A ATIVIDADE LÚDICA INFANTIL E SUAS POSSIBILIDADES
Por: larybeto • 16/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.545 Palavras (7 Páginas) • 588 Visualizações
ATIVIDADE LÚDICA INFANTIL E SUAS POSSIBILIDADES
A diversidade dos brinquedos na presente fase tecnológica parte do resgate dos princípios antigos até as mais modernas tecnologias eletrônicas. Essas questões atingem consideravelmente a vida da criança, motivando diretamente na atividade lúdica infantil.
O brinquedo é um reflexo dos fatores culturais em diversas situações socioeconômicas e, como diz Sutton-Smith em Friedmann (1996, p.18), “a interpretação do brinquedo não pode ser compreendido sem fazer referência aos contextos nos quais ele é encontrado”.
De acordo com Friedmann (1996), Kishimoto (1997) e Volpato (1999), apesar do “conteúdo social da brincadeira” ter mudado no passar do tempo, o sentido da brincadeira raramente se altera, conservando as mesmas qualidades lúdicas como brincar de esconde-esconde, de bola, de mãe e filha, bolinha de gude e outras.
Com a redução do espaço físico e passageiro destinado ao jogo, provocado pelo surgimento das instituições educacionais, pelo desenvolvimento da indústria de brinquedos, pela intervenção da televisão e de toda mídia eletrônica, iniciaram a surgir preocupações com a atividade lúdica, mas bem antes de se pensar em pesquisá-la ela já existia na vida dos indivíduos.
Ao observar as crianças em relação aos brinquedos que preferem e com os quais brincam, podem-se conseguir dados sobre diversas de suas características.
Volpato (1999, p. 85) afirma que as questões de tempo e de espaço para o jogo, a brincadeira e a utilidade do próprio brinquedo é uma dificuldade primordial das sociedades contemporâneas ou pós-industriais. Compreende-se que a utilidade do espaço e objetos de jogo e o tempo acessível para tal devem ser repensados de acordo com as transformações e motivos de mobilidade de cada sociedade, seja no meio urbano, nas periferias ou nas zonas rurais.
A pobreza ou a abundância, como limites que representam, também, são prejudiciais. A criança sem brinquedos fica privada de seus privilégios e sua fantasia limitada, sem incentivos, principalmente se residir em apartamento de grandes centros urbanos; no caso de morar em zona rural, o próprio ambiente se encarrega de disponibilizar oportunidade de improviso e dela própria confeccionar seus brinquedos.
As abundâncias de brinquedos levam a falta de interessa, não concentrando a atenção da criança, nem colaborando para o desenvolvimento das suas fantasias, imaginações, deixando- a distraída.
Destacam-se, também, os brinquedos que fazem de tudo sozinhos, deixando a criança como mera espectadora, uma vez que não incentivam a criatividade.
Toda criança necessita experimentar as vantagens emocionais, intelectuais e culturais que as atividades lúdicas oferecem, porém, nem todas tem essa chance, ou porque precisam fazer diversos cursinhos (como judô, música, natação, na maioria das vezes impostos pelos pais) ou porque não podem atrapalhar os adultos, ou porque necessitam trabalhar; trabalho este em situações indignas para um adulto quando mais para uma criança.
Pode-se dizer que é capaz de planejar e principalmente, realizar tarefas que vão a união das necessidades indispensáveis das muitas crianças, ou então, necessidades de absorção da realidade, de conhecimentos, experiências, desenvolvimento e de prazer. Da mesma forma, deve-se salientar que é imprescindível proporcionar situações de atividade lúdica à criança e que ela seja educada para usufruí-la nos vários níveis de sua vida. Portanto, a criança que desfrutar desta tarefa, será um adulto capaz de conseguir êxito em seu trabalho.
BENJAMIN, OS BRINQUEDOS E A INFÂNCIA CONTEMPORÂNEA
O posicionamento subjetivo nos dias atuais, marcado pela autonomização e o individualismo, constitui nos meios de transmissão educacional. Tendo em vista que o brincar é método que gera subjetividades, nota-se que hoje as crianças encontram-se confrontadas com a crescente subtração deste ambiente de criação, por excelência.
A memória do brincar hoje encontra-se apagada pela abundância de estímulos do objeto ofertados incessantemente, em movimento rápido e instantâneo. A excitação do objeto eleva pequenos brinquedos à extrema potência, para dali alguns dias serem trocados por outro, novas versões tecno do mais moderno, do melhor.
Encontramos na televisão diferentes vias que exercem a artificialização da existência, até mesmo nas programações direcionadas às crianças, onde a publicidade exibe suas cenas nos comerciais apresentando uma sequência interminável de brinquedos e objetos de consumo “a serem desejados pelas crianças”, garantindo-lhes a entrada a um prazer sem fim. Esta quantidade de estímulos acaba por causar uma fragilização que se manifesta no próprio ato de brincar, que passa a completar-se de pequenas cenas, velozes, rápidas, nas quais as crianças treinam metáforas incipientes. A fragilização da narrativa manifesta-se nas novas configurações do brincar, destacadas pela exigência em vista dos imperativos de consumo.,
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