A Diferença Entre WISC-IV e WASI
Por: Amabelle Rodrichez • 11/11/2018 • Dissertação • 651 Palavras (3 Páginas) • 1.468 Visualizações
David Wechsler considerava que o comportamento inteligente não dependia unicamente da capacidade intelectual, assim a inteligência seria a capacidade global de uma pessoa interagir com o mundo eficazmente. Assim, um instrumento de avaliação foi desenvolvido, respeitando essa definição de inteligência para avaliar um quatro domínios cognitivos - compressão verbal, raciocínio perceptivo, memória de trabalho e velocidade de processamento e, a partir destes, oferecer o QI verbal, QI de execução e o QI total do avaliado.
A prova de inteligência do WAIS-III, Wechsler Intelligence Scales for Adults, foi desenvolvida para avaliar o funcionamento cognitivo intelectual global de adultos, sendo possível aplicá-la somente em pessoas da faixa etária de 16 a 90 anos. Esse instrumento é apenas aplicável por psicólogos, sendo as instruções e normatizações claramente apresentadas no manual. O teste deve ser feito de forma individual. Sua escala é composta por 13 subtestes, sendo 10 principais e 3 suplementares. Usualmente, a aplicação desta escala justifica-se quando se verificam queixas ou manifestações atípicas como alterações no raciocínio, atenção, compreensão, entre outras competências cognitivas.
Por ser um teste que exige uma longa aplicação, a vantagem que encontramos no WAIS-III se dá pela precisão dos resultados que ele oferece - permitindo que se possa derivar os resultados do QI, índices e resultados para cada subteste. Assim, o examinador tem à sua disposição informações quantitativas para gerar conclusões e melhores interpretação acerca do funcionamento cognitivo do avaliado adolescente ou adulto. Essa precisão se faz necessária e importante quando estamos investigando alguma queixa em um contexto clínico ou utilizando o instrumento em alguma pesquisa que exige uma avaliação completa da cognição de uma pessoa.
Em compensação, a aplicação do instrumento WAIS-III exige maior investimento por ser uma avaliação longa e está propenso a uma certa subjetividade na avaliação das respostas em alguns subtestes. Além disso, uma crítica feita ao instrumento, é que apresenta limitada validade ecológica, ou seja, o quanto o instrumento é capaz de medir fatores espaciais, temporais e situacionais do ambiente real durante a aplicação. Sendo assim, algumas minorias étnicas ou indivíduos de outros níveis socioeconômicos podem ser desfavorecidos pela falta de adequação - sensibilidade - do teste apesar do indivíduo ter uma boa autonomia dentro de sua situação de vida.
A escala WASI trata-se, na verdade, de uma forma abreviada da Escala Wechsler de Inteligência, utilizada principalmente em contexto clínicos e de pesquisa que não exigem uma maior precisão do funcionamento cognitivo e, sim, uma estimação do funcionamento cognitivo geral verbal e não-verbal. A administração do WASI também é individual e pode ser feita em idades de 6 a 89 anos. O teste é composto por somente 4 subtestes, com cargas mais altas em g e agrupados nas grandes áreas, que fornecem um QI total, QI verbal e QI de execução.
Pela capacidade de abreviação do teste, ele pode ser feito em até 30 minutos ou, caso aja restrição de tempo, podem ser feitos somente dois subtestes (Vocabulário e Raciocínio Matricial) em até 15 minutos para uma estimativa do QI total. Em um contexto clínico, a possibilidade de brevidade é extremamente vantajosa, como com populações de baixa renda em serviços públicos - por exemplo CAPS - onde a avaliação completa geralmente não é viável ou em casos de pesquisas que não exigem tanta precisão de resultados por necessitar apenas de um pareamento de grupos por QI ou uma triagem rápida. Além disso, o instrumento pode ser essencial para a formulação de diagnósticos diferenciais em transtornos neurológicos ou psiquiátricos.
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