O Caso Salim
Por: noaenascimento • 25/9/2019 • Trabalho acadêmico • 949 Palavras (4 Páginas) • 515 Visualizações
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa identificar os aspectos da vida de Salim que se referem ao seu desenvolvimento, abordando portanto seus aspectos: físicos, cognitivos e psicossociais, para um possível encaminhamento de soluções do caso.
SITUAÇÃO PROBLEMA
Salomão e Rosana vão à sua procura para tentar resolver um problema prático com seu filho Salim, que tem atualmente 8 anos. O casal resolveu se separar e busca uma orientação sobre o filho, pois tem dúvidas se ele conseguirá aceitar esse momento.
Os pais contam que aos três anos Salim, sempre que possível, buscava dormir na cama com eles. Para isso ele insistia muito com suplícios e soluços. Após 3 ou 4 noites os pais cediam, pois acabavam com pena da criança. Quando não cediam, ele dormia no próprio quarto, mas ao longo da madrugada mudava-se para a cama dos pais, os mesmos muito sonolentos, nada faziam.
Aos 5 anos ele começou a frequentar a escola. Todos os dias selecionava quem ia busca-lo: ora mãe, ora o pai. Se caso os pais trocassem na hora de pega-lo, ele armava uma gritaria na porta da escola e não queria ir embora enquanto a pessoa desejada não chegasse. As professoras achavam muito estranho, pois no dia-dia das atividades ele se saía muito bem.
O casal sempre deu todos os presentes que o filho solicitava. Agora com a separação, sabem que o padrão de econômico será reduzido e estão preocupados em não poder atender as necessidades do filho.
Há uma grande possibilidade de Salomão ser transferido de cidade, sendo essa uma das principais razões da separação, pois Romana não quer abandonar os pais, a quem dedica boa parte do seu tempo.
Atualmente, Salim está no terceiro ano do ensino fundamental, mas a coordenação já comunicou que se ele não se dedicar mais ficará retido. Vem apresentando problemas de matemática (multiplicação e divisão) e em português troca letras na escrita. Quando vai ler em sala gagueja e troca algumas letras. Possui alguns amigos, mas nas brincadeiras é ele quem sempre determina as regras.
ASPECTO FÍSICO
A partir dos seis anos de idade, a chamada ‘segunda infância’, as atividades motoras promovem grandes avanços, das quais Salim demonstra estar desenvolto e não apresenta problemas. É nessa fase que, de acordo com Papalia e Feldman (2006), a criança pode apresentar distúrbios no sono, algo que aconteceu com Salim, aos 3 anos de idade. Esses distúrbios podem estar associados com ansiedade de separação, por isso o anseio de Salim de dormir com seus pais. Na maioria dos casos, distúrbios do sono são ocasionais e comuns nessa fase.
ASPECTO COGNITIVO
De acordo com Jean Piaget crianças nessa faixa etária estão no Estágio Pré-Operatório, que consiste na grande expansão no uso do pensamento simbólico, ou capacidade representacional. Nessa fase a criança já possui capacidade de compreensão de números, portanto já sabem contar e lidar com quantidades. Salim vem apresentando dificuldades na escola em resolver problemas básicos de matemática como divisão e multiplicação, e a troca de letras na escrita e leitura.
ASPECTO PSICOSSOCIAL
No estágio Pré-Operatório de Piaget, também constata-se o egocentrismo da criança, em que elas tendem a pensar que cada um dos seus sentidos, motivos ou explicações, são partilhadas com o das outras pessoas, por isso tendem a não aceitar o diferente, por não compreende-lo. A criança também demonstra incapacidade de compreender a reversibilidade das coisas, achando que nada por ser revertido.
Salim apresenta comportamento egocêntrico ao se socializar com os outros colegas, não aceitando a maneira do outro de brincar, ou quando não aceitava que os pais trocassem quem iria o buscar na escola.
REFLEXÃO
Ao analisar a vida de Salim, percebemos que os problemas físicos, cognitivos e psicossociais que ele apresenta se dão em decorrência de indisciplinas cometidas pelos pais.
Tomemos como exemplo os distúrbios do sono apresentados por Salim. Seus pais cediam ao deixar a criança dormir com eles, fazendo que o problema não encaminhasse para uma solução. O que deveria ter sido feito era encorajar hábitos noturnos ao estabelecer uma rotina para a hora de dormir, com atividades tranquilas, como a leitura de livros, e evitar programações estimulantes, para induzir ao sono. Quando ocorresse do garoto ir para a cama dos pais no meio da noite, o procedimento deveria ser de coloca-lo de volta em sua cama, para que isso deixasse de ser tido como aceitável.
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