Uma reflexão sobre como ensinar matemática atualmente.

Muitos são os desafios de um professor no mundo atual. Maiores ainda se  esse professor se propõe a realizar um trabalho que caracterize mudança no ensino da Matemática, seu currículo e conteúdo. Quando o docente procura práticas inovadoras  no ensino dessa disciplina precisa buscar clareza sobre a teoria e prática, se constituindo de segurança, clareza e coerência em sua atuação e, principalmente,  fazê-lo em um ambiente onde o ensino tradicional e suas posturas prevalecem. "Segundo o Parâmetro Curricular Nacional, a matemática é um componete importante na construção da cidadania, na medida que a sociedade se utiliza, cada vez mais de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar".(pag 19). O professor, ciente sobre as concepções referentes ao ensino desse conteúdo, deve superar a crença que rotulam o conteúdo da matemática como difícil de se aprender, que o mesmo não possui margem de erro, assim como nos mostra o texto de Beatriz D'Ambrozio, pois essa prática desistimulará a autoconfiança na intuição matemática do aluno.

Na escola, com o predomínio das aulas expositivas a ênfase é dada tanto à transmissão das informações quanto à sua memorização pelos alunos. Ambos, aluno e professor são levados a acreditarem na aprendizagem por acúmulo de fórmulas e  algaritmos transmitidos pelo professor. Porém tais informações, muitas vezes, são isoladas, desprovidas de significado e incompreendidas, pois sua memorização ocorre sem compreensão, sendo logo esquecidas ou ignoradas quando o aluno começa a explorar outros conteúdos. A partir dessa perspectiva e buscando novos olhares para as aulas de matemática destacamos que as atividades dentro da sala de aula precisam ser planejadas a partir de um currículo dinâmico de tal modo que favoreçam a aprendizagem do aluno, através da interligação de suas vivências prévias,relações sociais e culturais construídas, buscando a construção de um raciocíno lógico, envolvendo os conhecimentos específicos/científico, mas que o indivíduo adquira a capacidade de aplicar esses saberes na resolução de problemas da vida prática, em pesquisas e em novas aprendizagens.

Quando pontuamos diferentes tipos de inovações na construção dos saberes matemáticos, é necessário destacar a Etnomatemática , essa tendência visa superar preconceitos no processo de ensino-aprendizagem,através dos valores históricos culturais, práticas e conteúdos das diferentes origens e formas de matemática. É importante também a reformulação do primeiro contato com a matemática a partir de sua história, sua origem deve ser apresentada como uma criação humana e suas necessidades em resolver problemas. A utilização dos computadores como ferramentas inovadoras trata-se de um método utilizado com grande eficácia, os programas criam ambientes propícios para a investigação e exploração matemática através de projetos. Os alunos constroem hipóteses e depois demonstram os mesmos, acreditando em sua capacidade de criar e fazer matemática. Os jogos matemáticos abordam e resgatam pensamentos matemáticos através do lúdico, quebrando o paradigma de suas dificuldades em relação a esses conceitos; trabalha-se o pensamento lógico e espacial matemático, pensamento estratégico, raciocíneo, estimativa e cálculo mental, exercitando ações como o pensar, tomar decisões, criar, inventar, arriscar, experimentar, desenvolvendo assim fundamentos para o pensar científico.

Apesar das estratégias inovadoras citadas a cima, o mais importante é a  mudança no olhar para com aluno, este deve ser considerado como sujeito ativo no processo do seu ensino e aprendizagem, precisam sentir prazer no momento da construção e apropriação do conhecimento. A leitura pode ser explorada como ponto fundamental na compreensão tanto do enunciado quanto no contexto em que se apresenta o problema a ser resolvido pois é repleta de linguagem matemática, proporcionando à criança a comunicar suas idéias, conceitos e opiniões, articualndo, classificando e organizando esse pensamento matemático. Essa parceria deve apresentar conexão entre a matemática e a literatura ou outras disciplinas e vice e versa, a linguagem visual e verbal do livro, faixa etária apropriada, a história e seus objetivos para proporcionar um apredizado cheio de novos conceitos, participação do aluno em debates, diálogos, críticas e criação. É através dessa comunicação que o aluno ganha voz na sala de aula, trocando opiniões, argumentando e construindo hipóteses.