Vivências Educativas: Atividades Lúdicas Na Educação Infantil
Por: Elaineespindola • 19/2/2024 • Trabalho acadêmico • 3.080 Palavras (13 Páginas) • 61 Visualizações
VIVÊNCIAS EDUCATIVAS: ATIVIDADES LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Elaine Espindola¹
Tânia Mara da Rocha²
RESUMO
O objetivo desse estudo é refletir sobre a observação das vivências escolares, tendo a prática pedagógica de atividades lúdicas na educação infantil como foco desta análise. A ludicidade, além de necessária é de suma importância para o ensino e aprendizagem dos alunos e transcende o simples brincar. O papel do professor é mediar o educando a buscar sua identidade e atuar de forma crítica e reflexiva na sociedade, a metodologia lúdica proporciona essa mediação de forma divertida e atrativa.
Palavras-chave: Vivências escolares, educação infantil, aprendizagem e ludicidade.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho compreende a ludicidade como prática pedagógica na educação infantil. A ludicidade é uma necessidade do ser humano e não pode ser vista apenas como diversão, ou até um passatempo, na pedagogia, está muito atrelada com a fantasia e imaginação, o que enriquece esse contexto de simples jogo. É a recriação e reprodução de situações reais na forma de brincadeiras e fantasias.
Uma das características mais importantes do lúdico na educação infantil é a realização de atividades prazerosas e cativantes, e como é inerente à criança o brincar, esta metodologia proporciona uma aprendizagem prazerosa e faz parte do desenvolvimento do educando.
A metodologia lúdica nos primeiros anos escolares estimula a aprendizagem e conhecimento do aluno, pois contribui para criatividade, imaginação, interação social, fantasia e bom desenvolvimento através da interação social, evoluindo seu potencial motor, cognitivo e social.
Através de atividades lúdicas, a criança desenvolve o interesse pelo assunto abordado, reflete sobre situações e suas atitudes, aprende a respeitar regras de convívio com os colegas e professor, bem como conhecer as próprias limitações pessoais.
Mesmo com toda informação de fácil acesso nos dias de hoje, ainda existe certo questionamento sobre o brincar dentro da escola, por parte de pais e responsáveis que acreditam que suas crianças estão apenas brincando e passando o tempo no ambiente escolar. Como podemos demonstrar a importância do lúdico na educação infantil, bem como o preparo do professor para mediar as brincadeiras e jogos? É necessário que a sociedade tenha essas informações para que a ludicidade seja amplamente explorada não apenas na escola, mas como também em todos os ambientes que frequenta, tendo sempre a intencionalidade na aprendizagem da criança.
2. A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A metodologia lúdica, uma abordagem sobre o conhecimento, ensina brincando, tornando a aprendizagem divertida, significativa e de qualidade. A brincadeira lúdica amplia o processo de ensino e aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, ou seja, no desenvolvimento da motricidade fina e geral, quanto no desenvolvimento de aptidões de pensamento como interpretação, imaginação e criatividade (CAMPOS, 2006).
A prática do lúdico pode ser dividida em duas possibilidades, sendo uma delas o jogo de regras e a outra, brincadeiras livres, cada uma sendo oportuna em determinado momento e com características e objetivos próprios.
O jogo pode ter significados diferenciados de acordo com a época, sociedade ou cultura em que a comunidade escolar está inserida. De acordo com Kishimoto (1994, p, 15) aponta que:
A concepção de um jogo dentro desse contexto não pode ser visto como um ato de nomear nem tampouco um ato solitário, ou seja, faz parte de um grupo social que é capaz de compreender e se expressar da mesma forma, usando a língua como instrumento de cultura da mesma sociedade aplicado ao real.
A brincadeira livre tem como premissa a imaginação e a fantasia, onde a criança fica livre para brincar, imaginar, pensar e construir suas próprias regras dentro da brincadeira. De acordo com Vygotsky (1989, p, 53):
A ação imaginária contribui para o desenvolvimento das regras de conduta social, onde as crianças, através da imitação, representam papéis e valores necessários à participação da mesma vida social que elas internalizam durante as brincadeiras em que imitam comportamentos adultos.
De acordo com a teoria de Piaget (1971) uma das características da fase pré-operatório, que abrange a idade de 2 a 7 anos, é o animismo, que é a capacidade que a criança tem de atribuir vida a objetos inanimados, onde, com naturalidade, recriam a realidade da vida.
Brincando a criança reproduz situações do seu cotidiano, representando diferentes papéis, facilitando a expressão de seus sentimentos e vontades, aprende a respeitar regras, desenvolve sua motricidade, entende e supera suas limitações, adquire a habilidade de socializar, estimulando assim seu desenvolvimento social, pessoal e cultural.
2.1 O PROFESSOR COMO MEDIADOR LÚDICO
O professor tem como papel principal mediar o aluno a buscar sua identidade e atuar de forma crítica e reflexiva perante os desafios da sociedade.
Na educação infantil, o professor precisa ver a ludicidade como uma possibilidade de prática pedagógica carregada de intencionalidade que fortalece a prática e beneficia a aprendizagem da criança. É necessária a consciência de que as brincadeiras não são apenas um recurso, elas correspondem a um eixo estrutural da educação infantil, bem como um dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento descritos na Base Nacional Comum Curricular. Através da prática lúdica, o professor pode conhecer as expressões da personalidade da criança, pois nestes momentos de brincadeiras, o aluno se liberta e se identifica com ações e atividades propostas.
A formação pedagógica do docente não se restringe ao estudo limitado de alguns processos práticos, é preciso conhecer diferentes metodologias, junto à formação acadêmica e sempre buscar saber o que faz, por que faz e como faz. Para o professor que opta pela prática pedagógica lúdica obtenha êxito com base na aprendizagem de seus alunos, o mesmo deve cercar-se de conhecimento através de pesquisas, referências, trocas de experiência com outros docentes, em outras palavras, obtendo a formação continuada. Bracht et al. (2002, p. 19) afirmam que “[...] a mudança de uma prática pedagógica implica formação continuada, aquisição/desenvolvimento de sempre novos saberes e competências [...]”.
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