Uma Visão Libertadora da EJA
Por: Gabriela Novais de Almeida • 7/11/2016 • Trabalho acadêmico • 12.367 Palavras (50 Páginas) • 387 Visualizações
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Mantenedora
ASSOCIAÇÃO UNIFICADA DE ENSINO RENOVADO OBJETIVO
Mantida
UNIVERSIDADE PAULISTA
PROJETOS E PRÁTICAS DE AÇÃO PEDAGÓGICA
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
Modalidade Licenciatura
Gabriela Novais de Almeida - RA: C15890-9
Gabriela Rezende Marques - RA: C0092D-4
Laís Rufatto de Oliveira - RA: B930AJ-9
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2016
1. ESCOLHA DO TEMA__________________________________
O tema escolhido para este projeto é: Paulo Freire, Uma Visão Libertadora da Educação e a Educação de Jovens e Adultos.
2. JUSTIFICATIVA_______________________________________
Paulo Freire foi um dos mais importantes teóricos brasileiros, reconhecido internacionalmente por suas ideias de alfabetização. Deixando muito conhecimento, comprovou na práxis, que o professor deve tratar seus aprendizes como iguais, pois sempre temos muito que aprender com o outro, e que o adulto alfabetizando, desenvolve sua autonomia através de suas experiências de vida, devendo esta ser levada em consideração durante o processo ensino aprendizagem.
A pesquisa deste projeto abrange a experiência de Paulo Freire na área educacional, bem como a visão libertadora de sua proposta. Desta forma, esta pesquisa aborda aspectos tanto da educação tradicional, como da libertadora, a fim de destacar as diferenças exponenciais das dessas duas vertentes e a aplicação na Educação de Jovens e Adulto – EJA.
3. PROBLEMA___________________________________________
O questionamento proposto é acerca da utilização do método tradicional utilizado ainda nos dias atuais, que é um dos pontos críticos no quesito ensino aprendizagem da EJA. O método utilizado por Freire modificou a forma de ensino da EJA, deixando-a mais próxima da realidade do educando.
Muito se passou desde a elaboração dos métodos tradicionais até a identificação de outras formas de construção de conhecimento. Porem, o método tradicional insistentemente assombra nosso ensino até os dias de hoje, como vestígio de radiação impregnada por anos a fio na mentalidade docente, fazendo-o infantilizar o adulto durante sua aprendizagem.
4. HIPÓTESES___________________________________________
A hipótese apresentada nesse trabalho é a utilização do método de ensino elaborado por Paulo Freire, para suprir a dificuldade de mediação do conhecimento presente nas aulas da EJA, fazendo com que as aulas abranjam a realidade cotidiana da vida do educando, facilitando seu desenvolvimento e superando o histórico processo de infantilização do educando na Educação de Jovens e Adultos.
5. OBJETIVOS___________________________________________
Esta pesquisa tem como objetivo compreender a história de vida de Paulo Freire, como se deu e no que consiste seu método de alfabetização, para contribuir com a Educação de Jovens e Adultos e a formação de cidadãos críticos.
Analisar a importância do método freireano para transpor a dificuldade de ensinar encontrada no âmago do educador, como consequências da imposição de métodos tradicionais, sendo ela uma das causadoras do desinteresse de jovens e adultos de prosseguirem com seus estudos.
7. BIBLIOGRAFIA DE PAULO FREIRE____________________
Paulo Freire nasceu no Bairro da Casa Amarela em Recife, Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921. Filho de Joaquim Temístocles Freire e Edeltrudes Neves Freire, foi influenciado desde cedo pelas emoções que seus pais emanavam de seus âmagos, sentimentos de amor, paciência e tolerância, nos quais fez de Freire o homem que foi.
Joaquim Temístocles Freire foi Tenente da Policia Militar de Pernambuco, espirita Kardecista, sempre aceitou que sua esposa Edeltrudes, passa-se os ensinamentos do catolicismo, religião a qual seguia, a seu filho Paulo. A tolerância e o amor presentes no cotidiano da família marcaram as lembranças de Paulo Freire ao dizer “Eu aprendi o amor e a tolerância com os meus pais.” (in: Paulo Freire: sua vida, sua obra, p.3)
Freire aprendeu a ler no quintal de sua casa com o incentivo do pai e principalmente da mãe, que escrevia palavras e frases que eles costumavam usar cotidianamente, com a utilização de gravetos, um fato que pode ter influenciado em sua proposta de ensinar utilizando palavras significativas.
A renda de seu pai era baixa e na casa onde morava, viviam além de Paulo outros três irmãos, seus pais e sua avó que recebia ajuda financeira de seu outro filho, chamado Clodoválio, que era comerciante bem sucedido. Quando a Bolsa de Nova Iorque (NYSE) quebrou em 1929 causando grande depressão mundial, seu tio Clodoválio foi à falência, impossibilitando a continuidade da ajuda financeira a família.
Joaquim decide então mudar-se para Jaboatão, abriu uma pequena venda e fazendo diversas viagens, a fim de aumentar a variedade de produtos a serem vendidos. Porem como estavam em uma época de crise, quase nada se vendia.
Aos treze anos de idade Paulo Freire perde o pai, e para dar continuidade em seus estudos fez o “primário” em uma escola particular chamada “Escola Eunice Vasconcelos”. Nesta época havia poucas escolas secundárias oficiais em Jaboatão, e as que tinham não possuíam qualidade. Freire fez o primeiro ano do ensino secundário na escola “14 de Julho” que funcionava no bairro São José em Recife, porem ela não possuía licença de funcionamento e ao termino desse ano sua mãe não tinha mais condições de pagar seus estudos, como se descreve o trecho a seguir:
“Eu consegui fazer, Deus sabe como, o primeiro ano de ginásio com 16 anos. Idade com que os meus colegas de geração, cujos pais tinham dinheiro, já estavam entrando na faculdade. Fiz esse primeiro ano de ginásio num desses colégios privados, em Recife; em Jaboatão só hávia escola primária. Mas minha mãe não tinha condições de continuar pagando a mensalidade e, então, foi uma verdadeira maratona para conseguir um colégio que me recebesse com uma bolsade estudos. Finalmente ela encontrou o Colégio Osvaldo Cruz e o dono desse co légio,Aluízio Araújo, que fora antes seminarista, casado com uma senhora extraordinária, a quem eu quero um imenso bem, resolveu atender o pedido de minha mãe.” (In: Revista Ensaio, nº 14, 1985, p. 5.)
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