resumo do que é a Análise Textual Discursiva, a qual vem sendo muito utilizada nas pesquisas qualitativas, a fim de aprofundar os processos de compreensão, realizando uma análise mais rigorosa do material a ser explorado, seja ele já existente ou não.

A Análise Textual Discursiva pode ser separada em quatro focos, sendo que os três primeiros ocorrem em movimentos cíclicos:

1 – Desmontagem dos textos: também chamada de unitarização, em que os textos são analisados e fragmentados.

2 – Estabelecimento de relações: processo também nomeado de categorização, buscando juntar elementos próximos, para se formarem categorias, ou seja, “caixas e gavetas”.

3 – Cópia do novo emergente: movimento no qual ocorre uma impregnação do conteúdo analisado, na busca pela compreensão do todo, assim como sua crítica e validação.

4 – Auto-organização: processo no qual ocorre uma auto-organização, emergindo novas compreensões. É nesse momento que as novas significações podem aparecer.

No texto, esse processo é comparado a uma tempestade de luz, sendo relacionado ao desconforto do “caos” ocasionado pelas desmontagens dos textos e aos “flashes” pulsantes de luz, análogos à produção de novas compreensões.

No primeiro passo do ciclo, é importante que haja não somente a leitura do texto, mas a busca pela interpretação do conjunto de textos, possibilitando a construção de inúmeros significados e a expressão de sentidos.

         O conjunto de documentos reunidos para a análise e obtenção de informações é chamado pelo autor de corpus. Tais documentos são, essencialmente, produções textuais no seu sentido mais amplo, ou seja, não somente textos escritos, mas também imagens e outras formas de expressões linguísticas referentes a determinado fenômeno, tempo e contexto.

Desse modo, a coleta dos textos que irão compor o corpus para realizar a análise textual pode ocorrer de duas formas: a primeira, quando se faz necessária a produção do conjunto de materiais, podendo ser entrevistas, registros de observação, depoimentos e diários. Já a segunda, ocorre quando os textos já existem, podendo ser relatórios, resultados de avaliações, entre outros.

Após a coleta é necessária a desconstrução dos textos e a sua unitarização, cabendo ao autor decidir como essa fragmentação deve acontecer. Em seguida, inicia-se a análise, surgindo daí as categorias, as quais podem ser definidas a priori, via processo dedutivo. Essas categorias também podem ser construídas a partir da análise, por meio de processo indutivo. Existe ainda a alternativa de combinação das duas formas citadas acima, em que as categorias escolhidas a priori sofrem transformações ao longo da análise, tendo-se um terceiro método chamado de intuitivo. O objetivo desse conjunto de possibilidades é propiciar uma compreensão maior da análise realizada.

Por fim, ocorre a construção de metatexto, sendo importante que o pesquisador construa significados a partir de suas teorias, assumindo o papel de autor das suas interpretações, na busca de novas compreensões. Esse é um processo auto- organizado e intuitivo de reconstrução, para que se construam, assim, novas significações, estabelecendo-se uma nova ordem, que precisa ser comunicada e validada, resultando em um conhecimento novo.


MORAES, Roque; GALIAZZI, Maria do Carmo. Análise textual discursiva. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007. 224p. (Capítulo 1 – Uma tempestade de luz: a compreensão possibilitada pela análise textual discursiva – p.11-46)

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