A Análise Caso Salim
Por: Diego Nunes • 3/9/2019 • Relatório de pesquisa • 2.961 Palavras (12 Páginas) • 470 Visualizações
1- INTRODUÇÃO
Neste trabalho temos por objetivo realizar uma análise crítica sobre a situação problema referente a uma criança de 8 anos, Salim; esclarecendo seu perfil comportamental na investigação de seu desenvolvimento na primeira, segunda e terceira infância, em seu relacionamento familiar; identificando as possíveis características de um transtorno. Cabe a nós analisar e identificar de que forma podemos ajudar na superação de problemas emocionais que surgem durante a separação dos pais, e nas demais dificuldades apresentadas por Salim.
2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 – DESENVOLVIMENTO DA PRIMEIRA INFÂNCIA
O desenvolvimento da primeira infância compreende o período da vida que envolve a gestação, o nascimento e os dois primeiros anos de idade. Estudos científicos de diversas áreas, como psicologia do desenvolvimento e neurociência, apontam que é nesta fase que ocorrem as maiores transformações do ciclo vital. (PAPALIA E FELDMAN, 2013)
De acordo com Papalia e Feldman (2013), o crescimento e o desenvolvimento físico seguem o princípio cefalocaudal, o crescimento de cima para baixo. Por conta do crescimento acelerado do cérebro antes do nascimento e o princípio próximo-distal (de dentro para fora), o crescimento e o desenvolvimento motor ocorrem do centro do corpo para as extremidades. Priorizando então a maturação de órgãos internos desde a gestação, principalmente o cérebro.
O crescimento do cérebro é um processo que dura a vida toda e que é fundamental para o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. O cérebro se desenvolve em termos estruturais, e o que se aprende no início de vida pode trazer impactos profundos no futuro. Nos fatores motores, os bebês primeiro aprendem habilidades simples e depois as combinam em sistemas de ação cada vez mais complexos, permitindo um leque mais amplo ou mais preciso de movimentos e um controle mais eficaz do ambiente. (PAPALIA E FELDMAN, 2013)
O bebê aprimora suas habilidades locomotoras, não locomotoras e manipulativas. Assim, deixa de ser dependente e passa a conquistar sua autonomia. Ter uma nutrição adequada, boas noites de sono, cuidadores afetuosos e que o estimulem, fazem com que o bebê se desenvolva mais adequadamente. É neste momento que desenvolve a capacidade cognitiva por meio da inteligência sensório-motor. A criança tem sensações e descobre o mundo por meio da sua sensibilidade física. (PAPALIA E FELDMAN, 2013)
Manifesta-se uma percepção psíquica e reflexos neurológicos básicos. Dessa forma, assimilam mentalmente o meio, aprimorando sua inteligência. Os bebês passam de seres que respondem basicamente por meio de reflexos e comportamento aleatório a crianças orientadas para uma meta. O período sensório motor se divide em subestágio:
1º subestágio (0 a 1º mês) - O bebê apresenta reflexos inatos. Respondem aos seus reflexos primitivos, como sucção do peito.
2º subestágio (1 a 4 meses) - Reações circulares primárias. Repetem ações que tenham lhe dado algum tipo de prazer, como chupar o dedo.
3º subestágio (4 a 8 meses) - Reações circulares secundárias. Como jogar algo no chão repetidas vezes.
4º susbestágio (8 a 12 meses) - Coordenação de esquemas secundários. Traçar um objetivo e utilizar de esquemas pré-organizados para alcançar sua meta, como sacudir um chocalho para ouvir o som.
5º subestágio (12 a 18 meses) - Reação circular terciária. Exploração do ambiente e o uso da tentativa e erro, em busca de novidades de aprendizagem. O bebê usa um objeto para lançar outro.
6º susbetágio (18 a 24 meses) - Combinações mentais. Não se sentem mais limitadas a tentativas e erros, pois agora conseguem organizar seus esquemas em busca de soluções mentalmente.
Conquistam a habilidade de fingir pela representação simbólica, como apoiar o banquinho na parede para subir com segurança. Há mudanças em relação às habilidades sensoriais, como: visão, audição, olfato e tato. Estes sentidos são aperfeiçoados de acordo com as experiências do bebê.
O desenvolvimento da linguagem ocorre de forma gradual e as interferências externas têm grande impacto. Quanto mais estímulos tiver, melhor será para ele (a). (PAPALIA E FELDMAN, 2013)
Segundo Piaget, as dimensões afetivas e cognitivas têm seu desenvolvimento de maneira única, haja vista que em sua concepção, as construções cognitivas e afetivas são equivalentes. Para Piaget, os aspectos afetivos e intelectuais infantis têm relação com o julgamento moral, a obediência, os sentimentos, como temor e carinho, e as reações rebeldes. O autor afirma também que a afetividade engloba, não somente as emoções e sentimentos, mas que também possui relação com as tendências e as vontades da criança. Assim, pode-se afirmar que a afetividade, assim como toda conduta, vislumbra a adaptação, já que o desequilíbrio permite com que haja uma impressão afetiva particular e a percepção de uma necessidade. Por fim, é possível afirmar que é através da afetividade que a personalidade da criança é formada.(PIAGET,1970)
2.2 – DESENVOLVIMENTO DA SEGUNDA INFÂNCIA
2.2.1 - Desenvolvimento Físico e Cognitivo
Ocorre o segundo estirão da infância (3 a 6 anos), dessa vez menos potente e mais lento que o primeiro. Há o amadurecimento interno. Segundo Jean Piaget, a criança entra na fase pré-operatória onde a função simbólica ocorre. Caracterizando-se por poder retomar o pensamento, podendo refletir sobre ele, vincular causa e efeito, categorizar, comparar qualidades e entender princípios de contagem. Além de melhor julgamento das funções espaciais. (PIAGET,1970)
O cérebro se desenvolve ampliando habilidades motoras, conseguindo mesclar diferentes tipos delas (antigas e recentemente aprendidas) torná-las mais complexas. A habilidade motora fina e grossa se desenvolvem rapidamente. Faz-se a dominância dos hemisférios e em consequência a lateralidade manual. (PAPALIA E FELDMAN, 2013)
É visto o avanço rápido em vocabulário, gramática e sintaxe. A medida que essas categorias são desenvolvidas a capacidade prática de se comunicar (pragmática) melhora. O discurso particular serve para elaborar pensamentos (geralmente aumenta sua frequência para solucionar tarefas) e é bastante comum. (PAPALIA E FELDMAN, 2013)
“O atraso no desenvolvimento da linguagem podem ter sérias consequências cognitivas, sociais e emocionais.” (PAPALIA e FELDMAN,2013, p.281)
Os padrões
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