Um olhar pedagógico sob o filme “Nenhum a Menos”
Por: Marcelo Maldonado • 13/11/2018 • Resenha • 799 Palavras (4 Páginas) • 343 Visualizações
Um olhar pedagógico sob o filme “Nenhum a Menos”
O longa-metragem mostra a trajetória de uma jovem chinesa (Wen) e seu processo até ser reconhecida como professora. Wen é convocada para substituir o professor de uma aldeia rural no interior da China, que tira um mês para se dedicar a mãe doente. O chefe da aldeia, pede ao professor que apresente um substituto para educar as crianças durante sua ausência, Gao, um ancião e educador sugere Wen, uma garota introspectiva, insegura e despreparada para a função, mas que por saber ler e escrever acaba sendo admitida para a função, mas com uma condição, que ela será retribuída se mantivesse todos os alunos frequentando as aulas, pois a evasão escolar era crescente. Sem experiências, Wen escreve capítulos de um livro para momento do filme que crítica os modelos de educação que transferem conhecimento. Os alunos olhavam pra lousa sem entender o conteúdo, processo recorrente em alguns métodos de ensino.
Diante dos tumultos entre os alunos Wen se sente incapaz de tomar as rédeas da situação e por muitas vezes se ausenta. Uma aluna questiona a atitude da professora e a partir daí Wen começa a tomar a responsabilidade pela classe. Um dos momentos mais marcantes ocorre quando um colega toma a página do diário de uma das alunas que cooperava com o professor e lê uma das páginas onde ela descreve a tristeza pela imprudência da professora com o giz, instrumento que o professor dava tanto valor, que fora contado para cada dia de aula em sua ausência e que numa confusão entre alunos fora despedaçado. Nesse momento Wen se sente culpada e começa a agir com maior responsabilidade.
Em outro momento, quando tentam levar uma das alunas para uma escola de esportistas, Wen a esconde, mas a menina é levada e Wen corre com toda sua força para que não a levem, sem sucesso. Após esse episódio ela se sente determinada a não deixar que nem um aluno mais deixe a escola.
No dia seguinte a saída de um dos alunos motiva a jovem professora a busca-lo, mas o garoto havia sido levado para trabalhar na cidade a fim de ajudar a família. Sem dinheiro Wen conta com a ajuda dos alunos para arrecadar o dinheiro para comprar as passagens de ônibus. A partir desse momento Wen utiliza problemas cotidianos para ensinar matemática aos alunos de forma prática, fazendo crescer o interesse e a participação de todos para a resolução de um problema. Sem dinheiro suficiente para chegar a cidade, os alunos sugerem a Wen que entre no ônibus ilegalmente, mas no percurso ela é deixada na estrada. Com muita determinação Wen chega a cidade usando como veículo seus próprios pés.
Ao chegar na cidade Wen se depara com situação egoístas, preconceituosas, críticas. Nesse momento fica evidente a diferença entre os dois ambientes, no campo moradores eram próximos uns aos outros e apesar de ruins todos estavam sob as mesmas condições, já na cidade a diferença social permitia que pessoas de todas as idades, até mesmo crianças, vivessem nas ruas procurando meios para sobreviver. Wen tenta várias maneiras de localizar o jovem aluno, através de cartazes, autofalantes, porém sem sucesso. Após muita insistência, Wen consegue apoio de uma emissora para achar o garoto perdido e ao fim consegue localizá-lo. A partir da sua trajetória a emissora se comove com a história de Wen e arrecada verbas para reformar a escola e comprar novos materiais. O filme termina com aquilo que era atribuído o maior valor e sabedoria, o giz, que agora estava disponível em diversas cores em inúmeras caixas.
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