A Ética e Étnicas
Por: Bruribeeiros • 29/10/2019 • Trabalho acadêmico • 2.045 Palavras (9 Páginas) • 205 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CAMPUS PARAÍSO - PERÍODO NOTURNO - SALA 307
DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL
ÉTICA E QUESTÕES ÉTNICAS
Bruna Bagnara Okubo | R.A: F084EI-6
Bruna Ribeiro da Silva Simões | R.A: F11701-4
Gabriel Camargo de Macedo | R.A: F126CI-6
Isadora de Andrade Savoia | R.A: N50768-3
Jadson Gabriel Macedo Reis | R.A: F11IGE-3
Mariana Galleni Gomiero | R.A: F112AH-2
SÃO PAULO
2019
⦁ Introdução
O objetivo deste trabalho, é criar um debate em torno da ética e suas consequências diante da Psicologia. Para promover essa discussão, iremos utilizar dados do Conselho Regional de Psicologia (CRP) e Conselho Federal de Psicologia (CFP).
No Brasil, há tradicionalmente uma perspectivas e atitudes de diferentes tipos e partes étnico-raciais da população, tem colocado limitações sociais e oportunidades nas formas de tratamento e suas expectativas de vida, ao longo do tempo sobre à população negra brasileira. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constitui que negros e pardos são 55,8% da população brasileira, de acordo com o censo de 2018.
Embora nunca tivemos uma segregação racial no Brasil, há um racismo velado e consequentemente promove a desigualdade entre brancos e negros, que vai da educação, mercado de trabalho, saúde, moradia, infraestrutura e bens materiais, é bem claro as consequências para a população negra. Quando tomadas do ponto de vista dos cinco grupos de cor de pele da população segundo o IBGE (negros, brancos, pardos, amarelos e indígenas), as desigualdades podem ser agrupadas em dois únicos grupos: brancos e "não brancos". O que mostra que as formas de tratamento e os acessos às oportunidades obedecem a uma lógica bipolar estruturada a partir da raça (Heringer, 2002; Schucman, 2012).
Apesar dos governos antecedentes que promoveram uma política de inclusão em Universidades com cotas raciais, é bem distante da realidade que se apresenta no Brasil, um exemplo da mortalidade de um jovem negro comparando a um jovem branco com a mesma idade, sendo assim, existe uma dificuldade maior de cursar uma faculdade, ou até mesmo em ter uma boa profissão.
O papel do Psicólogo nesse momento, é observar as adversidades e ir de contramão em todas essas desigualdades, deve realizar o avanço do conhecimento, inserir a afetividade como aspecto das análises da dimensão subjetiva da desigualdade social. Entre suas práticas, inclui a análise e a intervenção em instituições e grupos sociais.
⦁ Desenvolvimento
O âmbito do racismo é bem amplo e complexo tanto que é separado em três pontos: racismo institucional, interpessoal e pessoal. Cada um possui sua diferença, porém é danoso da mesma forma ou até pior.
Segundo integrantes do movimento Panteras Negras dos Estados Unidos, há ações políticas e programas de instituições que preferem privilegiar ou negligenciar pessoas negras em suas corporações. É um racismo velado diante das empresas que optam por não ver esse abismo social e indiretamente colaboram para essa estrutura. É claro que também o estado há sua parcela de culpa por fazerem parte e não conseguirem assistência social igualitária. Por exemplo, proporcionar ascensão estruturas básicas de ensinos, já que em universidades o número de pessoas negras é infinitamente menor de que pessoas brancas ou então em serviços de saúde, pois não tem poderio financeiro para arcar com grandes despesas e o sistema público além de lotado é ineficaz e não sana a grande demanda dos pacientes ou então o nosso sistema carcerário. Há inúmeros casos de como o racismo institucional age e quão tóxico e presente na sociedade contemporânea e que infelizmente passa despercebido por muitos.
Racismo Interpessoal ou Intersubjetivo, entra no aspecto nas relações dentro das empresas que envolve diretamente chefes e empregado, pois ao invés de incentivar negros ocuparem lugares maiores, preferem chamar colegas, amigos e até família no meio do que um negro ser líder dentro da empresa. É como se a hierarquização fosse algo inquebrável além de demonstrar o poder realça ainda mais a questão do chefe contra subordinado e assim colocando o caráter do nepotismo e não medir suas competências é o reflexo perfeito da sociedade dentro no ambiente trabalhista. Alguns exemplos são diante até dos próprios psicólogos por não reconhecer existência do sofrimento racial em processos terapêuticos ou aqueles mais comuns profissionais negros são considerados menos competentes por outros colaboradores da corporação. Como não é tão comentada acaba novamente passando descuidada e não é tão fácil de perceber esses sinais, mesmo assim não é menos nocivo, pois se trata do respeito e assim competências que fazem parte de qualquer psicólogo.
Racismo pessoal ou internalizado nesses esquemas existe na nossa sociedade racista que por meio de benefícios reprimem e alimentam uma representatividade da superioridade e inferioridade entre as raças. Temos uma classe média brasileira fechada e não se interessa em distribuir ou compartilhar o poder que detêm, assim favorecendo diretamente e indiretamente o racismo pessoal. Essas manifestações são presentes no nosso cotidiano muitas vezes bem explícito e outras bem oculta.
A violência é tão grande quanto o racismo, ocorre que inúmeros casos de traumas que são vividos pela população negra, igual um caso recente no Supermercado Ricoy, um adolescente que furtou chocolates, foi apreendido pelos seguranças do local e posteriormente chicoteado e torturado, é umas das maneiras que demonstra a força da violência, e nos faz entender que hierarquicamente as tradições estão sendo mantidas. O trauma que esse rapaz sofreu jamais será esquecido, e impossível se colocar na sua perspectiva ou entender completamente o seu trauma. É possível separar esses três efeitos psicossociais do racismo para a vítima que são: crescimento e questionamento, utilização de mecanismo psíquicos defensivos contra o racismo e por fim dilaceramento psíquico. Apesar de suas diferenças, ambas tratando do trauma e como o racismo é encarado pelas pessoas afetadas, por exemplo: no crescimento e questionamento, a pessoa que optar por enfrentar e propor mudanças estruturais é preciso antes de tudo ter plena ciência do que se trata e valorizar suas histórias ou culturas de origem negra; utilização de mecanismo psíquicos defensivos contra o racismo que no caso por sentirem a colisão da dominação de não enfrentamento da discriminação e assim fazendo o uso de negação e também de defesa; Dilaceramento psíquico que já remete às grandes tragédias, igual do nosso exemplo acima, que no caso o trauma é tão profundo, que é necessário uma ajuda profissional, para ter uma recuperação psicológica considerável. Importante ressaltar que já temos Movimentos Negros organizados dentro do âmbito psicológico como o Instituto AMMA Psique e Negritude que já enfrenta, muito antes do nosso Código de Ética.
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